Bom Dia

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Hakkai voltou de manhã, eu já estava de pé, fazendo café e pronta pra ir atrás dele.

Nao dormi a noite toda de preocupação e o irmão dele a mesma exata coisa, a gente não desgrudava do celular

— Sua cara tá toda estourada — Taiju não disse isso como uma reprovação.

— Você na viu a cara do Taka — ele balança a cabeça, parecia acabado. — sai do hospital com ele agora.

Foi aí que ele reagiu com preocupação?

— Ele vai precisar de ajuda com as pirralha né, eu vou lá — O Taiju, o meu Taiju! Apanhou uma CAMISA e vestiu enquanto pegava as chaves da moto e colocava no bolso — eu te ligo depois, tá amor?

Ele dá um selinho nos meus lábios e sai...

— Eu deveria me preocupar? — Pisco algumas vezes enquanto a porta fecha atrás do Kai.

— De perder o seu namorado pro Takashi? — Hakkai da uma risadinha, se apoiando na minha bancada — Talvez, ele é charmoso...

— Ei! — Dou uma risada, empurrando ele suavemente, recebendo um grunhido dolorido — Desculpa.

— De boa — Hakkai fecha os olhos bem apertados, segurando próprio ombro.

Me viro e vou pegar um pouco de gelo, entrego as pedrinhas para o meu cunhado pressionar nos ferimentos do rosto enquanto eu tateio seus músculos dos ombros, eu não sei por membros no lugar exatamente, mas tive uma ideia enquanto fazia o ensino médio.

— Você não vai botar meu ombro no lugar não não... — Por motivos óbvios, o gritinho dele acordou a Yuzuha.

Enquanto isso, Taiju ia até a casa de Mitsuya.

Cheguei lá e o carro da mãe já não estava mais no estacionamento, essa mulher trabalha horrores.

Chegando na porta eu vi o Mitsuya sentado, olhando pro chão...

— Ou... Vai ficar abandonado aí até quando? — Perguntei grosseiro, qual é... Esse já é o meu normal.

— Taiju — ele levanta a cabeça e me dá um sorrisinho, mas uma esclera dele estava toda vermelha fodida.

Esclera é a parte branca do olho.

Ele tá todo arrebentado, cabeça enfaixada.

— Os caras que eu bati estão um pouco piores que isso — ele dá um sorrisinho, parecia imaginar no que eu tava pensando.

— Da essa porra de chave logo, vou fazer o café e levo as garotas na escola. Não vou deixar elas te verem arregaçando desse jeito — estendo a mão e ele me passa a chave sem muita cerimônia. Isso já rolou antes.

A casa do Mitsuya era aquela arrumação habitual, nada exatamente no lugar que deveria, mas nunca uma bagunça. Era uma casa que tinha cara de casa.

Entro no quarto da meninas, acendo a luz na cara delas e abro a janela.

— Acorda pro banho que eu tô sentindo a catinga daqui — Abro a janela pra circular um pouco o ar — Anda, anda, eu vou fazer o café, se não forem tomar banho logo um urubu vai entrar e comer vocês achando que é carniça.

As duas estavam bem acordadas quando eu saí do quarto. Fui investigar a geladeira, preparando decente que não envolvesse aquele cereal nojento que o Mitsuya insiste em comprar. Certeza que ele e a mãe gostam dessa porcaria.

Fiz panquecas e um suco, nada muito extravagante.

— Tio Taiju, mora com a gente — Mana chega na cozinha com a irmã.

Eu fico horrorizado de como o Mitsuya não ensina essas meninas a se arrumar!

— Vocês são muito desleixadas, parecem uns moleques — Bufo, desligando o fogo.

— Arruma pra mim — Luna choraminga, toda cheia de sono.

— Arrumo nada — Cruzo os braços, severo — Vamo, ajeita a camiseta, arruma essa calça e o chapéu tá ao contrario, já te falaram que nem se usa chapéu dentro de casa?

