Mãe.

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Último dia da nossa viagem, eu consegui até uma marquinha enquanto estávamos aqui.
Na nossa última noite a gente decidiu só ficar jogado no hotel e relaxar comendo coisas de gente rica.

— Isso é uma das melhores férias que eu já tive — Taiju murmura enquanto eu fazia carinho nos cabelos dele.

— Uma das melhores? — Dou um sorrisinho, começando a fazer uma trancinha em seus cabelos bicolores.

— Sim... Eu acho que a melhor foi com a minha mãe, foi a última que ela passou com a gente — nessa hora eu comecei a ouvir duas vezes mais atenta. Ele nunca fala da mãe, os próprios irmãos dele contam que sabem muito pouco de quem ela era já que o Taiju e o pai nem citam ela.

— Vocês foram pra onde? – Pergunto tentando ser suave, mas tava era muito curiosa.

— Vegas, com três crianças... Ela era maluca — Ele dá uma risadinha, meu coração quase para... Isso é tão fofo.

— Eu nem sabia que crianças podiam entrar em Las Vegas — Dou um beijinho no ombro dele, observando seu olhar perdido na janela na frente da cama.

— Não é o tipo de coisa aconselhável de se fazer — ele suspira — mas foi legal, a minha mãe conseguia deixar as coisas boas.

Eu abracei ele por trás, sentindo seus dedos segurarem meus braços, fazendo um leve carinho.

— Ela era grandona que nem você e o seu irmão? — falei baixinho, estava interessada mesmo.

— Era, ela era super alta e adorava andar de salto alto — ele estava se abrindo facilmente sorrindo enquanto contava, mesmo com lágrimas tornando os olhos dele cristalinos.

— Não tem ninguém pequeno na sua casa hein — rio fraco.

— Só a Yuzuha — ele adiciona.

— Ela ainda tá crescendo — aperto o ombro dele.

— pros lados, ela só come — eu reparei que era um tom de brincadeira, eu não conseguia acreditar como eles estavam se dando melhor agora.

— Idiota – Murmuro após travar a risada.

—  Mas ela é a mais parecida com a minha mãe... — ele suspira, parecia se lembrar de coisas demais agora que estava falando sobre — linguaruda, protege os mais fracos nem que seja pra se ferar por causa disso.

Vejo ele olhar para sua própria mão e fechar com força, reparei que tremia um pouco.

— É... Isso é bem Yuzuha — Suspiro, um silêncio se segue depois disso, onde a gente só ouve o som das ondas quebrando na distância.

— Pode perguntar.... — ele diz virando a cabeça para me olhar por cima do ombro, eu ainda estava abraçando ele por trás

— perguntar? Eu não ia perguntar nada não — só por estar me segurando mesmo.

— Quer saber como ela morreu — ele diz com tanta calma e simplicidade enquanto encarava os meus olhos que parecia ter lido a minha mente e se preparado pra dizer isso.

— É... Eu quero, mas só se não te incomodar — dou um beijinho no rosto dele.

— Ela tinha mexido com umas contas do meu pai... Quando ela foi perguntar pra ele, ela caiu da escada e se machucou, foi parar no hospital — Sabe quando alguém está apenas repetindo palavras? Lendo numa apresentação de trabalho sem nenhuma convicção? Taiju falava exatamente assim — um dia ela estava bem no hospital, no outro ela tinha pego uma infecção e... Morrido.

Vejo uma lágrima rolar pela bochecha dele, não era definitivamente uma morte natural e nós dois sabíamos disso sem precisar verbalizar.

— Então você não confronta o seu pai por causa... — Engulo seco e ele concorda.

Você é problema meu - Taiju Shiba Onde histórias criam vida. Descubra agora