Disposto a largar tudo para trás e viver em um novo lugar, Dylan Campbell embarca na jornada de se mudar para Surville, uma pequena cidade litorânea recheada de novidades.
Não sabendo muito bem o que fazer de seu passado, Dylan ocupa sua mente com...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O tocar constante do telefone me faz sair às pressas de dentro do banheiro, fazendo o possível para não tropeçar nas minhas próprias pernas devido ao piso molhado.
Assim que chego no quarto, jogo sobre os ombros a toalha e alcanço logo em seguida o celular sobre a escrivaninha, ao lado da cama. Vejo pelo ecrã o nome do Mathias brilhar insistentemente.
— Fala, irmão — digo ao atender a chamada.
— E aí, cara! Como tu tá? — ele pergunta, seu jeito extrovertido de falar se mantém intacto.
Por um momento, me sinto mal por não ter ligado para ele em nenhuma parte durante essa viagem.
— Estou bem… Levando, né — respondo, porque não é cem por cento mentira. — E você?
Ando até a cama e me sento na beirada. Uso uma das pontas da toalha e começo a remexe-la sobre meus cabelos, úmidos pelo recente banho.
— Cara, a situação aqui tá na mesma, nem sei dizer se é bom ou ruim — ele responde honestamente, como sempre. Acabo sorrindo enviesado. — Mas Zach tava propondo para irmos até você, cara. Te fazer uma companhia. Não sei se ele falou com você antes, sobre isso.
— Isso seria quando? — Já imaginava que uma hora ou outra eles bateriam aqui onde estou, porque sempre foi assim: nunca nos abandonamos, não importa a situação merda em que estamos. — Porque daqui uns dois dias vamos a um trilha que tem aqui na cidade, eu acho, aí vocês poderiam ir com a gente — completo.
— Na verdade, ainda não programamos uma data, mas posso falar com o Zach e combinar de estar aí amanhã, já que as férias aqui tão o maior tédio. O que acha?
— Pode ser, irmão — digo, antes de respirar fundo e deixar a toalha cair sobre meu ombro novamente, já com o cabelo enxuto. — Não se esqueça de trazer a Evelyn.
— Aquela lá não fica sozinha nessa cidade nem se a vaca tossir — brinca, e aposto que ele está sorrindo do outro lado da linha.
Evelyn sempre foi nossa amiga, desde o jardim de infância. Ficar sem essa aventura com certeza não seria algo que ela aceitaria, mesmo que não seja do seu feitio viajar, já que sua preferência é ficar em casa lendo algum livro.
— Além disso, ela não para de perguntar como você tá. Eu já falei para ela ligar para você, mas Evelyn sempre diz que tem medo de acabar te atrapalhando ou algo do tipo. Paranóica como sempre.
Comprimo meus lábios e faço uma careta para a penumbra do quarto, tentando anestesiar o desconforto súbito que surge em meu peito ao constatar que estou vacilando com todos os meus amigos.
Que porra de amigo eu sou?
— Fala para ela que pode me ligar quando quiser, e que não vai me atrapalhar — falo ao franzir o cenho. Levanto-me da cama e vou até a cômoda ao lado da janela, pronto para tirar uma camisa de lá. — Mas pode deixar que eu vou ligar para ela depois.
