capítulo 23: O largo Grimmauld.

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O som do sapato caro pisando no chão polido e levemente sujo com a poeira de um quarto não usado ecoou pelas paredes igualmente agonizantes e sujas. A garota continuou a caminhar pra lá e pra cá pelo quarto, espirrando por causa da poeira — já que tinha alergia — e tentando encontrar o que a fez entrar naquele cômodo desgraçado para início de conversa.

Ouvia algumas vozes abafadas vindo do andar de baixo, vozes que ela obviamente não conseguia entender nem metade do que conversavam, discutiam coisas consideradas perigosas pelo clube de Dumbledore, ou Ordem da fênix, como todo mundo insistia em chamar. Aurora não participava das reuniões que eles faziam, não que ela se importasse, ela preferia gastar o seu tempo ouvindo seus novos discos de vinis ou lendo livros extracurriculares que poderiam valer notas extras nos N.O.M.S, que aconteceria àquele ano.

Harry participava das reuniões, para a enorme consternação da Sra. Weasley, que insistia que ele ainda era muito jovem. Isso levava a altas discussões entre Sirius e a mulher, que não poderiam serem abafadas nem se Aurora se pendurasse no telhado da casa. E ela não estava reclamando, adorava ver os dois adultos brigarem, sentada num dos degraus mais baixos da escada enquanto ouvia a gritaria.

É que não tinha muito o que se fazer esses dias. O largo Grimmauld nunca esteve tão cheio antes. Dumbledore precisava de um local para a sede da ordem da fênix, e Sirius já foi logo dando a ideia da antiga residência Black. Então, no meio da noite, Aurora e Harry foram acordados às pressas para fazerem as malas e irem para o Largo.

E ela realmente não achou a ideia tão ruim, no início. Gostava da casa, tornou-se um lugar aconchegante depois da reforma que Sirius e Remus fizeram nela. Claro, isso não conseguia esconder que aquela casa possuía uma energia meio pesada.

Uma aura que tornava quase insuportável ficar sem se mexer, mas Aurora acha que é muito mais por causa dos bruxos desconhecidos que apareciam à noite, nervosos, do que por causa da casa. É que ela meio que espelhava as emoções de quem estava lá dentro. E Sirius, o chefe da casa ( depois da morte de sua querida mãe), não andava de bom humor ultimamente.

Fazia duas semanas que ela estava assim. Os Weasley haviam chegado uma semana depois da mudança, e Aurora adorava gastar o restante de seu tempo vendo Jorge e Fred tentando ouvir as conversas dos adultos. Nunca dava certo, eles usavam orelhas Extensíveis que já haviam sido descobertas pela Sra. Weasley, então era muito mais engraçado ver a mulher torcendo as orelhas dos filhos enquanto os afastavam do cômodo.

Rony fazia bastante companhia a ela, na maioria das vezes, mas Aurora gostava muito mais era de ficar sozinha. Gostava de ficar na biblioteca, onde os livros de magia negra haviam sido retirados e substituídos por livros trouxas. Ela havia acabado de terminar de ler A cadeira de prata, e andava buscando outras formas de diversão.

Embora Ron tentasse fazer companhia à garota, era meio óbvio que ele passava muito mais tempo com Harry. Seu irmão havia assumido um temperamento difícil esses dias, não que Aurora pudesse falar algo, já que tinha um temperamento mil vezes pior que o dele.

Remus havia, é claro, levado os dois adolescentes num curador de mente. Mas desde que as reuniões começaram a acontecer, os dois não haviam ido mais.

Conviver com Harry estava ficando um pouco difícil, nas poucas vezes que se falaram nas últimas semanas, sempre trocaram xingamentos e terminaram quase se amaldiçoando. Então agora os dois estavam fazendo um ótimo trabalho em ignorar um ao outro. “ o doce amor fraternal,” pensava Aurora com um suspiro.

Havia alguns bruxos de que ela realmente tinha desenvolvido uma pequena afeição. Moody ( o verdadeiro, dessa vez) era um velho que possuía longos cabelos grisalhos e um pedaço do nariz faltando, Aurora ainda é muito desconfiada do homem, mas arranjou um enorme hobby em perturbar o velho. No jantar, principalmente, ela passava bastante tempo importunando o ex-auror com perguntas, que ele sempre respondia mau humorado, o que divertia muito a garota.

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