Visita inesperada pt. 2

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Point of view Charlotte

"Talvez não seja uma ideia adotar um gatinho"

Pensei olhando para o bichano esparramado no meu sofá, pensando na possibilidade do dono dele não aparecer.

- O que vamos fazer hoje, meu amor? Minha mãe perguntou enquanto se servia de uma xícara de café.

- Na verdade eu tenho planos, Mãe.

- Hum.. Você já fez amizade no trabalho? Perguntou curiosa.

- Eu tenho conversado com algumas pessoas da equipe, nos seguimos no Instagram, mas só isso. A pessoa que sou mais próxima é a Engfa - falei dando de ombros - marquei de almoçarmos juntas e dar uma volta na cidade depois.

- Que bom, filha. Bem, eu vou ficar em casa o dia inteiro, então se alguém aparecer estarei aqui. Disse apontando para o gato deitado no sofá.

Já havia contado para minha mãe sobre o meu trabalho, e que minha principal função era ser o braço direito da Engfa, então ela sabia de quem se tratava.

Tomei um café rápido e resolvi sair para correr, já que meu compromisso com P'Fa era só na hora do almoço.

(passagem de tempo)

Após 50 minutos de corrida, voltei para casa. Sempre amei praticar esportes, durante a faculdade eu saia para correr todos os dias, mas desde que cheguei em Bangkok, essa era a primeira vez. Preciso voltar a praticar alguma atividade, o problema é que meus horários são meio loucos, talvez nem sempre conseguisse correr.

Hoje enquanto estava esperando o elevador, vi uma pequena academia no perto do hall de entrada do prédio, acho que isso pode me salvar nos dias que não puder sair.

Abri a porta de casa e aquele gatinho fofinho veio logo ao meu encontro, preciso lembrar de comprar ração, ele não pode sobreviver apenas de leite e água. Fui para meu quarto, me despi e entrei no chuveiro, a água estava quase fria, aliviando um pouco da minha temperatura corporal.

Mal saí do banho e a campainha tocou, uma, duas, três vezes... Ué, minha mãe falou que não ia sair de casa, enfim. Vesti meu roupão, prendi meu cabelo com a toalha e fui atender a porta.

- Oi, bom dia! Disse a mulher a minha frente.

- Bom dia. Respondi esperando a mulher continuar a falar.

- Sou a vizinha do apartamento ao lado, acabei de me mudar - a mulher sorria - ontem a noite meu gatinho fugiu, será que você o viu em algum lugar do prédio? Seu rosto virou um mix de tristeza e ansiedade.

- Por acaso seria aquele fofinho ali? Apontei para o sofá, dando espaço para a mulher conseguir ver dentro do apartamento.

Vi seus olhos brilhar em alívio, sem pedir licença entrou pela porta e foi até o sofá, pegando o bichano no colo.

- Fondue que susto você me deu, meu amor. A mulher segurava o gato apertando e ouvia o bichinho resmungar no colo dela, sorri com a cena.

- Muito obrigada por ter ficado com ele - ela falava se virando para me olhar - acabamos de nos mudar e acho que ele ainda não se adaptou.

- Sem problemas, ele é muito fofo. Apareceu ontem a noite no meu quarto, deduzi que ele entrou pela janela.

- Preciso providenciar a rede de proteção para esse fujão nunca mais me assustar assim, não é filho. Fondue encarava a mulher como se entendesse o que ela falava, mesmo não gostando daquelas palavras.

- A propósito, me chamo Heidi, muito prazer. Disse estendendo a mão para um cumprimento.

- Prazer, sou a Charlotte. Retribui o aperto. Sejam bem vindos ao prédio.

- Obrigada! Desculpa a invasão, o Fondue não vai mais fazer isso.

- Eu amei conhecer o Fondue, já sinto que somos amigos. Fiz um carinho no gato.

- Bem, não quero te atrapalhar, então a gente se vê por aí. Heidi andava até a porta saindo do apartamento em seguida.

- Até mais. Falei fechando a porta.

Bem, não será dessa vez que vou ter um bichinho de estimação, mas fico feliz que o Fondue tenha encontrado seu dono. Preciso me preparar para encontrar P'Fa.

(passagem de tempo)

Combinei com P'Fa que iria buscá-la em sua casa antes da hora do almoço. Ela ficou responsável por escolher onde iriamos almoçar e o que fazer durante a tarde.

Mandei uma mensagem antes de sair de casa, avisando que estava a caminho, ela prontamente me respondeu que já estava me esperando.

Alguns minutos e eu já estava em sua casa. Buzinei e vi P'Fa surgir pela porta, ela parecia estar com uma cada emburrada. Logo atrás dela, surgiu Plaifa com um sorriso enorme, ela parecia estar muito feliz, diferente da irmã.

As duas se aproximaram do carro, Engfa abriu a porta do passageiro e entrou, Plaifa ficou a alguns metros do carro nos olhando.

- Oi.

- Oi, P'Fa. Tá tudo bem?

- Tudo... Char, tudo bem por você se a Plaifa vir com a gente?

- Sem problemas nenhum. Falei olhando para a mulher parada e sorri, Engfa se virou para a irmã e fez um aceno com a cabeça.

Plaifa então abriu a porta de trás do carro praticamente pulando dentro. Ela parecia uma criança que ia passear, não pude controlar meu riso, principalmente por entender o motivo da irritação da Engfa.

- Oi, Charlotte. Como você está?

- Estou bem, Plaifa. E você?

- Tudo ótimo, obrigada! Desculpa me convidar para ir com vocês, é que estou muito entediada e não queria ficar sozinha em casa.

- Sem problemas. Bem, hoje eu vou ser a motorista. Vocês serão minhas guias, então para onde devo ir?

Engfa digitou um endereço no meu GPS, prendi o celular no suporte e comecei a dirigir. O som tocava uma playlist de música pop, Plaifa cantava todas as músicas que tocavam. Eu olhava pelo retrovisor, observando ela cantava distraída e enquanto olhava pela janela do carro, talvez ela esteja se sentindo em um clipe. Sorri com as caras e bocas que ela fazia enquanto cantava.

Em certo momento P'Fa desfez a cara emburrada e começou a cantar junto com Plaifa, logo comecei a acompanhar as duas.

A viagem seguia animada.

***
Quem amou a aparição da nossa Heidi? Será que vem uma amizade com a Char?

xoxo

Englot: Doce MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora