Ateliê

1.1K 130 7
                                    


Minhas costas estavam doendo pra caralho, tinha acabado de sair de um treino de boxe quando Takashi me ligou pedindo pra eu buscar umas coisas com ele pra levar em casa.

— Pra quê levar tudo isso? — pergunto assim que abro a porta e vejo Mitsuya com três rolos de tecido em mãos..

— É que eu me comprometi com o clube de teatro, as garotas vão trabalhar em todos os ornamentos durante o final de semana e eu fiquei com as roupas bases pra fazer — Ele dá uma risada, isso não parece pouca coisa.

— Tá, vamo organizar isso pra ver quem vai levar o quê, e anda logo que daqui a pouco a Luna e a Mana saem da escola e não tem um pão naquela casa — eu  Reclamo mesmo, ontem eu fui lá e ele não parava de chiar que tinha que ir no mercado.

— Tá bom — ele ri e começamos a puxar as coisas.

Isso demorou uns três minutos, quando alguém bate na porta e ele corre mais rápido que a luz pra atender.

Era uma garota que tinha um corte de cabelo esquisito pra um diabo, era um cabelo super curto na altura do pescoço ali, mas tinham duas mechas mais longas, ela estava com uma máscara daquelas de gás pendurada no pescoço, o uniforme mais desleixado que eu já vi além de estar todo manchado de tinta multicolorida.

— Oi Taka — ela sorri — O pessoal tá pedindo a relação de cor pra pintar o cenário... Tá com você?

Ela se mexia e eu sentia o cheiro forte de tinta em spray me intoxicando, entendi a máscara.

— Ah... Sim... Tá aqui — ele demorou um tempo pra responder, em seguida saiu correndo agarrando um papel em cima de uma das mesas com máquinas de costura em cima — Acho que é isso, não é?

— Isso mesmo, valeu, Taka — Ela dá um beijinho no rosto dele e sai correndo.

Eu não sei como ele não desmaiou ou vomitou com o cheiro de tinta vindo dela, na real, eu acho que ele ficou foi demente mesmo.

— Ou... Tá vivo? — Passo minha mão na frente de seu rosto.

— Ah... Foi sem querer, desculpa — o cara ri e fecha a porta com uma força meio desproporcional.

— Tá... Vamo embora — Pegamos as sacolas e os rolos de tecido e já partimos daquela escola.

Tínhamos que ir a pé de qualquer jeito, mas não significa que eu goste.

— Taiju — Mitsuya me chama enquanto caminhamos até a casa dele — quando você achou que estava apaixonado pela Misuki?

— Ei, não vem de ideia não — fecho a cara.

— Não é ideia, eu só tô um pouco curioso, queria saber como se tem certeza que quer ficar com alguém — o Taka coça a própria nuca, ele parecia sem jeito.

— É foda... — Suspiro, precisava buscar na memória um exato primeiro momento? — Acho que foi a primeira vista... Ela me deixou com vergonha e meu coração disparou.

Foi exatamente isso, ela fez piada com a minha idade e eu... Parecia prestes a sofrer um ataque cardíaco vendo aquele sorriso... E claro que ela ter me vencido em uma luta antes ajudou, mas esse fato eu vou manter oculto pra sempre.

— Que bizarro — ele murmura e olha pra cima — Eu fiquei assim quando ela acertou uma lata na minha cabeça.

Faço uma careta.

— Meio masoquista da sua parte — Resmungo.

— Não é bem assim! — ele tenta se defender mas as bochechas já vão ficando rosadas — É que... Eu não sei, ela é o tipo de pessoa que dá inspiração só de olhar.

Você é problema meu - Taiju Shiba Onde histórias criam vida. Descubra agora