Capítulo 22

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Capítulo betado por ch4melyon

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Meu conflito é real.

Nunca imaginei que eu ficaria em uma situação como a que estou agora. 

Dylan me beijou, eu gostei. É claro que sim. Mas por que sinto um peso no meu peito toda vez que toco em meus lábios e sinto o gosto do seu beijo?

Quando tivemos nossa primeira noite juntos, assim que ele chegou a Surville, obviamente senti como se nunca mais fosse encontrar algo como aquilo novamente, mas fiquei receosa quando o vi no outro dia, no Pubwaii, conversando com meu pai como se fossem velhos amigos. E se ele insistisse numa próxima vez, como me prometeu logo antes de eu ir embora naquela noite que fomos interrompidos pela chuva?

Meu lema é não me apegar aos garotos de verão, porque eles vêm e vão todo ano, rotineiramente, contudo Dylan passou por cima de qualquer regra que eu impus sobre isso. Imagino que sem mesmo querer. Ficamos mais de uma vez, nos tornamos amigos, amigos coloridos. Tinha tudo para dar errado, todo mundo sabe que isso nunca dá certo, e algo nos pensamentos dele, sobre o medo de acabar se, e me, machucando com uma aproximação tão íntima, o fez concluir que não deveríamos aprofundar a amizade nesse nível. 

Deixamos cinza o que antes era colorido. 

Besta como sempre fui, não levei tão a sério suas palavras. Confesso que até mesmo não facilitei para o seu lado quando ele tentou se afastar. Mas eu sei, sei, que não sou apenas eu quem queima como brasa quando há aquele simples toque efêmero de peles, ou até mesmo uma troca tênue de olhares. No entanto, agora entendo que ele passou por alguma situação que o deixou receoso. Não foi à toa que decidiu sair da cidade natal e vir passar as férias de verão num lugar que não há sequer um conhecido. Dylan veio espairecer e eu só trouxe mais coisas para ele se preocupar, mas, de certa forma, não me culpo unicamente, não sou tão ignorante, ambos temos nossa parcela de culpa nessa situação.

O problema, agora, é que não deixo de pensar na forma como esperei que ele falasse algo depois do beijo, como ansiei por seus lábios novamente sobre os meus, e percebo: não posso mais me aproximar assim, se não quero me arranhar no processo, contudo não me sinto tentada a me afastar.

Dylan só está de passagem, e eu sou apenas uma parada temporária.

— Meninas? — Evelyn se aproxima de forma inocente, suas mãos juntas atrás do corpo. — Queria trocar um assunto com vocês. 

Depois que saímos da Cachoeira do Pescador, voltamos à trilha. O rapaz de cabelos acinzentados continuou como se nada tivesse acontecido, mas o peguei me fitando de esguelha algumas vezes, quando eu parava para alisar meu joelho levemente ralado. 

Já estamos a meia hora de chegar ao fim da serra. Fito o Dylan e o vejo andar até a beira da cerca que limita a passagem por áreas restritas da trilha. Ele observa a mata, captura imagens, de costas para mim. Olho seus músculos retesados abaixo da camisa escura que usa. A barra do tecido se franze na região lombar, por causa do volume das nádegas cobertas pela calça jeans que complementa seu traje. 

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