Festinha - Taiju

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Eu tinha me separado dela por minutos, tive que resolver e interagir com umas pessoas, só que de repente só vi ela subindo as escadas com o Koko. Não sei como eu tive o sangue frio de só seguir os dois em silêncio enquanto ouvia ele falar merda.

É claro que não era mentira, mas eu fiquei com raiva... Ela em momento nenhum negou que eu era uma dessas coisas?
A gente se conhece pouco mas já é bem óbvio que eu não sou tão ruim quanto ele tá falando, não pra ela!
A gota d'água pra mim foi ver ele encostando nela, claro que eu já tinha reparado como ele olhava, mas isso eu não podia culpar qualquer homem que tivesse olhos na terra, a mulher mais linda estava nessa festa e tinha que ser vista... Mas eu não aceitava que fosse tocada.

— Koko, eu achei que você quisesse aproveitar a festa — eu estava fervendo com ódio, uma mão apoiada de cada lado do corpo dela, apertando com tanta força que acho que o ferro do guarda-corpo ficou retorcido. — Vai.

Ele sumiu daqui bem rapidinho.

— Taiju... Sai — ela da uma cotovelada na minha barriga, dói pra caralho e eu me afasto.

— O que tava pensando? — Cruzo meus braços, encarando ela.

— Pensando em que, Taiju? Você tá maluco? — a mão livre dela arrumava o casaco de pelos em seu corpo... Era um movimento simples e que era extremamente sexy.

— Você negou... — Eu começo a falar, ela só não me deixa terminar!

— Porque eu não sou sua namorada, Shiba — ela joga a taça vazia no chão, que se estilhaça.

— Você nunca me chama pelo sobrenome! — sim, foi isso que me preocupou.

— Sério? — ela revira os olhos — Seus próprios amigos tem que avisar coisas sobre você, e são seus amigos!

— E você acredita? — Dou um passo na direção dela que recua.

— Todas as informações sobre você são unânimes — ela não conseguia manter os olhos focados nos meus, estavam sempre fugindo, seus olhos brilhando em várias direções enquanto seu cabelo parecia tão confuso e bagunçado quanto ela.

— Até as que você sabe? — Deixei a ruiva bem contra a parede, seus olhos estavam arregalados. Ele conseguiu deixar ela com medo de mim?

— É a única informação que não tá fazendo sentido na minha cabeça — sou surpreendido por um puxão que deixa meu rosto na altura dela.

— Eu também não sei explicar esse efeito que você tem em mim — Seguro a cintura dela, eu estava louco pra agarrar ela desde a hora em que me afastei mais um pouco e notei como tinham pessoas olhando pra ela

— Vamos chamar de efeito Hello Kitty por enquanto — ela dá um sorrisinho que eu sou obrigado a acompanhar antes de beijar sua boca.

Era um beijo afoito e sexual, nossos corpos estavam tão grudados que poderiam se fundir no calor, conseguia explorar cada canto da boca dela e me sentia explorado e era bom demais.

— Você tem o que fazer essa noite, não é? — ela diz empurrando meu peito pra me manter afastado, eu tinha me esquecido de tudo enquanto segurava e apertava o corpo dela contra o meu.

— Você vem comigo — Seguro a mão dela e dou beijinhos delicados nos nós de seus dedos.

— Não sou seu acessório, vai cuidar da sua vida e depois vem me ver — ela vira o rosto.

— Mas você é a minha mulher, a mulher do chefe tem que estar com o chefe, não acha? — Beijo o pescoço dela, estava tentador demais pra resistir.

— Mulher de um moleque que nem você, Taiju? — ela ri. Eu sempre me irrito quando ela se lembra desses malditos três anos — e sem nenhum pedido formal ainda... Vai sonhando.

— Você quer me deixar sozinho e solteiro nessa festa? — perguntei segurando o queixo dela, a fazendo olhar pra mim.

— Você já está — ela nem parecia afetada... Eu queria explodir a terra, mas não podia aceitar como ela pisava no meu orgulho desse jeito.

Desde que a gente se conheceu ela tá pisando no meu orgulho, testando a minha paciência até o último grão... Então como ela continua durando?
Ate agora eu não entendo!

Larguei ela e dei as costas.

— Boa festa pra nós — disse firme, sabendo que ia me arrepender assim que ela pisasse lá em baixo.

Como Deus é bom e o diabo não presta, foi exatamente isso que aconteceu. Assim que ela desceu bebendo um drink diferente, nem as pessoas que trabalhavam na boate ficaram imunes... Parecia só ter essa mulher na porra da caralha da pista de dança.

Aparentemente, ela viu alguém da faculdade e começou a conversar, depois disso algum engraçadinho com dois dedos de músculos chegou nela... Quando ele começou a falar no ouvido da minha ruiva enquanto dançava, eu senti vontade de moer os ossos desse merda até virar farofa.

— Você que começou essa merda — disparo assim que Koko chega perto de mim.

— Eu ia saber que ela não era só mais uma, você nunca chega com mulher mais velha — Ele sopra uma nuvem de fumaça pra cima. — Se arrumar briga vai ser pior...

Ele avisa mas já é tarde demais, eu já estava indo pra cima desse merda, eu vi ele pegando na bunda dela e eu vou fazer isso ser a última coisa que ele vai encostar com essa mão!

— Ele vai matar você — eu ouvi ela rindo, mas a veia saltada na mandíbula dela denunciou alguma coisa.

Pois é, do mesmo jeito de quando eu estou irritado uma veia salta na minha testa, uma fica evidente na mandíbula da Yachi.

— Chefe? — o filho da puta ficou branco na hora, achei que ele ia desmaiar.

— Eu disse né... — ela termina o drink em um gole — Me encontra lá fora depois, Taiju.

Ao passar por mim ela desliza a mão gelada vagarosamente pelo meu abdômen, quase adentrando a barra da calça me causando arrepios incompreensíveis.

Eu surrei aquele filho da puta com vontade e já fui pra rua logo depois, encontrando Yachi apoiada na minha moto.

— O que você disse pra ele? — perguntei chegando perto.

— Que eu tinha vindo com você, ué — mas ela não olhava pra mim enquanto falava.

— Essa é a verdade? — Afasto os cabelos dela de perto do pescoço e beijo a pele exposta e quente do local — ou disse que era minha namorada?

Eu tive que olhar seu rosto, só pra ver como suas bochechas estão vermelhas... Ela realmente disse.

— Não é boa mantendo sua palavra, senhorita — ela põe as mãos na minha cintura e apoia o rosto no meu peito.

— ele tava me incomodando, só dei uma desculpa — ela suspira e eu tomo uma decisão.

— Se eu fizer um pedido, vira oficial entre a gente? — ela concorda bem sem jeito. — Ótimo.

Pego de dentro da calça de alfaiataria que estava usando, um anel... Eu sou preparado, mesmo que isso fosse só um presente que eu esqueci de dar lá no apartamento.

— Misuki Yachimari, aceita ser a minha namorada? — perguntei estendendo minha mão para ela. Nunca pensei que fosse tão difícil fazer essas palavras saírem. As palavras se atravancavam na minha garganta enquanto meu rosto só ficava mais quente. Era a primeira vez que eu precisava pedir para ser namorado de alguém!

Mas estava disposto a tentar, por incrível que pareça, eu nunca estive tão calmo perto de alguém antes e isso era perturbador e bom, eu desconheço a paz e quando as coisas estão certas... Me dá medo.



Você é problema meu - Taiju Shiba Onde histórias criam vida. Descubra agora