Eu fui falando o que deveriam arrumar, já que o Mitsuya ajeita elas igual uma vovózinha, assim elas nunca vão pegar na prática.

— Pronto, aí... Doeu ficar igual gente? Não né — Puxo cadeira pras duas. — estão lindas agora.

Dou um sorrisinho e recebo sorrisos de volta, eu fico feliz de ter sido ensinado por elas também... A ser bem mais paciente... Talvez num futuro eu seja um pai mais promissor que o meu.

Balanço a cabeça pra afastar esse pensamento, a Yachi me bateria se descobrir que eu tô pensando nisso de filho.

— Tão gostoso — as meninas dizem felizinhas.

— Eu sei, eu sou demais — digo convencido e tomo um tapa nas costas, sei que foi a Luna — Doeu hein

Mentira.

Enfim, depois disso eu levei as suas até a rua principal, onde elas foram junto de alguns amigos para a escola, isso é bem comum no Japão... Mas por ter sido semi criado nos Estados Unidos, eu simplesmente não consigo ficar tranquilo.

Voltei pra casa e encontrei Takashi saindo do banho.

— Eu comi as panquecas que sobraram... E a massa também — ele parecia destroçado.

— Ainda bem, eu não ia fazer mais pra você — Levanto meus ombros, apoiando as costas na parede.

— Você não vai perguntar sobre o que tá acontecendo? — ele parecia mais ansioso pra contar, na verdade.

— Não, tudo que eu sei sobre essa situação de gangues em Tokyo desde que eu saí da Black Dragons é contra a minha vontade — falo meio amargo, eu gostava da BD, mas admito que fui muito patético em certas decisões.

— Entendi — ele dá uma risadinha, indo pro quarto — Você é bem extremista, Taiju

Ouço o som dele batendo os cobertores.

— Elas realmente pararam de comer na cama — ele murmura.

As meninas comiam biscoitos na cama e ficava um nojo, independente do que o Mitsuya fazia... Aí eu falei que as formigas iriam arrancar a pele delas se isso acontecesse de novo... Nada que um trauma não resolva.

— Enfim... Eu tava querendo te contar um negócio... — me aproximo da porta, meio sem jeito de falar — eu e a Yachi, a gente tem uma viagem organizada para os Estados Unidos.

Ele já senta em sua cama, me olhando paciente, isso irrita.

— E isso vai demorar... Tem a ver com o meu pai, um monte de merda — passo as mãos na cabeça, eu só aceitei ir por saber que a Yachi vai comigo... Se não eu teria mandado pro caralho.

— Vai demorar quanto? — ele boceja, eu preciso ser breve.

— Dois anos, um ano e meio talvez, se a gente não for preso — percebi o choque dele.

Mas recebi um silêncio compreensívo, que raiva, eu não sou acostumado a silêncios compreensívos.

— Fico de olho no Hakkai e na Yuzuha pra você, relaxa — parecia ter lido a minha mente.

— Me liga se der merda e precisar de ajuda de alguém forte de verdade... Mas só se for sério — Suspiro e dou as costas, pena que eu não me despedi das pirralhas direito — tô saindo, vou bater a porta.

Ela é daquelas que tranca assim.

Voltei pra casa e vi a Mizu na frente do apartamento, debruçada na sacada, os cabelos vermelhos balançando no vento como seda.

— Você foi lá falar com seu grande amigo? — Ela dispara assim que eu chego, me fazendo rir.

— Tá com ciúmes de macho agora? - Reviro os olhos.

— Sim? -— ela se agarra em mim e beija a minha boca.

Não percebi que fazia tempo demais que a gente não se beijava... Só selinhos não mantém um homem.

Agarrar ela de verdade era como algo relaxante sendo descarregado no meu corpo.

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⏰ Última atualização: Nov 30, 2023 ⏰

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Você é problema meu - Taiju Shiba Onde histórias criam vida. Descubra agora