Namora comigo?

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Acordei pela manhã completamente perdida no tempo e espaço, Valentina não estava na cama o que me fez pensar que já seria tarde, não tinha ideia de onde meu celular estava, mas não me importei.

Levantei e fui até o banheiro, fiz minha higiene pessoal, decidi tirar o roupão e me olhar no espelho.

E sim, existiam marcas pelo meu corpo inteiro, como o esperado, mas eram leves.

Minha bunda era onde estava mais visível, era fato que eu ficaria um tempo sem usar um biquíni, mas não é um problema.

Sorri lembrando da noite anterior, e de tudo entre mim e a Valentina até agora, nem eu mesma sabia explicar o que aquela mulher me causava, eu até tentei ficar longe, mas parece que existia um imã que me puxava de volta para ela.

Valentina estava me mostrando uma vida nova, não só sexualmente, mas romanticamente também, ela me passava segurança, me passava proteção, amor, carinho e desejo, isso mesmo sem estabelecermos uma relação.

As vezes Valentina era cabeça dura como ninguém, muitas vezes era melhor lidar com uma criança.

E bom, Valentina também se mostrou ser uma pessoa bastante ciumenta, não que eu não fosse, mas eu sabia me controlar, já ela..

Com os dias passando, eu fui aprendendo a contornar, as vezes eu simplesmente ignorava, outras a gente discutia, outras entrávamos em algum acordo e tudo ficava bem.

Eu acredito que Valentina saiba sobre meus sentimentos, e que o ciúmes dela seja mais uma questão consigo mesma do que sobre não confiar em mim.

Já tive outros relacionamentos antes de Valentina, um bem duradouro inclusive, mas nunca me causou nada semelhante do que eu sentia agora.

As vezes eu me pego com medo, por me sentir tão entregue e suscetível a alguém.

"Esses prazeres violentos tem fins violentos, e morrem em seu triunfo, como o fogo e a pólvora, que, ao se beijarem, se consomem."

Eu tinha me apaixonado com um beijo e desde então, Valentina me consumia, e também me revitalizava.

Decidi sair em busca dela, quando cheguei na cozinha, a mesa estava posta, com todas as coisas que eu gostava, e uma rosa vermelha com um bilhete em baixo, que eu logo abri e comecei a ler.

"Você tava linda dormindo e eu não quis te acordar. Caso eu não esteja aí quando ler isso, estarei na academia do prédio treinando e pensando em você, assim como faço o tempo todo desde que te conheci.
Aproveita o café da manhã, você precisa repor as energias, e, tenho uma música que quero muito que você escute."

Terminei de ler aquilo com o melhor sorriso que eu poderia ter nos lábios, eu senti meu corpo febril, meu coração estava aquecido, como ela poderia ter me fodido daquela forma ontem à noite e ser tão doce agora?

Decidi tomar o café da manhã, comi um pouco de tudo que tinha ali, na verdade comi pra caralho, eu tava de fato com uma fome absurda.

Assim que terminei, fui em busca do meu celular, o encontrei no sofá na sala, não me lembro de tê-lo deixado ali, acredito ter sido Valentina.

Abri o Spotify e busquei pela música que ela tinha dito.

Era "BB (garupa de moto amarela)" do Tim Bernades.

Eu escutei uma vez, duas, três, quatro vezes e ainda não estava acreditando.

Valentina estava me pedindo em namoro. Não estava?

Ela estava se declarando pra mim através de uma das músicas mais bonitas que eu já tinha ouvido.

Quando eu estava repetindo a música pela quinta vez, Valentina entra pela sala.

Estava com o cabelo preso, o rosto vermelho, com roupa de malhar e completamente suada, era a mulher mais linda do mundo.

Ela logo me olhou e sorriu ao perceber que eu estava ouvindo a música, eu levantei e fui em direção a mesma.

-Valen, que música linda.

- Você gostou?

Balancei a cabeça em afirmação, meu sorriso estava cada vez maior, eu sabia que meus olhos deveriam estar brilhando, eu tava ansiosa, nervosa, me sentia uma adolescente depois de dar o primeiro beijo.

Valentina se aproximou de mim, e começou cantarolar acompanhado a música de fundo.

"É meu feriado favorito, você
Quem eu quero ser tem que estar do seu lado
Já me apaixonei ficando cego, bebê
Com você eu sonho de olho aberto, bebê
Quero amar e sempre ver de perto você."

Ela não tirava os olhos de mim, estava cada vez mais próxima.

Eu repeti tanto aquela música que eu já sabia cantar a mesma inteira, então cantarolei de volta, com meu rosto quase colado ao dela:

"Você muda tudo, e tudo fica tão bem
Mil cores, melhores amigos
Nós não vamos mais ser tão sozinhos, bebê
Conto com você, pode contar comigo."

Valentina sorriu, eu passei meu nariz no dela, e a beijei, com calma, com carinho e afeto, ela retribuiu e colocou sua mão em minha cintura.

Ela interrompeu o beijo assim que a música acabou, mas não afastou o rosto do meu.

- E aí, namora comigo? Eu namoro com você.

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