Englot: Doce Melodia

Desafios

Point of View Charlotte

"Senhoras e Senhores sejam bem-vindos à Bangkok. Por medidas de segurança mantenham-se sentados até que o aviso de atar cintos sejam desligados."

Despertei com o aviso sonoro do avião, não sei por quanto tempo dormi, geralmente fico muito entediada em voos e quase nunca consigo dormir, mas dessa vez simplesmente apaguei, estava de fato muito cansada.

Sai do avião e fui logo para o desembarque na esperança de conseguir pegar minha bagagem o mais rápido possível, a essa altura com certeza minha mãe já estava me esperando no saguão do aeroporto, e a conhecendo bem, devia estar andando de um lado pro outro tentando controlar a ansiedade.

Avistei minha mala, ainda bem que foi rápido. Fui andando o mais rápido que conseguia e quando passei pela porta vi minha mãe com um sorriso enorme enquanto balançava os braços no ar sem parar.

- Filha, que saudades de você meu amor... minha mãe falava enquanto me prendia numa abraço tão apertado que me deixou quase sem ar.

- Mãe, que saudades de você também.. uhf.... tentei respirar enquanto era espremida por ela.

- Como você está linda meu amor, disse finalmente me soltando

- Ah mãe, só você mesmo... corei um pouco com o elogio dela.

- Você deve estar cansada né? Vamos para casa antes que o transito caótico de Bangkok piore.

O caminho até a casa da minha mãe foi tranquilo, eu observava as ruas, os prédios que passavam por nós e só conseguia pensar em como tudo aqui era diferente do que eu imaginava. Depois que meus pais se divorciaram, minha mãe resolveu voltar para Tailândia, sua terra natal, mas eu decidi que ficaria com meu pai em Londres, por pouco tempo até que me mudasse para o campus da universidade.

Nunca estive na Tailândia antes, tudo que sabia desse país era o que minha mãe me contava ou o que pesquisava no Google, então não sabia bem o que esperar, mas confesso que estava fascinada o quanto essa cidade é linda e moderna ao mesmo tempo que é tradicional, é como o passado e o presente coexistindo em perfeita sintonia.

(passagem de tempo)

Terminei meu banho, e vesti logo meu pijama. Estava morrendo de fome, mas estava com mais sono, então deitei na cama para descansar um pouco e logo adormeci.

[bip bip bip]

Acordei assustada e um pouco perdida, não sabia que horas eram, apesar de estar bem claro do lado de fora da janela. De onde vem esse barulho?

[bip bip bip]

Meu celular... Reconheci o toque mas não conseguia saber de onde vinha o som, não lembro onde deixei ele na noite anterior...

[bip bip bip]

Fui seguindo o som que vinha da minha mala... Não... Na verdade vinha da minha bolsa, na cadeira ao lado da cama

[bip bip bip]

- Alô? Me apressei em dizer antes que a ligação caísse, na pressa de atender a chamada acabei não vendo que número era aquele

- Srta. Charlotte Austin? Uma voz feminina falava do outro lado da linha.

-Sim, sou eu mesma. Quem é? Perguntei.

-Me chamo Dara, falo em nome da Fenix Music. Recebemos seu currículo na última semana e gostaríamos de convidá-la para uma entrevista de emprego.

-Claro, adoraria participar da entrevista. Você pode me passar mais detalhes da vaga?

-Absolutamente. Passarei todas as informações para seu e-mail, poderia me informar seu endereço de e-mail, por gentileza?

Informei meu e-mail para a mulher simpática que falava comigo ao telefone. Agradeci sua ligação e encerrei a chamada. Estava muito feliz em conseguir uma oportunidade tão rápido, embora não soubesse quanto tempo ficaria em Bangkok, sabia que não podia ficar sem fazer nada. Por isso me inscrevi em diversas vagas de emprego, e para minha sorte foi mais rápido do que imaginei que seria.

Point of view Engfa

- Eu não sei por mais quanto tempo vou aguentar não ter notícias sobre o início das gravações do álbum, Plaifa... resmunguei para minha irmã pela quinta vez naquele dia.

- Calma, Engfa... Só fazem seis dias desde que você assinou o contrato, e seu empresário já falou que essas coisas demoram mesmo... minha irmã falou tentando me acalmar.

- Tá, mas o que eu faço até lá?

- Você deveria focar sua energia em compor, afinal você tem um álbum para gravar e com certeza novas composições são sempre bem vindas.

- Você está certa. Eu vou fazer isso, ou tentar pelo menos... Não sei se consigo nesse estado de ansiedade em que me encontro, suspirei.

Tenho quase certeza que vi minha irmã revirar os olhos, só ignorei. Ela estava certa, eu precisava trabalhar com o que tinha no momento, que eram minhas composições. Fui para meu estúdio, peguei meu caderno, meu violão e nada... Não conseguia pensar em nada.

***

Oie

Como estamos até aqui? Desculpem os capítulos mais longuinhos, mas gosto de introduzir bem nossos personagens. Ansiosos pela continuação? Não esqueçam de comentar o que estão achando. 

Até mais.