Discussão.

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Fiquei verdadeiramente feliz por Luiza ter começado o estágio, eu via o quanto ela era esforçada e merecedora.

Minha felicidade por ela, não anulava o incômodo com a relação dela e Guilherme.

Eu sentia segundas intenções nele, e isso me sufocava.

Nos dias seguintes eu me esforçava ao máximo pra ignorar esses sentimentos dentro de mim, as vezes era impossível estar no mesmo ambiente que ele, ou ver Luiza comentar algo sobre ele.

Optei em ir pra casa assim que acabava às aulas, ficava um tempinho com Luiza mas logo vinha embora tomar banho de banheira e beber vinho vendo série pra me distrair, estava sendo minha terapia, já que assassinato era crime.

Era sexta, estava animada pra saber o que faria final de semana.

Já tínhamos assistido todas as aulas, estávamos todos juntos no pátio, inclusive Fernanda e Guilherme..

- E essa altinha na praia amanhã? Perguntou Roger.

Eu e Igor aceitamos de imediato, as meninas fizeram um pouco de cu doce mas toparam.

Logo Guilherme se intrometeu dando palpite sobre em qual praia era melhor, e outras opiniões que ninguém havia lhe pedido.

Eu estava de saco cheio, no meu limite.

- Porque você não cala a porra da boca? Falei com rispidez olhando ele com raiva.

Todo mundo que estava conversando parou e me olhou.

Ele sorriu e tentou levar na brincadeira, mas eu estava com raiva.

- Quê isso Valen? Tá de TPM?

Perguntou achando ser divertido.

- Eu tô é de saco cheio de você, da a porra de um tempo.

Falei novamente com rispidez enquanto o encarava.

- Quê isso Tina? Disse Fernanda, me olhando.

- Você também Fernanda, fica na tua.

Me levantei e olhei Luiza que me olhava assustada, peguei minha mochila e meu celular que estava sobre a mesa.

- Posso te levar em casa Luiza?

Falei com a voz dura, porém mais calma do que a que usei com Guilherme.

Luiza olhou pra Carol e Duda, concordou com a cabeça e levantou, andamos em direção a garagem e eu abri a porta do carro pra ela - Entra!

Ela permaneceu calada, bati a porta após ela entrar e fui pro meu lado.

Entrei, travei as portas e sai cantando pneu.

Parei o carro perto da casa de Luiza como de costume.

Percebi ela me encarar aguardando uma explicação.

Tirei meu cinto e virei pra ela, suspiro e pergunto de uma vez:

- Você tá ficando com o Guilherme, Luiza?

Ela me olha com uma feição incrédula com minha pergunta e de supetão me responde.

- Eu? Claro que não, ele é só meu amigo, e agora colega de trabalho. Ele só é gentil, diferente de você que foi absurdamente grossa hoje sem motivo algum.

- Sem motivo Luiza? Você tá se fazendo? O cara da em cima de você o tempo INTEIRO.

- Claro que não Valentina, mas e se estivesse? Você fica com todo mundo, você saiu domingo com a Fernanda e mentiu pra mim. E acha que tem direito de algo?

- Eu não menti. Eu estava com o Vitor, encontrei com ela lá, não aconteceu nada entre a gente, a Fernanda sabe o lugar dela, ao contrário do Guilherme. Ou ele sabe bem e por isso fica tão em cima de você, e eu que to enganada?

- E qual é o lugar da Fernanda? Na sua cama? Você comeu ela logo após me deixar em casa Valentina, eu fiquei preocupada em algo poder ter te acontecido quando o Igor disse que você tava sumida, e você tava na cama com outra.

Luiza estava com a voz alterada e com o olhar sombrio sobre mim.

Eu não estava diferente, diria que até pior, a veia do meu pescoço saltava.

- Luiza, você tinha ignorado minha mensagem, estava um pouco distante, eu entendi que você não queria nada comigo, e eu só precisava..

- Transar? É tudo que você precisa né?
Ela me interrompe.

- Me desculpa te deixar preocupada, não era minha intenção.. falei com sinceridade.

- Porque você não me disse que ela estava com você domingo? E porque não me disse onde estava?

Luiza insistia, percebi que ela estava com isso preso há dias.

-Eu não achei necessário, eu tava com meus amigos.

- Não achou necessário.. ela repetiu o que eu tinha dito.

- O que você fez duramente as duas semanas que ficamos afastadas?

Eu engulo em seco com aquela pergunta.

Eu havia transado quase todos aqueles dias, mas eu não iria dizer isso a ela.

- Seu silêncio já me responde.

Ela encosta no banco do carro e olha pra rua pela janela.

Me sinto culpada, encurralada e pressionada, fora a raiva daquele imbecil  que continua presente.

Luiza põe sua bolsa no ombro.

- Eu já vou.

E abre a porta do carro pra descer.

Eu rapidamente seguro seu braço, impedindo sua saída, enquanto apertava o volante do carro com uma força absurda com minha outra mão.

Luiza olha minha mão em seu braço, em seguida olha a outra sobre o volante.

- Eu não quero mais brigar.

Disse a mesma ao fechar a porta novamente e se sentar.

- Eu sinto ciúmes de você.
Eu me importo com você, me incomoda muito imaginar outra pessoa te tocando.
Eu não fiquei com mais ninguém desde que soube que meu interesse por você era correspondido. Não senti vontade de nenhum corpo além do seu. E acima de tudo, não senti vontade de nenhuma outra companhia além da sua.

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