Capítulo III: A copa de quadribol ( parte 2)

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Harry, que ocupava a cama superior do beliche de Rony, ficou olhando para o teto de lona branca, observando o brilho ocasional das lanternas dos leprechauns. Jamais chegou a saber se adormecera ou não — seus devaneios de voar como Krum talvez tivessem se transformado em sonhos de verdade —, só sabia que, de repente, ouviu o Sr. Weasley gritar.

— Levantem! Rony, Harry, vamos logo, levantem, é urgente!

Harry se sentou depressa e sua cabeça bateu na lona do teto.

— Que foi?

Vagamente ele percebeu que alguma coisa não estava bem. O barulho no acampamento tinha mudado. A cantoria parara. Ele ouviu gritos e um tropel de gente correndo.

Harry desceu do beliche e apanhou duas roupas, mas o Sr. Weasley, que vestira a jeans por cima do pijama, falou:

— Não temos tempo, Harry, apanhe uma jaqueta e saia, depressa!

Harry obedeceu e saiu correndo da barraca, com Rony nos seus calcanhares.

À luz das poucas fogueiras que ardiam, viu gente correndo para a floresta, fugindo de alguma coisa que avançava pelo acampamento em sua direção. Caçoadas em voz alta, risadas e berros de bêbados se aproximavam; depois uma forte explosão de luz verde, que iluminou a cena.

Um grupo compacto de bruxos encapuzados apontavam a varinha para o alto. Acima deles pairavam no ar quatro figuras, que se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas. Mais bruxos se reuniram a eles e Harry percebeu que a gritaria se intensificou. Algumas barracas explodidas, gritos e pessoas correndo.

— Que coisa doentia — murmurou Ron, observando uma criança trouxa ser segurado a vinte metros do chão e rodopiada como se fosse um peão.— Puta merda, que doentio.

Hermione, Gina, Alissa, Maya, Draco e Aurora vieram correndo ao encontro dos garotos, algumas das meninas vestindo casacos por cima das camisolas. Nesse momento, Gui, Carlinhos e Percy saíram da barraca dos garotos, inteiramente vestidos.

— Vamos ajudar o pessoal do ministério — disse o Sr. Weasley. Harry desejou que Sirius ficasse bem — Vocês... Vão para a floresta e fiquem juntos. Irei apanha-los quando resolvermos tudo.

— Anda! — disse Fred, agarrando a mão de Gina e começando a puxa-la para a floresta.

Eles começaram a correr, dando olhares ocasionais para trás. As lanternas tinham sido apagadas, crianças choravam; ecoavam gritos ansiosos e vozes cheias de pânico por todo lado no ar frio da noite. Harry se sentiu empurrado de lá para cá. Nunca viu os bruxos sentindo tanta dificuldade de chegar até o centro do problema, ele identificou Sirius, ao lado de uma mulher de cabelos roxos, com as varinhas erguidas em direção aos bruxos encapuzados.

A mão de Maya foi agarrada por Gina e ele só escutava os passos apressados das garotas. Gina tentava formar uma ligação entre ela e Maya, mas a lufana estava lá no final da fila, e vários bruxos se debatiam contra ela; por ser baixa, sofria muito mais impacto, mal parecia conseguir andar direito.

— Vamos! —Harry gritou, puxando-os para a floresta.

Aparentemente o primeiro instinto de Aurora foi agarrar a mão de Draco, ela sabia que o garoto tinha um histórico ruim de entrar em confusão indesejada. E ela também se sentia bastante protetora em relação ao primo.

Harry empurrou contra a multidão colidindo com eles. Cada empurrão áspero tornava o aperto de Aurora na mão de Draco mais forte. Vigas de suporte de madeira desabavam sobre si mesmas, cobrindo-as com faíscas e brasas. Draco conseguiu avistar um bruxo encapuzado se aproximando antes que Harry percebesse e os puxasse em uma direção diferente.

Uma História (muito) diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora