Meu amanhecer.

1.9K 157 45
                                    




                                        DUDA.

- Ei cunhadinha, faz lá aquela caipirinha que só você sabe.

- Oh Duda, deixa minha esposa em paz.

- Luiza, para de ser egoista vai, deixa ela me servir também.

Estamos curtindo o domingo em família, hoje nem a jararaca da minha querida sogra Catarina estava me tirando a paz, pelo contrário, tava me dando paz, ficando com as crianças, uma delicia curtir uma piscina e poder jogar a responsabilidades pros avós.

Valentina reclamou mas me fez mais uma caipirinha, e ainda me serviu mais um pratinho de churrasco, assim que eu gosto.

Eu me sentia em paz de ver o quanto ela e a Luiza estavam felizes e em paz agora. Eu prefiro não me lembrar das coisas que aconteceram no passado, tudo quase se acabava junto ao casamento delas, o meu e do Igor, e toda nossa família, ficou insustentável por um bom tempo.

A Luiza entrou em depressão pós parto, eu percebi logo de início pois quase passei pelo mesmo na minha segunda gravidez. Eu e o Igor também tivemos brigas constantes, por desgaste, e muito pitaco da Catarina, mas nada nunca chegou perto dos extremos em que vi e ouvi vindo delas duas.

A Valentina não parecia mais ser a mesma com que a minha melhor amiga tinha casado e vivido todos esses anos juntas, mas sim aquela Valentina que eu tinha pé atrás. Estupida, viciada em sexo, isso quando procura pela Luiza, agressiva, autoritária e escrota, pra ser sincera, ou um tanto pior, e eu ODEIO essa Valentina.

                              


                               FLASHBACK.

          
- O que é isso Luiza?? De novo?

Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo, pela segunda vez em menos de um mês.

Luiza rapidamente cobriu os braços e me olhou sem jeito.

- Eu também já vi seu rosto. Nem toda essa maquiagem consegue esconder.

- Não me faz falar disso, por favor.

- Não quer falar sobre? Então me escuta. A Valentina tá se comportando da mesma forma que agia com você quando tinha 20 anos de idade, mas agora ela tem 32, Luiza! É mais que uma adulta. Você não é saco de pancadas, não é pinico e muito menos a porra de uma boneca sexual.  Eu não me importo com o que ela tá passando, se a cabeça fodida dela voltou com tudo, ela e a Catarina que vá pro diabo que o parta! Olha o seu braço. Você chegou aqui da mesma forma dias atrás. A Valentina não é sua dona Luiza, por mais que você deixe ela se sentir assim, isso é loucura!

- Eduarda ela é minha esposa. É a pessoa que mais amo nesse mundo, nada disso tá sendo fácil pra nós duas. Por mais que você não entenda, eu não vou desistir do meu casamento.  E ela só apertou meu braço porque eu tive uma fala infeliz,  foi culpa minha. E você sabe que eu infelizmente também já fiz o mesmo e até pior. Mas agora não vai mais se repetir.

Era verdade, a Luiza também tinha ultrapassado os limites, infelizmente.

- Todas as outras vezes também foram culpa sua?

- Eduarda, para! Que inferno, eu já to mal o suficiente.

- Luiza você percebe que chegou em um nível que você ACEITA TUDO? Você se ouviu quando você me contou que a perdoaria caso ela tivesse te traindo e que continuaria com ela? Que doença é essa? Parece uma obsessão fodida.

- A partir do momento que aceitei a Valentina como minha esposa, eu escolhi todas as possibilidades que poderiam surgir, boas e ruins. Eu escolhi amar a Valentina, escolhi toda bagagem dela. Escolhi ser paciente. Eu não abriria e nem vou abrir mão do MEU casamento tão fácil assim.

Em seus olhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora