Dizimando a Parentela

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    Passei três dias pensando no melhor plano para me safar de um sonho que não desejo mais. Já havia enviado mensagem para Zoro explicando meu sumiço, inventei que tive uma indigestão e tive que ir embora. Duvido que tenha acreditado, mas foi o que passou pela minha cabeça naquele dia desconfortável. Esse casamento… Só me deixou mais ansioso. Parece egoísmo, eu sei, mas o que eu posso fazer?! Não sinto nada além de amizade pela Pudding-chan! E admito, não sei se conseguiria viver sem as tormentações do marimo. Ele pode ser a pessoa mais ridícula e impura desse mundo, pode me irritar até mais do que o limite, mas mesmo assim não consigo odiá-lo.

   A minha família e a da Pudding querem que nos casemos, não para unir laços familiares, mas sim laços de negócios, dinheiro, bufunfa... Porém, não sei se a família Charlotte sabe, a nossa família, Vinsmoke, compra peças ilegalmente para a construção dos equipamentos! Se a polícia descobrir isso, o velho Judge vai preso! E com ele preso, não tem mais fábrica alguma! Ou seja, não serei obrigado a casar!!

  É, e foi com esse pensamento bizarro que estou aqui na maldita fábrica da Germa, faltando apenas um dia para o baile de máscaras. Esse lugar sempre me traz más lembranças, nunca gostei daqui, por isso não venho para cá com muita frequência, ao contrário dos meus irmãos.

Está tudo escuro, estou apenas com meu celular em mãos com a lanterna acesa. Todos já haviam saído, não tem como dar errado. Só tenho que buscar "pistas" que comprovem que a fábrica compra coisas ilegais, e provavelmente devem haver pistas dentro do escritório do Judge.

   O local está totalmente silencioso, o que me arrepia dos pés à cabeça. Por sorte, eu sei de todos os alarmes que há aqui, então será fácil chegar lá sem ativar nenhum alarme. Fui caminhando cautelosamente, supervisionando todos os cantos do enorme prédio com a insegurança de encontrar alguém, ou até mesmo um fantasma...

"PLAFT!!"

- AHH! – Berro tremendo como gelatina.

       O que havia caído? Ouvi o som de uma porta ao lado. Para conferir, abri cuidadosamente a porta e virei o celular para o local. A primeira coisa que pude ver foram olhos vermelhos. Juro por Deus que quase enfartei ali mesmo. A criatura começa a se mexer e vir em minha direção, e antes mesmo de eu conseguir fechar a porta, o ser de olhos vermelhos passou pela mesma rapidamente e pude perceber que é apenas um ratinho.

- Vocês gostam de me assustar, hein?! – Bufo me sentindo aliviado por não ser nenhum humano ou ser sobrenatural.

        O ratinho ficou me encarando, não entendo o porquê não fugiu, parecia não ter medo de mim. Mas decidi continuar, não posso vacilar. Seguindo o caminho até o escritório, pude ouvir passinhos do ratinho, pelo visto ele está me seguindo, isso é obviamente esquisito, entretanto, não posso me dispersar. A vida da minha amiga e a minha estão em jogo neste exato momento.

      Falta somente um corredor até chegar na sala, e que me lembre, há lasers aqui, preciso desativá-los para passar, porém, o botão que desativa está lá no outro lado e a 50 centímetros do chão. Quem foi o idiota que fez a porcaria do botão tão próximo do chão e só do outro lado?

- Droga. Não lembrava disso. Como posso chegar lá?

Parece algo absurdo e totalmente fictício, mas passou pela cabeça do ratinho ir lá e apertar o botão. Mas sei que é algo impossível, nunca que um rato entenderia...

Ei, ratinho, você consegue apertar aquele botão lá? – pergunto mirando a lanterna para o botão lá do outro lado do corredor.

O animal ficou apenas me encarando. Estou me passando por um idiota, como o Luffy. Ele costuma fazer essas idiotices. Não é o meu forte fazer algo assim, mas existem certos momentos nos quais arriscamos até o impossível.

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