Romper Laços

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- EI, SANJI! VOLTA!! EU VIM TE BUSCAR, SANJI – exclama Luffy que acaba de subir no vidro traseiro do carro.

       Como infernos ele conseguiu chegar até aqui tão rápido?! Mas não falo nada, apenas o observo tentando abrir o porta-malas para entrar no veículo.

- Pare o carro - peço a Ichiji que estacione.

- Sabia que você voltaria! – fala Nami contente estacionando sua moto.

- Isso, não liga pra esses caras, bora lá! – grita Monkey sorrindo. 

- Eu não vou a lugar algum! - grito chutando o Luffy pra fora do carro.

-  O que está fazendo, Sanji-kun??

- Sumam daqui, seus baderneiros miseráveis! - exclamo - Meu nome é Vinsmoke Sanji. Eu faço parte da nobreza, perdoem-me por esconder isso de vocês! Mas se tivesse contado, provavelmente se sentiriam humilhados, até porque é evidente a diferença de classe entre nós. Por que iria ficar com um bando de pobres delinquentes como vocês se posso ter de tudo do bom e do melhor que a família da Linlin também poderá nos oferecer? Você acha mesmo que eu seria feliz vivendo “aventuras” com vocês? Voltar para esse grupinho estúpido com você e seu bandinho imbecis… ou ficar aqui e me casar com a bela filha da Big Mom? Qual dessas opções você acha que me deixaria mais feliz? Não é algo nem digno de comparação! Pare de levar a sério nossa relação e momentos que tivemos juntos! Inacreditável que conseguiram chegar até aqui, merece parabéns pelo esforço, mas… Como se chama mesmo? Enfim, vá embora.

- Ah! Fala sério!! Até parece que irei aceitar isso! - berra o do chapéu de palha.

- Eu posso ajudar a expulsá-lo! - comenta Yonji.

- Não se intrometa! Quem irá expulsá-lo daqui sou eu!- grito

- Chega, Sanji! Você está indo longe demais! Viemos até aqui pra ajudar você – berra Nami com uma expressão de frustração. 

- Não devem se intrometer nas minhas relações! Não tem que me orientar ou se preocupar com isso! E odeio aquele marimo idiota! 

- Como não?! Somos seus amigos! É óbvio que devemos nos preocupar! – exclama Nami com uma expressão triste.

- Vocês não têm o direito de serem meus amigos! Não passam de idiotas que não levam a vida a sério! – berro socando na face enternecedora de Luffy que não reage.

- Sanji! – clama a garota de cabelos ruivos com suas duas mãos pousadas no rosto.

- Então, esse tempo inteiro você mentiu para nós? – fala o do chapéu de palha seriamente.

- Nossa, demorou para perceber. A verdade é que foi uma humilhação me juntar a seres mongóis como vocês. Sei que é difícil de entender, mas siga em frente sem mim – explico grosseiramente e começo a despejar diversos golpes no Luffy. 

           O mesmo não se defende uma vez sequer, deixando diversas feridas em seu corpo, até mesmo quebrei um dente dele. Se ele revidasse não estaria tão detonado.

- Viu, não passam de frouxos inocentes! Caiam fora daqui! – clamo ajeitando minha franja.

- Não vou... Lutar com você! – exclama Luffy ofegante.

- Então saia agora da minha frente! – grito dando-lhe mais um chute em seu tórax e Luffy derrapa perante ao chão fervente devido aos raios solares. 

        Visualizo o chapéu de palha sujo caído ao lado do dono que parece estar desmaiado e lembro de um momento que aconteceu há dois anos atrás...“Ei, cozinheiro! Junte-se a mim... E seja meu companheiro!”.  Mas isso é passado, o que acabou, acabou... Assim, sigo para o carro dos meus irmãos que assistiam uma briga entre ex amigos.

- Hey, Sanji! – exclama Nami cutucando minhas costas. 

           Viro-me para trás e apenas sinto uma forte ardência em minha bochecha. É a primeira vez que levo um tapa dela imensamente doloroso, carregado de raiva.

- Passar bem... – profere a mulher de cabelos ruivos com os olhos encharcados de lágrimas, porém furiosos. 

          Não retruco. Nunca daria um soco sequer em uma dama. Volto para o carro às pressas e começamos a nos afastar de Luffy e Nami. 

- ESPERA, SANJIII! Acha mesmo que me engana com essa história de companheiros inúteis e imbecis?! Eu sei muito bem que você não quis dizer nada disso! – berra uma voz distante.

- Luffy… - digo extremamente baixo.

- Você é um péssimo mentiroso! Você acha que isso será o bastante pra se livrar de mim? Você pode me chutar quantas vezes quiser, mas… eu sei que é você quem está sofrendo!!

- Mas, Luffy! Por que está dizendo isso?? Não viu o que ele fez com você?!

       Suas palavras são extremamente irritantes e sem sentido... Mas elas me afetaram ainda mais. 

- Devemos parar? – indaga Reiju.

- Não. Sigam em frente – digo encostando minha cabeça na janela.

- Isso não é o fim! Ainda teremos muitas aventuras pelo caminho! – braveja Luffy. 

       Essas aventuras acabam agora, Luffy... É pelo bem de todos.

- Eu não vou me mover um centímetro sequer daqui! Se você não voltar logo... após eu morrer de fome, esse será o lugar de descanso final do meu corpo! Nunca deixaria o melhor cozinheiro de todos ir embora tão fácil assim!! Na verdade, eu não vou comer mais nada, exceto se tiver sido preparado por você! – clama e eu começo a chorar. 

- Esse sujeitinho é bem estúpido, hein? – comenta Yonji.

- Estou dando início a uma greve de fome! Não sairei deste lugar até você voltar! Não me faça esperar muito tempo, Sanji!!! 

- Luffy... – falo baixo seu nome pensando em olhá-lo pelo vidro traseiro do carro, mas não tenho coragem suficiente para encará-lo após ter feito o que fiz. 

Enquanto acontecia a briga entre Luffy e Sanji...

 

- Não os siga! Eles já irão voltar! – exclama Niji.

- Eu mesmo vou buscar o Sanji! – berro seguindo para a porta, porém o de cabelos azuis me segura.

- Calma! Você vai acabar se perdendo! Antes prove o meu brigadeiro. Sério que você vai deixar todos aqui esperando só pra ir atrás de um loirinho irritante? 

- Tá! Me dê logo esse doce! – murmuro puxando o brigadeiro de sua mão.

           Tento mastigar o doce calmamente, mas estou tão irritado que não consigo me concentrar. Entretanto, ao sentir aquele gosto suave de cacau derretendo em minha boca, congelei no mesmo instante. Não pode ser... Então eu estava errado esse tempo todo? Como?! 

- E aí? Gostou? – pergunta.

- Você é mesmo o cara que dançou comigo no baile? – questiono extremamente confuso.

- Era eu mesmo! – sorri.

- Pensei que você fosse um chato como o resto da sua família. Mas pensei errado - abraço-o imediatamente. É ele que dançou comigo então, é? Errei feio achando que fosse o… quem é mesmo? Ah, tanto faz...

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