Capítulo XVIII: A segunda tarefa.

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“ Os sentimentos de alguém quando é maltratado ou negligenciado por seus pais podem ser tão variados quanto às situações em que ele está.

Para alguns, é um sentimento de impotência ou tristeza, e pode ser uma mistura de raiva e desejo. Para outros, pode ser uma sensação de medo ou desamparo, e muitas vezes se manifesta como um sentimento de angústia e dor.

A dor e a agonia de ter pais abusivos são algo que ninguém merece ter que aguentar.

Para os filhos dos pais abusivos, é uma experiência traumatizante que não afeta apenas o seu emocional, mas também sua auto-estima e seu senso de valor pessoal.

É uma situação difícil de lidar e algo que pode levar anos para processar e curar.

Eu seria um mentiroso se dissesse que já estou curado. Foram tantos anos, fui tão maltratado. Posso ser meio esquisito por estar falando de algo assim tão de repente. Mas ao adormecer ontem à noite, vi um casal jogando feitiços em duas crianças, e lembrei-me disso. Dois irmãos, o mais velho estava tentando proteger o mais novo, e os pais possuíam a mesma expressão malvada. Mas a mãe... Ela me assustou de tão cruel. Me fez lembrar de minha família.

Alguns meses atrás meus pais vieram me visitar, pela primeira vez em anos. Eu não tentei manter contato com eles. Mas parece que quando você para de tentar ter uma relação saudável com sua família, eles quem começam a ir atrás de você. Eu só conversei com eles porque meu pai, que sempre foi ameaçador, disse que não ia embora se nós não conversássemos. Achei meio burro, já que eles eram não mágicos num hospital de bruxos.

— Eu passei anos sem que vocês sequer olhassem pra mim — eu disse, me sentando com postura reta na maca. Minha mãe observava tudo com ceticismo, principalmente o soro que flutuava e estava conectado ao meu braço. Fiquei chocado com o quanto minha voz soou trêmula, pensei que já tivesse superado tudo aquilo. Porém, aqueles dois eram o motivo de eu ter ficado doente, o motivo de minha magia não ter se desenvolvido.

— Eu sei, filho — respondeu minha mãe. Mesmo com sua voz baixa e cheia de culpa, eu não conseguia perdoa-la — Mas você precisa entender nosso lado. Quando tivemos seu irmão, pensamos que nossa família seria perfeita. E então você veio, e sempre foi tão diferente. Eu não sabia lidar com o jeito como você agia. E agora eu percebo que isso não foi só com você, no fundo também tratávamos seu irmão da mesma maneira.

— Por que ter filhos, então? — eu questiono.— Por que optar por pôr uma criança no mundo se você não vai saber lidar com ela?

Eles não tiveram resposta alguma para me dar. Não vejo meus pais faz meses.

04/07/1889”




Aurora Black Lupin, por favor solte o cabelo do Kevin! Vocês dois- parem de agir igual animais! — Alan gritou de repente, ouviu-se um alto “ ele quem começou “ da grifinória.— Mas o que- Alissa, você não pode pintar a parede! Isso tá errado! — a corvina, emburrada, jogou o pincel no chão e sentou no canto da parede. Alan colocou a mão na testa, enquanto dava a volta pela sala, resmungando.— Eles são piores que crianças, eu me sinto o pai deles!

O cheiro que vinha da cozinha era hipnotizante. Era o aroma da comida que você mais gosta e não come faz tempo. Seguindo essa trilha adorável, Alan cruzou a soleira da porta e deu de cara com uma cena que o fez ficar quieto no seu canto.

Era Elena, sua namorada. Uma mulher chilena com uma pele pálida e cabelos ondulados arqueados, olhos castanhos claros e inúmeros brincos nas orelhas. Possuía um estilo punk, suas roupas eram pretas e suas jeans rasgadas, seu cabelo em estilo anos 80, e um delineador forte nos olhos. Ela estava ao lado de Maya, que era seu completo oposto. A Lufana vestia uma jardineira rosa claro e uma camisa branca sem mangas, seu cabelo preso em duas tranças.

Uma História (muito) diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora