01 - Primeiro Encontro

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Recentemente a quantidade de crimes ligados a gangues do Japão haviam aumentado em disparada, na televisão eram mostrados mais ocorridos violentos, do que filmes e novelas.

E eram poucos os casos que eram concluídos e bem feitos, honestamente nenhum, a polícia estava nas mãos dos criminosos, e essa violência não demonstrava estar no fim. Gangues rivais começaram a brigar e se entregar bastante, era um tiro no escuro, mas era algo, a polícia tinha vitórias quando cooperavam com gangues, soltando bandidos nas ruas e coletando informações banais.

O lado negativo era que sair na rua durante a noite e até mesmo durante o dia, era difícil e assustador, apenas deve sair se realmente necessário, ainda mais a noite, esse horário só os bandidos dominavam as ruas, o ideal seria até se certificar de manter as portas e janelas bem fechadas, para evitar uma invasão por fuga, e caso acontecesse, você iria precisar acolher o criminoso se quisesse continuar respirando.

O país estava um caos e a população entendia o motivo, mas havia esperança, então os inocentes se limitavam e respeitavam as regras básicas de sobrevivência.

Não era o caso da Senhora Hyaashi de oitenta anos.

Aquela mulher de idade realmente não temia nenhum rapaz metido a besta que cometia crimes, ela se mordia de raiva ao ver os policiais sendo feitos de besta, ao menos os criminosos eram inteligentes, ela podia pensar muitas coisas sobre tudo isso, mas medo não era uma delas.

Não era atoa que ela caminhava pelas ruas escuras com um vestido longo de flores, suéter, a bolsa no seu ombro e o terço nas mãos.

Estava voltando da igreja, a qual ela não ia á muito tempo.

Mesmo quando notou garotos delinquentes mais à frente cochichando enquanto a encaravam, ela não sentiu nenhum um pouco de medo, e seguiu seu próprio caminho, passando por eles confiante, cantando em um tom baixo uma música católica. Mais à frente, ela percebeu que os delinquentes a seguiam, e pensou um pouco, não poderia os levar até sua casa, então ficou dando voltas e voltas pelo bairro, e finalmente eles desistiram de seguir ela, porém a mais velha estava com problemas, não conseguia se localizar.

Morou anos no bairro, mas o fato de estar bem escuro e mais destruído a fez se perder facilmente, sem contar que ela não saia de casa a muito tempo.

Antes de passar por um beco, Dona Hyashi parou de andar quando escutou o barulho alto de tiro, ficou segundos ali parada e decidiu voltar a andar, quando passou pelo local não resistiu, e encarou sem medo o ambiente escuro.

— Céus...

Ela murmurou pra si mesma colocando as mãos nos lábios.

Havia um corpo totalmente ensanguentado no chão, provavelmente o homem estava morto, e o rapaz de pé ao seu lado com a mão na barriga que também sangrava muito a intimidou com o olhar de felino. Ele se virou de olhos arregalados apontando a arma para a mesma, sem medo ela se aproximou preocupada, o deixando mais confuso ainda, foi tudo rápido demais, a Senhora escutou passos vindo de trás e mais um barulho de tiro, quando se virou havia mais um homem morto com uma bala na testa, a deixando mais tensa ainda.

— Ele ia me matar? - a mesma resmungou levando o olhar para o homem com uma arma em mãos a sua frente.

Os cabelos negros com mexas loiras em um mullet não tão grande, a tatuagem de tigre cobrindo o pescoço, e os braços não tão fortes estavam a mostra, deixando ela ter a visão do braço direito totalmente coberto por tatuagens que ela não se deu ao trabalho de observar os desenhos.

A mulher de idade apertou mais o terço em sua mão, decidindo o que fazer, ele era um criminoso e ela não tinha dúvidas sobre isso, mas estava gravemente ferido e matou um outro criminoso que iria a matar — a salvou claramente — então ela não queria o deixar ferido ali. E a mesma sabia que ela não tinha lá os melhores dotes de cuidar dos ferimentos de alguém, mas sabia de alguém que conseguiria salvar qualquer um com poucos utensílios médicos.

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