Será?

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(Mais um pois hoje estou de bom humor em.)

Carol pegou carona com Valentina dessa vez, o que foi uma surpresa já que ela sempre voltava com o Roger.

Assim que entrei em casa fui correndo abraçar meus pais, só tinha sido um final de semana longe mas eu sentia saudade como se fosse semanas.

Ficamos na cozinha conversando por um tempo, deixei minha bolsa no quarto e fui pro banheiro tomar banho, quando voltei e entrei no quarto, estavam Duda e Carol sobre minha cama.

- Que susto porra, vivaram assombrações agora?

Falei colocando uma mão sobre o peito.

- Ih, tá assustada assim porque? Tá devendo?

- Até parece Eduarda.

Escolhi um pijama de frio em meu guarda roupa e estava saindo novamente pra me trocar no banheiro.

-Não vai se trocar aqui Sis?

- É, a gente já viu as marcas no seu pulso. Até imagino como deve tá o resto.

Comentou Duda, rapidamente eu fechei a porta para que meus pais não ouvissem nada daquilo.

- Gente pelo amor de Deus, falem baixo.

- Ué, tá com vergonha?

- Não tenho do que ter vergonha Carol, não fizemos nada de errado, só é algo que ninguém precise saber.

- Nem sua irmã e sua melhor amiga que tanto te ama?

- Ai Eduarda, fofoqueira .

Me sentei na ponta da cama e comecei a contar sobre o final de semana.

- E todas essas marcas foram num sexo só? Perguntou Carol me analisando.

Concordei com a cabeça.

- Menina, passada, bem que a Fernanda comentou que ficou com a bunda marcada por dias uma vez.

- Bacana Eduarda, precisava lembrar da ex dela? Falei irritada.

- Não é ex já que você é a única namorada dela até então. Inclusive eu to passada, a Valentina apaixonada, e namorando.. xota de mel você em dona Luiza.

Falou enquanto ria da minha cara emburrada.

- Não importa, odeio saber dessas coisas.

-Ih, e ainda reclama da Valentina, dodóizinha da mesma forma.

- Meu ciúmes não chega 1% do da Valentina, e eu tenho motivos.

- Sis, não defendendo, mas o Guilherme da em cima de você sim, todo mundo percebe..

- É, eu sei.. Mas eu não tenho muito o que fazer, sabe? Parece que se eu assumir, vai dar liberdade pra Valentina surtar ainda mais. E, eu já deixei claro pra ele que tava ficando com ela e que não iria rolar.

- Não contou que vocês estão namorando?

- Ainda não.

- Bom, talvez com seu novo status ele ao menos disfarce melhor.

- Seria uma boa, lidar com o ciúmes da Valentina as vezes é um teste pra cardíaco.

- E as outras? Perguntou Carol.

- As vezes é gostoso, me sinto única, amada e desejada, sabe?

- Sei.
Respondeu enquanto me olhava.

- Ih Luiza, você tá me saindo uma passiva submissa de primeira linha em, a Valentina deve tá feliz da vida.

- Eduarda!!! Me respeita.

- Sério, quem te viu, quem te vê em.

- Falando assim até parece que vocês não fazem as vontades do Roger ou do Igor, desde que vocês queiram também, óbvio. Eu em gente, relacionamento é isso, se abdicar, se doar, entender, acolher e todas essas coisas que não lemos em livros de romance onde tudo é perfeitamente perfeito.

- Tá amiga, a gente só tava enchendo seu saco e você nos lacrou!

-Mas olha, eu gosto da Valen, não pense ao contrário, mas

-Carol!!! Interrompeu Duda.

-Eu tenho que comentar, ela é minha irmã.

- Fala.

Já era a segunda vez que ela insinuava algo, eu queria saber.

- Cuidado tá? A Valentina é uma ótima pessoa, até pisarem no calo dela e ela virar uma bomba prestes a explodir.

Olhei Eduarda que balançava a cabeça em reprovação em direção a Carol.

- Que foi? Até parece que você não sabe dos problemas de raiva dela, a faculdade toda sabe, deve ser por isso que ela

- CAROL!
Duda interrompeu novamente.

- Diz.

- Olha, acredito que na verdade não seja nada do que você já não saiba. Eu fico feliz por você estar em um bom relacionamento, eu só me preocupo e quis te contar, que existem coisas não muito boas sobre ela também.

- Assim como existem coisas não muito boas em você, na Duda, e até em mim.
A Valentina nunca faria algo ruim comigo, isso eu te asseguro, caso seja essa sua preocupação.

- É, com você não.

- Eduarda você não vai falar nada?

Perguntei já de saco cheio das entrelinhas e insinuações de carol.

- Gata, você conhece a namorada que tem, sabe muito bem que ela além de gostosa e uma máquina de sexo, ela é ciumenta e temperamental. Não sabe?

- Sei. Mas nada disso é motivo pra carol ficar pressupondo coisas.

- Mas eu não to pressupondo Lu, eu sou sua irmã mais velha, só me preocupo com você e quis te alertar sobre ela ir de 0 a 10 com mais facilidade do que outras pessoas.

- É amiga. Mas relaxa tá? Eu também sei que a Valentina nunca faria nada com você, é só a Carol sendo a querida que ela é.

Duda parecia tentar encerrar o assunto, mas eu sentia que ainda tinha algo mais ali.

Eu já havia notado o temperamento de Valentina e a forma agressiva dela quando sentia raiva, em uma de nossas discussões ela apertou tanto o volante do carro que não sei como seus dedos não se quebraram ali.

Fora que ela sempre dirigia como se estivesse em valores e furiosos quando estava irritada, e eu sabia muito bem porque ela fazia aquilo.

Inclusive, acredito que seja por isso que ela se dedique tanto na academia, no muay thai, e até no...sexo?

Nesse momento veio um pensamento em minha cabeça, a Valentina era ninfomaniaca? Não, claro que não Luiza, deixa de ser maluca. Mas será?

- Gente..

Falei sem ao menos perceber.

- Diga.  Disseram às duas no mesmo instante e deram risada.

-Nada, deixa pra lá.

- Eu em, esquisita.

Tentei tirar isso da minha cabeça, afinal não faz sentido. Por mais que Valentina aparente gostar bem mais de sexo do que da própria família, ela não se encaixava no quadro de uma pessoa com a doença, é não faz sentido..

Duda e Carol logo começaram a falar sobre o aniversário do Roger que seria daqui duas semanas. Eu finalmente me troquei e em seguida descemos as três pro jantar.

Jantamos com meus pais, falamos sobre diversos assuntos, contei a eles que eu e Valentina estávamos oficialmente namorando, meu pai não ficou muito contente pois na cabeça dele a Valentina deveria ter pedido minha mão a ele, mas minha mãe ficou genuinamente feliz e disse que iria planejar um jantar para se conhecerem.

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