capítulo XXI: A terceira tarefa.

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Ele foi parado por Maya alguns segundos antes de ir se deitar, na véspera da terceira tarefa. A menina olhou para ele, e Harry de repente teve a súbita impressão que ela estava muito mais apavorada do que ele.

— Harry posso te pedir um favor? — ela perguntou, se aproximando levemente do garoto.

Harry esfregou os olhos sonolentos e os forçou a ficar bem abertos.

— Sim, Sunshine.

— Você vai ficar bem, não vai? — ela disse, antes de sacudir um pouco a cabeça.— Digo... Eu jamais dormiria em paz se você morresse.

— Por que isso do nada?

Ela não respondeu. Ficou encarando os sapatos pretos de Harry.

— Sempre tive esse medo — admitiu baixinho — Sei que você pode se defender, mas....

— Vou ficar bem, Sunshine — afirmou Harry, sorrindo gentilmente.

— Promete que não vai deixar nada acontecer? — ela ergueu os olhos para encara-lo.— Com você e com Cedric?

Cedric Diggory era seu rival. Mas ele tinha uma amizade com ele, pelo menos uma superficial. Mesmo assim ele não gostaria que algo acontecesse com ele. Sabia também que o garoto era grande amigo de Maya, e ela parecia profundamente preocupada com a hipótese de algo acontecer com duas pessoas que ela verdadeiramente gostava.

— Eu prometo — disse por fim.

Maya o puxou para um abraço.





Harry sentiu como se um elefante tivesse o atropelado quando o dia da terceira tarefa chegou. Iria ser à noite, diferente de nas outras tarefas. Então ele teve o dia inteiro para pensar muito sobre o que o aguardava. Ele sabia que envolvia um labirinto, porque uma Aurora e um Draco muito espiões disseram-no que estavam montando algo no campo de quadribol.

— Parece que um hipogrifo te atacou — Draco disse a ele pela manhã quando Harry foi à entrada das masmorras só para acompanhar o garoto até o salão principal.— E caso você não tenha entendido a profundidade disso, significa que você está terrível.

Harry sentiu-se bufar numa risada. Sim, só Draco para conseguir falar isso tão honestamente. Ele meio que gostava dessa sinceridade, porque todos os seus outros amigos estavam fazendo de tudo para que Harry levantasse o seu humor. Mas, novamente, não é como se Draco fosse seu amigo.

— Conte-me sobre isso. Maya mal parece conseguir olhar na minha direção sem fazer caretas desgostosas, e mesmo assim ela não falou uma palavra sobre minha aparência.

Draco pareceu ponderar por um instante, suas íris meio voltadas para o teto enquanto ele fingia estar pensando em algo.

— Nah, ela provavelmente estava se impedindo de te ofender. Embora, eu deva dizer, atacado por um hipogrifo é até um eufemismo. Parece que um hipogrifo te atacou e logo depois bicou todo o seu corpo sem parar.

— Oh, não. Isso é o fim. E agora, como vou sobreviver sabendo que pareço tão mal? Você me machucou, Malfoy.

Draco fingiu arrogância por uns segundos — Bem, o que é que posso fazer? Sinceridade corre nas minhas veias, e agradeça por alguém bem intencionado ter lhe dito isso, para poupar constrangimento. Imagine as pessoas te olhando e sussurrando: — ele colocou a mão na boca, como se estivesse contando uma fofoca, e forçou uma voz fina e feminina —, “ você viu o Potter? Oh, Merlin, que hipogrifo poderia ter causado isso?”

Harry tentou se impedir de rir, mas não conseguiu manter uma cara totalmente séria, e Draco parecia ter percebido isso, pois sorriu triunfante. Como se seu objetivo desde o início fosse tentar fazer Harry rir. Motivando ele de sua própria maneira.

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