Revelação.

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Como esperado, minha mãe tinha sido a pessoa mais insuportável do mundo no jantar.

Eu me controlei o máximo que pude pra não explodir, mas tenho certeza que se não fosse pela terapia e pela Luzia ao meu lado, eu teria quebrado aquela mesa de jantar inteira.

Estava concentrada na rua próxima a casa de Luiza quando escuto a mesma me chamar.

- Amor?

- Oi linda.

- Tá estressada ainda?

- Mais do que eu gostaria..

-  Quer entrar?

- Não acho uma boa ideia amor, to irritada e posso acabar machucando você, fora que seus pais estão em casa..

- Você não vai, mas caso aconteça, eu aviso. Lembra?

- Certeza que você quer?

Perguntei a olhando nos olhos, eu tinha muito medo de que Luiza, mesmo que de forma involuntária fizesse algo apenas pra me agradar.

- Claro amor, vem.

Concordei e entramos na sua casa.

Cumprimentei  toda sua família, conversamos  e logo  fomos pro quarto.

Não faço ideia de quantas horas exatas, mas eu sei que foram muitas em um sexo violento e delicioso.

Luiza se deitou sobre meu corpo e encaixou seu rosto em meu pescoço, dando beijos ali.

- Lu?

- Hã?

- Me desculpa pelas coisas que minha mãe disse, eu já esperava que ela seria uma insuportável, mas me desculpa.

Luiza levantou um pouco o corpo e posicionou sua cabeça para que pudesse me olhar nos olhos.

- Você não tem culpa pelas coisas que sua mãe diz ou pensa. Eu amo você, e te asseguro, ela quem perde em não ver a pessoa incrível que você é.

- Não tenho nada de incrível.

- Claro que tem. Você é gentil, educada, protetora, você é leal, e tantas outras coisas que eu amo, quando você decidi sair da sua armadura de ranzinza maluca.

Dei risada, - Eu não sou uma ranzinza maluca..

- Você é amor, admita, mas eu te amo incondicionalmente mesmo assim. Eu entendi onde sua mãe queria chegar, você sabe que eu faria tudo por você né?

- Tudo que minha mãe sempre quis é se livrar de mim, pra ela eu sou um fardo, uma doença, sei lá. A maior vontade dela é que eu encontre alguém que me controle assim como ela fez, mas que essa pessoa suporte todas as coisas ruins que eu possa oferecer, afinal somos os Albuquerques, jamais poderíamos estar em algum escândalo...

Luiza se sentou sobre a cama em forma de índio, se cobriu com o lençol e me olhou atenta.

Eu fiz o mesmo.

- Valen, você sempre me disse que sua relação com a Fernanda era apenas uma amizade com benefícios. Mas não me pareceu ser isso, sua mãe achava que vocês iriam ficar juntas..

- A família dela é amiga da minha de longa data, ela foi a primeira amizade que fiz aqui assim que voltei dos meus avós. Sempre fomos grudadas, e nossa família sabia que existia um envolvimento. Minha mãe e o pai dela sempre fizerem gosto de que isso se tornasse uma relação séria, mas eu sempre cortei todas essas hipóteses.

- Mas tem mais coisa, não tem?

- Tem. Meses atrás a Fernanda me contou de uma conversa dela com minha mãe, onde minha mãe induzia a mesma a insistir em mim, a tentar uma relação séria, e fazer o possível pra vingar. Era uma espécie de acordo, onde as duas sairiam ganhando..

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