Eu cheguei a hospedagem mas não encontrei o desgraçado. Após investigar um pouco eu consegui a informação de uma prostituta que ele havia saído da cidade às pressas. O covarde sabia que viríamos atrás dele após seu plano falhar.
Decidi então que procuraria a Lina pela imensidão do oceano. Perguntei a vários pescadores sobre uma cabana no meio do mar mas nenhum deles sabia de nada. Eu remei pela costa o dia todo e ainda assim não conseguia encontrá-la.
Desde que a conheci aquele dia na escola eu soube que estaria condenado a amá-la eternamente. Ela era uma garotinha diferente de qualquer outra, não pelo seu título da realeza, mas pela forma que ela exalava bondade, pela forma que seus olhos brilhavam ao olhar para o mundo. Ela era como uma pequena borboleta frágil que jurei proteger até a minha morte.
Dediquei casa segundo treinando para ser o melhor possível e falhei. Pensei que seria melhor me afastar já que ela era uma distração muito bonita. Quando nós beijamos pensei que fosse morrer, passei a noite toda agitado com os lábios coçando de vontade de voltar lá e mostrar para ela o que era um beijo de verdade.
Me sentei em um banco no Porto e apoiei o rosto nas mãos me sentindo derrotado. Eu não dormia nem comia a dias, quando não estava na água eu estava aqui olhando para o horizonte pensando em todas as coisas que a diria se algum dia a encontrasse, mas a cada segundo a esperança diminuía
— é incrível não é? — uma senhora perguntou se aproximando com um saco de pão para alimentar os pássaros
— o que?
— o oceano, a forma como ele se estende até o perdermos de vista
Sem pedir licença ela sentou ao meu lado e começou a distribuir pães
— você não é daqui
— como sabe?
— sou uma velha experiente
— sou do reino da terra
— um lindo reino, já estive lá algumas vezes — sorriu — meu marido era marinheiro, nós aventuramos por vários lugares
Não respondi e ela continuou lá ao meu lado em silêncio por um longo tempo enquanto passarinhos comiam os pães
— você sabia que o mapa até o amor da sua vida está guardado em seu coração?
— o que? — questionei confuso
— se você fechar bem os olhos e se concentrar o seu coração vai te guiar até ela
— como sabe que estou procurando alguém?
— simplesmente sei
Ela sorriu e tirou de uma pequena bolsinha uma concha de prata e quando colocou na minha mão eu a olhei
— o que é isso?
— abra
Eu abri e dentro tinha uma bússola que apontava para uma direção no oceano que não era o norte
— sua bússola está errada, você deveria levar para arrumar
Me virei para devolver mas simplesmente não havia ninguém lá. Olhei ao redor procurando a senhora mas só existia eu naquele local do porto e os pássaros comendo pão.
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Abominável
FantasyLina sempre viveu em uma gaiola de ouro graças a seu pai e seus irmãos protetores. Ela jamais imaginou que um baile traria tantos problemas Thomas é arrogante, ambicioso e não se importa com nada além de sí mesmo. Quando seu pai decide que passará...