Thomas

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A confiança do meu pai em mim aumentou depois que peguei todos os contrabandistas e os trouxe vivos para casa, diferente do meu irmão que falhou na missão

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A confiança do meu pai em mim aumentou depois que peguei todos os contrabandistas e os trouxe vivos para casa, diferente do meu irmão que falhou na missão.
Agora ele me dava mais coisas para fazer, além de só ficar naquela sala dos guardas esperando as horas passarem

— você não vai acreditar no que chegou — a Estela disse invadindo meu quarto

— porra Estela, não sabe bater?

— você finalmente vai encontra-la — Minha irmã me deu um envelope e quando abri vi que tinha um convite de casamento da princesa Jenny — a mamãe disse que vamos para o reino do ar na sexta feira

Eu já sabia sobre o casamento. A Lina continuava me escrevendo cartas e me contou sobre a gravidez da sua irmã logo depois que descobriram

— eu não vou, tenho trabalho a fazer

Devolvi o papel para ela e me virei para juntar minhas coisas

— mas você não quer ver a Lina?

— a Lina não é para mim, isso nunca vai dar certo

— Thomas...

— eu tenho que sair, a gente se fala depois Estela

Deixei ela sozinha e caminhei em direção aos estábulos. Simplesmente me cansei do joguinho que estava fazendo, enjoei da prostituta que escrevia aquelas cartas nojentas e decidi tentar outra forma de convencer meu pai que eu era o melhor

Eu tinha que ir inspecionar os suprimentos de um posto de guardas ao norte e queria chegar lá antes de escurecer. Porem o dia estava horrível, uma chuva forte caia deixando a visibilidade péssima e muita lama na estrada. Fui sozinho no vento frio por horas, até que finalmente avistei as luzes do acampamento

— príncipe Thomas, pensamos que você não viria mais devido à chuva — um guarda disse quando pulei do cavalo

— não deixo meus compromissos para depois só por conta de um pouco de água. Ande logo e me mostre o que tenho que ver

O homem olhou ao redor e sorriu para um outro guarda, depois começou a me guiar pelo acampamento mostrando as coisas. Tudo estava completamente ruim, muitos homens faltando, serviços pela metade, os cavalos na chuva sem comida

— quem está responsável por essa forja?

— eu

Um outro homem se apresentou e eu o reconheci pela cicatriz no rosto, já que quem a causou foi eu

— não é nenhum surpresa o quanto essas armas estão uma merda — sorri com deboche — vocês estão realmente trabalhando ou ficam aqui como madames fofocando o dia todo?

Os homens não disseram nada, apenas ouviram tudo que eu tinha para dizer e no final me ofereceram um quarto para dormir e um prato de sopa

Quando fechei a porta do quarto olhei ao redor. Havia uma cama pequena de palha, uma lareira que não esquentava merda nenhuma e um pequeno banheiro com uma privada e um chuveiro. Tomei um banho gelado, depois coloquei uma troca de roupa limpa que tinha no cavalo e fiquei deitado na cama afiando minha espada até a última brasa queimar . Estava cansado, a chuva pesada fez meu corpo todo ficar doendo e provavelmente com uma febre já que eu estava quente demais. Odiava abaixar a guarda e dormir em lugares fora de casa, mas peguei no sono pesado tão rápido que nem me dei conta.

Acordei no meio da noite sentindo uma dor forte. Abri os olhos e um homem tinha tentado enfiar uma faca no meu peito, porém errou e fez um corte do lado direito do abdômen

— droga — murmurou baixo

Eu sempre tentava deixar o monstro que existia em mim o mais escondido possível, mas nesse momento ele acordou e estava furioso.

Dei um pulo da cama e tirei uma adaga de baixo do travesseiro, depois em um movimento rápido me virei para dar uma rasteira no idiota e o joguei no chão. Antes que pudesse o esfaquear a porta foi aberta bruscamente e uns dez soldados entraram

— renda-se e morra dignamente, você não tem chance contra todos nós

Eles armaram para mim, pensaram que eu era fraco e me deixaria abater somente por estar em desvantagem numérica.

Nós do reino da terra não éramos capazes de produzir poder sem uma matéria prima presente. O ar e a água eram facilmente retirados de qualquer lugar, fosse do ambiente ou do próprio corpo. O fogo era mais complexo, mas eles de alguma forma criavam uma combustão em seu próprio organismo usando o oxigênio e conseguiam soltar chamas. Eu conseguia mover grandes pedras, criar florestas, manipular qualquer material terrestre, fosse ele carvão ou até mesmo pedras preciosas, podia criar terremotos e fazer surgir montanhas. Mas para tudo isso eu precisava estar em contato com a terra, já que nosso corpo não era capaz de produzir.

Nesse momento isso não era possível, então só tinha uma faca, uma espada afiada e um sorriso debochado no rosto. Esses homens não eram idiotas, eles eram soldados treinados e conheciam minhas fraquezas, já que resolveram me atacar em um cômodo fechado

— vocês tem tanto medo assim de mim que precisam me atacar em grupo?

Não disseram nada, apenas vieram todos de uma vez e eu precisei me esquivar de vários ataques. O cômodo era tão apertado que foram me encurralando contra a parede

— nunca vamos aceitar você como rei, você vai matar todos nós

Levei um soco na cara que me deixou um pouco tonto, então aquele idiota da cicatriz me deu um golpe que fez a minha espada voar longe. Eu iria morrer se ficasse ali, mas não fui treinado a vida toda para isso, então tive uma decisão impulsiva e simplesmente pulei pela única janela do cômodo. Cai de costas contra a lama. Continuava chovendo muito e meus pés descalços atolaram quase até o joelho

— vocês estão todos mortos — falei de uma forma fria

Me concentrei na terra, mas partícula dela e trepadeiras de espinhos começaram a subir pelas paredes da cabana, foram em direção a porta e a janela. Alguns tentaram fugir, mas as plantas os pegavam antes e fincavam o espinho em suas peles fracas

— pare com isso, eu me rendo — um deles gritou e eu sorri

Trouxe todos para perto de mim, os enfileirei um ao lado do outro e recolhi as trepadeiras para terra. Os homens estavam todos bem machucados, alguns com os olhos perfurados e uns dois já tinham até morrido

— onde está a coragem de vocês agora?

— você não é nada sem esse poder de merda

– cale a boca, seu plano idiota vai matar todos nós — um outro homem disse

— tem razão, todos vocês vão morrer

Não estava com paciência para brincadeirinhas de tortura, então fiz estacas de madeira surgir do solo e empalei todos eles. Os homens começaram a gritar, agonizar até a morte, o sangue escorrendo e deixando uma poça ao seus pés

— vão para o inferno — falei me virando

Voltei para a cabana e entrei no pequeno banheiro. Meu corpo estava todo fodido com muitos cortes, o mais profundo deles era da primeira facada que levei e para piorar as coisas, havia alguns casos de vidro enfiados

— porra — falei quando vi que na ia conseguir tirar sozinho já que não alcançava

Eu sabia que não ia muito longe daquela forma, já que estava perdendo muito sangue e não conseguia alcançar meu ferimento para suturar. Estava na fronteira com o reino do ar, levaria quase um dia para chegar em casa e até lá provavelmente eu já teria morrido. Sentei na cama com uma garrafa de bebida e tentei pensar em algo, achei que seria bom dormir um pouco só que não consegui deitar por muito tempo já que o sangue empoçou ao meu lado. Até que um flash de memória me ocorreu e lembrei de uma vez que a Lina disse que sua mãe era curandeira, então pensei que ela poderia ser de grande utilidade agora, além de que o castelo ficava a no máximo uns 40 minutos de onde eu estava. 

Vesti as minhas roupas rápido, depois sai de lá e ainda consegui ouvir alguns gemidos vindo dos babacas empalados. Os ignorei e depois de subir no cavalo fui para o último lugar em que eu queria estar.

AbominávelOnde histórias criam vida. Descubra agora