Pensar.

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- O que tem na mala?

Perguntou Luiza ao sentar na cama.

Estávamos na cobertura do Leblon e iríamos passar todo o final de semana ali, bom assim espero..

-Algumas coisas do qual eu gostaria muito de usar com você, caso você queira..

Falei de forma rápida e simples, já tive vontade de abordar esse assunto com Luiza antes, mas tive receio dela não se sentir confortável e não aceitar.

Já estávamos há dois meses juntas, tínhamos uma vida sexual bem ativa, eu não tinha do que reclamar mas eu sentia falta de certas coisas, na verdade eu sentia muita falta.

O rosto de Luiza ruborizou e ela apenas sorriu.

-Lu, você já praticou BDSM?

Perguntei de uma vez e de forma tranquila.

Ela negou com a cabeça.

- Tem algum conhecimento sobre?

- De forma rasa..

- Bom, eu vou te explicar.
É basicamente ter relações sexuais no qual se sente prazer na dor.. Em causar, ou receber.
Você seria submissa a mim, e tudo seria consentido, obviamente. Teríamos uma palavra de segurança e eu pararia de imediato. Eu não quero machucar você, quero te causar prazer assim como causaria em mim, mas pra isso, você precisaria confiar totalmente em mim e estar disposta a expandir seus limites.

Luiza ouvia atenta, parecia pensar, e me olhava de forma curiosa.

- Você sentiria prazer em me causar dor?

- Sexualmente e desde que você sentisse prazer, sim.

- Entendi.. mas meio que você já faz isso todas as vezes que transamos.

Falou com o olhar meio distante como quem ainda parecesse pensar em algo mas em seguida me deu um sorrisinho.

- É um pouco diferente.. Sorri sem jeito.

- Porque uma palavra de segurança? Eu simplesmente poderia dizer "para."

-As vezes durante o ato, achamos que não vamos suportar tal situação pelo limite de tesão ser quase insuportável e acabamos dizendo "para" por puro instinto.. Por isso a palavra de segurança, pra ser uma certeza absoluta.

- Uau, faz sentido..

Disse enquanto ainda parecia analisar a situação.

- Com quantas pessoas você já fez isso?

- Lu.. a olhei suplicando com o olhar que não entrássemos nesse assunto.

- Eu só quero saber, não vou ficar chateada.

Respondeu transparecendo tranquilidade.

- Com algumas..

- Entendi. Seria minha primeira vez..

- Só se você se sentir segura comigo e ter total certeza.

- Eu me sinto segura com você e acho que faria tudo com você.

- Você confia em mim?

- Confio. Posso pensar?

- Claro linda. Quer ver filme até pegar no sono?

Mudei de assunto, não queria que ela se sentisse pressionada, por mais que eu gostaria que acontecesse ali e agora, eu sabia que era algo sensível para algumas pessoas.

Ela assentiu e nos deitamos, coloquei um filme mas nos beijávamos mais do que assistíamos.

Percebi que Luiza demorou a pegar no sono, fiz cafuné em sua cabeça até a mesma finalmente adormecer, fiquei a observando por um tempo até apagar também.

 

                                        Luiza.

Eu estava em completo estado de choque interno, não necessariamente um choque, mas minha cabeça não conseguia raciocinar direito.

Valentina gostava  de sadismo.

E queria praticar em mim.

Era como se eu já esperasse por aquilo afinal estávamos juntas um tempo e eu já a conhecia, mas mesmo assim me causou surpresa, talvez medo ou anseio.

Ela me explicou de forma direta, e ouvir aquilo dela me tranquilizava um pouco, e até me despertava curiosidade, confesso.

A verdade é que todas as transas com Valentina até então nunca haviam sido como as que tive antes dela, ela me causava prazer e me deixava satisfeita como ninguém, era sempre perfeitamente bom, porém diferente.

Ela me afirmou já ter feito com outras pessoas, e era óbvio. Senti um leve ciúmes retroativo, eu odiava pensar em Valentina com outras pessoas, mesmo que fosse no passado.

A verdade é que eu fiquei tentada a aceitar, era algo que eu nunca tinha feito, todas minhas relações sexuais haviam sido da forma mais tradicional possível, até conhecer Valentina.

Mas agora eu me sentia pronta a quase tudo.

Eu me sentia pertencente a Valentina, essa era a verdade. Como se meu corpo fosse feito pra ela, e para o dela, ela havia me tomado por inteiro e eu amava isso.

Acredito que não exista algo do qual eu não estivesse disposta a fazer e a sentir com ela, e por ela.

Naquela noite eu demorei pegar no sono, estava pensando inúmeras coisas, eu tinha a sensação que ainda existia algo em Valentina que eu não soubesse e isso me deixava ansiosa.

Ela ficou ali, fazendo cafuné em mim até que adormeci.

No dia seguinte acordamos razoavelmente cedo.

Saímos da cobertura e fomos tomar café no restaurante que tinha no edifício.

Nosso almoço também foi lá.

Na tarde fomos aproveitar algumas das inúmeras coisas que era disponibilizadas ali, como sauna e massagem.

Tivemos um dia incrível, curtindo plenamente a companhia uma da outra, vimos filmes do jeitinho que gostávamos de fazer, conversamos sobre inúmeras coisas, Valentina me contou sobre sua família, comentou sobre alguns problemas com a mãe, que havia morado um tempo com os avós, inclusive descobri que ela fazia muay thai, talvez seja por isso que ela tivesse aquela força e agilidade toda, mas aquela sensação de que tinha algo a mais, ainda estava ali.

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