O presente pt. 1

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Point of view Engfa

Segunda-Feira

Acordei cedo hoje, antes do meu despertador. Consegui dormir bastante ontem e estava bem disposta. Vou me arrumar e esperar Charlotte, acho que tenho tempo para um café da manhã antes de ir para a empresa.

Em menos de 30 minutos estava pronta, então fui preparar um café e aproveitei para dar uma olhada nas minhas redes sociais. Um grupo de mensagens foi criado com algumas pessoas da equipe. Essa semana vamos escolher as músicas do álbum e começar as gravações, achamos melhor que todos os envolvidos na produção pudessem se falar de forma rápida, por isso o grupo.

Alguém mandou uma mensagem avisando que houve um pequeno contratempo no estúdio e que seria liberado com algumas horas de atraso. Acho que a Charlotte não conseguiu ver a mensagem antes de sair de casa, nesse horário geralmente ela já está a caminho daqui. Então provavelmente não conseguiu ver a tempo. Menos de dois minutos e ouvi o carro estacionar. Abri a porta de casa e fui até o carro parado em frente ao meu portão.

- Oi, bom dia!

- Bom dia, P'Fa.

- Você viu a mensagem no grupo? Perguntei já imaginando a resposta.

- Não... Que mensagem? Charlotte perguntou pegando seu celular que estava no suporte no painel do carro.

- Houve algum contratempo no estúdio, só vão liberar um pouco mais tarde. Falei.

- Poxa... Charlotte fez um bico.

- Bem, temos algum tempo antes de ir, e eu acabei de preparar um café, quer comer comigo? 

- Hum... Tudo bem, aceito um café. Charlotte pegou sua bolsa e saiu do carro, travando as portas em seguida.

Segurei sua mão e a levei para dentro. 

- Fica a vontade, Char. 

- Obrigada! Sua casa é muito bonita, P'Fa. Falou olhando em volta.

- Obrigada, Char. Vamos para a cozinha? Apontei e ela me seguiu.

Charlotte sentou-se à mesa enquanto eu pegava algumas xícaras e talheres. Arrumei a mesa e servi um pouco de café para ela.

- A Plaifa não está em casa? Perguntou

- Não, ela já saiu para trabalhar. Geralmente sai bem cedo de casa. 

- Sua irmã é muito divertida, P'Fa. Gostei muito dela. Char falou e bebeu um pouco de café.

- Ela é maravilhosa, um pouco louca, mas uma pessoa incrível. Concordei com um sorriso.

Terminamos nosso café e comecei a tirar as coisas da mesa, Char me ajudou a levar tudo para a pia. Ela se ofereceu para lavar a louça do café, mas não deixei. Comecei a lavar a louça e ela se sentou em uma banqueta que ficava próximo ao balcão da cozinha, ela ficou em silencio por algum tempo, mas conseguia perceber que ela me olhava.

- Tá tudo bem, Char? 

- Ahmm.. Sim, tudo bem. Falou sem muita certeza.

- De verdade? Parece que você quer falar alguma coisa... Tentei instigar para que ela falasse comigo.

- Bom... É que ontem eu pensei muito sobre aquele beijo de outro dia... Fez uma pausa, mas logo continuou. Essa é a segunda vez que você me beija - eu estava de costas para Charlotte, mas senti ela se aproximar de mim - da primeira vez, você me garantiu que você quis fazer aquilo.

Ouvi sua voz se aproximando mais de mim, ainda bem que estava de costas, assim conseguia disfarçar meu nervosismo e meu rosto vermelho.

- P'Fa, eu quero ter certeza que não estou lendo seus sinais de forma errada. Não quero ultrapassar nenhum limite com você, nem afetar nossa relação profissional. Senti que ela estava esperando uma resposta.

Peguei um pano de prato que estava ali perto, comecei a secar minhas mãos e me virei para olhar em seus olhos. Tentei falar com calma para não transparecer meu nervosismo.

- Char, você não está lendo meus sinais errados.

Imediatamente Charlotte surgiu em minha frente, pressionando levemente meu corpo contra a pia e colando seu corpo ao meu. Suas mãos seguraram meu rosto com delicadeza me puxando para um beijo urgente. Nossos lábios se encontraram e logo nossas línguas começaram a se movimentar entre minha boca e a dela, segurei em sua cintura empurrando-a com cuidado até encostar seu corpo no balcão da cozinha. Ela sugava minha língua e meus lábios com desejo, em alguns momentos intercalava o beijo com pequenas mordidas.

Estava completamente entregue à Charlotte Austin. Seu beijo era quente e doce, um dos melhores sabores que já provei em minha vida. Seu perfume controlava todos os meus sentidos, minhas mãos apertavam mais sua cintura tentando traze-la cada vez para mais perto de mim. Não queria que aquele beijo terminasse, mas fomos puxadas de volta à realidade por um celular tocando em algum lugar ali. Charlotte diminuiu o ritmo do beijo devagar e fomos nos afastando aos poucos. 

Fiquei olhando Charlotte ir até o celular em cima da mesa e atender. Confesso que estava tão hipnotizada e ainda em êxtase com o beijo, que não ouvia nada do que ela falava ao telefone. Ela encerrou a ligação e veio andando em minha direção, eu ainda estava no mesmo lugar completamente sem reação.

- Precisamos ir, já está na nossa hora. Terminou a frase encostando seus lábios nos meus deixando um selinho demorado.

- Vamos... Falei encarando seus lábios, eu sei que precisava ir, mas não era o que eu queria.

Charlotte foi andando em direção a sala, pegou a bolsa que havia deixado no sofá e se pôs ao lado da porta, me esperando.

- Char, preciso só de um minuto. É rapidinho. Falei me virando e subindo a escada depressa até o meu quarto, quase esqueci o presente da Charlotte. Vou levar comigo e no momento certo eu entrego para ela.

Voltei para a sala e antes de abrir a porta me virei para Charlotte e dei outro selinho nela, que sorriu para e me puxou para outro em seguida.

****

Eita, Charlotte!

Esse capítulo foi mais curto porque vai ter parte 2.

Até o próximo. 

Englot: Doce MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora