Medos e inseguranças.

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Era 21h da noite e eu estava jantando com meus pais e Carol, falávamos descontraídos sobre nosso final de semana.

Meus pais tinham viajado no sábado pela manhã e haviam voltado hoje a tarde.

Depois do jantar, vou dar uma conferida nas redes e meu corpo inteiro congela com o que vejo.

Valentina estava com Fernanda, algumas outras meninas e Vitor em uma festa.

Fui atingida com um turbilhão de sentimentos, todos ruins de se sentir.

Ela não tinha falado comigo depois que sai de sua casa, pelo visto estava muito ocupada indo pra uma festa com essa desgraça da Fernanda pra falar comigo.

Me deito sobre o sofá da sala, suspiro frustrada, mergulhando em um mar de medos e inseguranças.

A verdade é que Valentina me causava paz, mas também tirava minha sanidade, e o pior, acredito que ela nem sabia disso.

Aquelas duas semanas longe dela, foram horríveis e vazias.

E os últimos dias, ótimos e completos.

Valentina tinha feito eu me sentir única na madrugada de sábado e hoje, na verdade ela faz com que eu me sinta assim o tempo inteiro que está perto.

Ninguém nunca tinha me desejado tanto, me feito me sentir tão mulher.

A verdade, é que Valentina me fodeu até eu literalmente não aguentar mais, como ninguém antes.

Mas foi além disso, ela cuidou de mim, teve troca, carinho.

Foi tudo leve e longe de parecer ser só sexo.

Mas ao mesmo tempo Valentina me deixa confusa e um pouco insegura. Ela tá comigo, mas em seguida, com outras.

Não é possível que pra ela eu seja só mais uma.

Que eu seja alguém que ela transa e some como se nada mais impostasse.

Ou era?

Uma lágrima surge em meu rosto ao pensar nessa alternativa, mas logo a enxugo.

Decido mandar mensagem, pois quem tá no inferno abraça o capeta, não é?

"Valen? Onde você tá?"

Fico ali encarando a tela do celular, até me sentir  uma grande otaria e me arrepender.

Exatos 43 mineiro depois, Valentina me responde.

"Oi lu, sai com o Vitor. Porque? E você?"

Como assim só com o Vitor??? Ela me acha otaria? E como ASSIM E EU??

Fico incrédula olhando pro celular.

"Em casa."

Minutos depois ela reponde.

"Entendi linda. Nos vemos amanhã então. 🤍"

Decido não responder. Eu já estava pilhada e Valentina ainda me omitiu que estava com Fernanda  e onde estava.

Se eu não significo nada na vida dela,  porque omitir coisas de mim?

Não é mais fácil mostrar logo o quanto não se importa em vez de me dar sinais confusos?

Fico remoendo as mensagens, remoendo as coisas que ela me disse no carro, o final de semana, tudo, e chego a conclusão que eu estou ficando maluca, e tudo culpa dessa estupida, ou será minha?

Acordo cedo no dia seguinte, e logo faço faxina, almoço, tudo pra me distrair.

Duda me busca mais tarde e estamos em seu carro indo pra faculdade.

- Bicha, eu to passando mal esperando você me contar como foi, bora amada!!

Falou enquanto batia palmas e depois voltou a segurar o volante.

Dei uma risada sincera e logo tratei de contar, pulando muitos detalhes pois limites né.

- Eu nunca havia sido comida tão bem em minha vida e acredito que nunca serei por ninguém mais.

Nesse momento eu senti Duda me olhar chocada com todas as informações que eu havia dado.

-Amiga eu to passada, mas não supresa. Bem que dizem que o negócio ali é forte, e daquele tamaninho..

Dou risada do comentário de Duda sobre a altura de Valentina, mas logo o sorriso some ao me atentar no "bem que dizem.."

- É, dizem.. Tava tudo perfeito até ela sair à noite pra uma festa com a Fernanda e outras meninas, não me mandou uma menagem se quer, eu to me sentindo, sei lá..

Falei olhando a rua e Duda certamente fazia o mesmo enquanto dirigia, ouvi a mesma suspirar e logo falar.

- Olha, eu te conheço, não adianta fragmentar. A festa ontem era aniversário da galera dela e do Vitor. A Fernanda estava lá.. mas e daí? Você nem sabe se aconteceu nada, e talvez ela tenha esquecido de te avisar, fora que né minha filha, calma lá..

A melhor parte de conversar com Duda ela que ela não me poupava, sempre me alertava quando eu estava passando do ponto.

Suspirei derrotada..

-Eu sei, eu só queria que, sei lá.. Eu só pensei muita coisa e me afundei nisso, era como se eu fosse única e minutos depois ela me mostrasse que eu era só mais uma.

- Eu acho que você está morrendo de ciúmes da Valentina, misturado com traumas de relações passadas e medo de que tudo se repita.

Duda tinha razão. Eu estava com ciúmes, com medo e com anseio de onde tudo aquilo ia parar.

- Você fala isso porque o Igor não é um galinha no cio.

- É.. mas eu confio no que sentimos e sempre nos comunicamos. Que tal você fazer o mesmo, fofinha?

Me olhou e me deu língua, a correspondi

Mais um vez, Eduarda tinha razão.

Chegamos na faculdade, não teríamos a primeira aula diferente do restante do pessoal de sempre, então eu e Duda ficamos pelo pátio em um papo descontraído com o Guilherme,  nosso colega de turma do qual eu descobrir trabalhar na empresa qual eu faria um processo seletivo.

Ele me contava animado sobre a empresa, prometeu me dar uma força e que já estava torcendo por mim.

Duda me cutuca e eu olho pra onde ela disse, Valentina estaca vindo em nossa direção, com uma menina que estava ontem.

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