Capítulo XVII: O canto da sereia.

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— Potter, o mínimo que você pode fazer é fingir que está prestando atenção — Draco fechou seu livro de História da Magia e tirou Harry de seu torpor. Ele olhou para o grifinório, seu nariz enrugado — Por que ainda tento dar aulas particulares para você?

— Estou prestando atenção! Vê? — Harry folheou as páginas em branco do seu pergaminho. — Bem...

— Tanto faz — Draco revirou os olhos e reabriu seu livro.

Eles estavam no lago Negro, sentados sobre a árvore que já haviam reivindicado como sua. A matéria publicada no jornal não abalou em nada na relação dos dois, pelo menos não para Draco. Harry apenas ficou mais inseguro que antes.

  — Então — ele olhou para Harry. O grifinório esteve nos últimos trinta minutos apenas encarando o garoto, e descobriu que o sonserino ficava muito atraente quando estava demonstrando o quanto era inteligente — Você descobriu algo sobre a dica da segunda tarefa?

Harry piscou. Parece que muitas pessoas andavam preocupadas com isso ultimamente. Hermione o importunava de cinco em cinco segundos, perguntando se ele havia descoberto alguma coisa. Não só a amiga, mas Ron e até mesmo Alissa constantemente faziam a mesma pergunta, na medida em que fevereiro se aproximava. Normalmente Harry, muito sem graça,  dizia: “ ah, sim. Eu já descobri uma coisa...” mas era mentira. A única pista que ele tinha, foi a que Cedric lhe deu.

— Er... — ele coçou a nuca. Ele conseguia mentir para os amigos, mas se sentia incomodado em mentir para Draco — Não. Só uma dica que Cedric me deu no dia do baile.

— Sim? — Draco fechou novamente o livro e o colocou em cima do colo, como se fosse uma indicação de que Harry tinha que continuar falando.— E qual foi a dica?

Harry ficou mais sem graça — Ele me disse para tomar um banho — murmurou.— E colocasse o ovo de baixo d’água.

Draco parou tudo o que estava fazendo e encarou Harry. As sobrancelhas loiras erguidas tão alto em seu rosto que o grifinório jurou que iriam bater nos cabelos.

— Harry — seu tom de voz era cético, porém meio divertido, como se tentasse esconder o quanto achava a situação engraçada.— Cedric Diggory, um dos garotos mais bonitos da escola, disse para você tomar um banho.

— Sim — Harry disse, meio carrancudo pelo elogio nada discreto ao lufano.

— E colocar o ovo debaixo d’água ?

— Er.... Sim? — Ele não entendia o que tinha demais nisso.

Draco continuou olhando para Harry com aquela expressão de quem estava prendendo uma risada. Ele colocou uma mão na boca, e parecia incapaz de conseguir segurar o riso por muito tempo.

— Você não entendeu a conotação sexual dessa frase? — o loiro quis saber.

Harry piscou, meio surpreso, meio indignado.

— Não?!

Draco começou a rir. Deitando a cabeça no ombro de um Harry muito envergonhado e corado. Bem, agora que Draco disse, parecia algo esquisito de se dizer a alguém.

— Não ria... — Harry tentou dizer, mas tudo o que o sonserino fez foi rir mais ainda.

— Cedric Diggory — ele parecia achar muita graça disso.— Um dos garotos mais bonitos da escola...

— Que tal — Harry de repente disse, com um tom de voz brusco e irritado.— Digo... Que tal não falarmos de como Cedric Diggory é bonito?

Draco ergueu um pouco a cabeça que estava deitada sobre o ombro de Harry e o fitou, ainda parecia muito divertido com o constrangimento do grifinório.

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