De volta ao trabalho - pt. 2

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Point of view Charlotte

Após o almoço voltamos ao escritório para o compromisso da tarde da Engfa. Eu não preciso acompanhá-la nesse workshop, então vou aproveitar para fazer algumas coisas que estão pendentes ainda da semana passada. Voltei para o 7º andar e Engfa foi direto para o 11º, nos veríamos apenas no fim da tarde, então desejei um bom treino e me coloquei a disposição caso ela precisasse de alguma coisa. O elevador parou no meu andar, sai me despedindo dela.

Liguei meu computador mas não estava prestando atenção na tela a minha frente, ficava pensando na reação da Engfa quando comentei que havia ido almoçar com o John naquele restaurante, em outra ocasião. Posso jurar que notei um tom de ciúmes na voz dela, quando tentou desviar o assunto. Confesso que posso ter gostado de imaginar que ela estava com ciúmes de mim, talvez seja loucura achar isso, mas o fato é que a possibilidade da Engfa sentir algo por mim me causa um frio na barriga. Um frio bom... Enfim... Preciso voltar ao trabalho.

Já era fim da tarde quando alguém de sentou na cadeira ao meu lado, deitando a cabeça na mesa a sua frente encostando a testa contra a enorme bancada de madeira.

- Ah, estou exausta, Engfa suspirou com tom cansado.

- Podemos ir embora se quiser, falei esperando sua reação.

- Você não se importaria? Engfa questionou virando o rosto para me olhar, ainda com a cabeça apoiada na mesa.

- Claro que não. Eu já terminei o que tinha para fazer hoje, então não tem problema. Sorri para ela enquanto fechava meu notebook. Vamos?

Engfa se levantou, pegando sua bolsa e ficou ao meu lado enquanto guardava meu computador na mochila. Nos despedimos das pessoas que ainda estavam no andar e caminhamos juntas até o elevador. Descemos em silêncio, pela expressão da Engfa ela estava muito cansada mesmo. Entrei no carro, ela sentou no banco do passageiro e logo encostou a cabeço no encosto, fechando os olhos. Saí com o carro e não demorou muito para P'Fa cochilar em seu assento. Liguei o rádio e deixei o volume baixinho para não acordá-la.

Quase 40 minutos depois parei o carro em frente a sua casa.

- P'Fa, chegamos... Chamei com cuidado para não assusta-la.

- Hum... resmungou abrindo os olhos devagar, tentando reconhecer o lugar que estava. Ah, que rápido... Falou com voz rouca.

- É, hoje o transito estava bom, por sorte.

- Obrigada, Char. Falou com um sorriso se formando em seu rosto.

Tirou o cinto de segurança e eu esperei ela abrir a porta e sair, mas ao invés disso ela se aproximou de mim e beijou meu rosto. Congelei. Meu coração disparou. Observei ela se virar, abrir a porta e descer. Não tive reação, não consegui emitir uma palavra, apenas fiquei ali parada, imóvel enquanto ela entrava em casa, fechando a porta e sumindo da minha visão. Uma corrente de adrenalina desceu pelo meu corpo me fazendo ligar o carro e dirigir.

(passagem de tempo)

Já estava há horas deitada na minha cama pensando no que aconteceu no carro. Como eu deveria ter reagido? Será que devo mandar uma mensagem para Engfa? E falar o que? Melhor deixar esse assunto pra lá, fingir que não aconteceu. Preciso dormir, tenho que acordar daqui a pouco.

***

Esse capítulo foi curtindo, apenas para trazer a visão da Char. 

Parece que nossa menina está surtando... 

Até logo.








Englot: Doce MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora