24 - Primeira Noite

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Ficou por longos minutos ouvindo a mais velha dar lição de moral em vocês dois, por algum motivo não conseguia prestar atenção nas broncas, até porque ela não falava sério, mas sua mente estava vagando em outros assuntos, e por mais que quisesse não conseguia pensar em outra coisa a não ser, Kazutora Hanemiya.

O odiava por não sair de sua mente, e se odiava por se permitir ter mais pensamentos com ele.

O homem ao seu lado se encontrava na mesma situação, ouvindo as falas da mais velha, com a mente em outro lugar, e igual a você, ele se odiava por ter esses pensamentos, afinal uma mulher como você não entraria em um relacionamento sério com ele, e nesses minutos que passaram, ele pensou que o beijo foi um impulso, e não real.

Assim que a mais velha se retirou da sala voltando para o próprio quarto, deixando ambos sozinhos novamente, seu coração palpitou, com um pouco de medo do que poderia acontecer.

Engoliu sem seco passando as mãos pelas coxas descobertas, analisando a própria tatuagem enquanto pensava seriamente sobre o que iria fazer. Foi quando decidiu se levantar e ir para o próprio quarto.

Apenas com dois passos sentiu uma mão segurando em seu pulso, virando o seu corpo e o colando com o dele novamente, e antes mesmo de contestar algo ele havia te beijado, um beijo lento e intenso.

Era perfeito, estavam em sincronia.

Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse esse momento, suprindo todos os seus desejos guardados, que tanto queria e apenas não admitia, claro que um frio na barriga ainda era presente, com medo e dúvidas sobre isso ser correto ou não.

Mas no momento, não tinha dúvidas.

Seguiu colando mais ambos corpos, levando as mãos até a nuca do homem, deixando suas unhas brincarem com os fios bem hidratados, deixando ele totalmente arrepiado, sua outra mão brincava com a camiseta que ele vestia, ameaçando a tirar vez ou outra, passando as mãos pelo abdômen cheio de cicatrizes. Ele também passava as mãos em cada canto de seu corpo, mas no momento havia repousado em suas costas e pescoço, com o beijo se intensificando cada vez mais, em questão de segundos você estava no colo dele novamente, com as pernas entrelaçadas na cintura do mesmo, que tinha as mãos em suas coxas te levando ao próprio quarto, que até então você não tinha entrado.

Ele trancou a porta e tirou a camiseta, fazendo com que você fizesse o mesmo, caiu de costas contra o colchão fofo e fechou os olhos sendo coberta pelo corpo definido do rapaz, que te beijava de um modo mais delicado, ao mesmo tempo que apertava outras partes do seu corpo sem piedade alguma.

Arranhou as costas dele quando o mesmo deixou uma mordida em seu pescoço, que a fez puxar os fios da nuca do mesmo pela dor.

— Você é um sem noção. - sussurrou.

— Mas você gosta, né?

— Seu-

Novamente foi calada com um beijo, muito mais intenso que o outro, deixando bem claro que estavam em perfeita sincronia, com uma conexão maior do que qualquer outra. Embora um medo imenso começasse a dominar Kazutora aos poucos, e ele não entendia o porque, afinal havia se deitado com outras mulheres e isso nunca aconteceu.

Mas no fundo ele sabia.

Sabia que nunca teve coragem o suficiente para manchar sua imagem, te machucar ou causar algo ruim, e ele não queria isso, você era a única a quem ele pensava duas vezes antes de dizer qualquer coisa. Embora ele estivesse agindo como um babaca, era um bloqueio emocional muito grande que ele tinha, te afastando quando na verdade a queria o mais perto possível, como agora.

— Kazutora? - o chamou enquanto levava as mãos nas bochechas dele, que estavam pouco pálidas, o mesmo se encontrava travado enquanto continuava por cima de você.

— Desculpa. - ele se levantou se afastando no mesmo instante. — Não devemos fazer isso. - ele se sentou na beira da cama abaixando a cabeça enquanto se controlava para não explodir de raiva de si mesmo na sua frente. — Seria melhor se você saísse daqui.

Analisou as costas nuas e arranhadas do homem, respirando fundo tentando pensar se havia sido sua culpa, mas sabia que não era, embora não seja a melhor amiga dele, havia entendido como ele funcionava. Desde de que passou a ter essas discussões frequentes, entendia que era um bloqueio que ele mesmo se colocava, como medo do que quer que seja fosse acontecer, a barreira que ele colocava para afastar com qualquer afeto.

— Você tá bem? - se aproximou aos poucos. — Kazu-

— Sai daqui, [Nome]. - ele se virou com os olhos transbordando de raiva, e apenas essa movimentação, foi o suficiente para você encolher o corpo com medo.

Se encolheu tampando o rosto levemente, fechando os olhos com força, mas foi abrindo eles levemente e tendo a visão dos olhos que antes transbordavam raiva, lotado de lágrimas, que não caiam, mas pareciam estar prestes de transbordar. O homem engoliu em seco virando o rosto novamente como se estivesse se escondendo, abaixando a cabeça e ficando ali em silêncio total.

Antes de fazer qualquer coisa você vestiu a primeira camiseta que encontrou no chão do quarto, que era a dele, depois continuou sentada ao lado dele, o confortando enquanto o abraçava, ficaram em silêncio, podendo se ouvir apenas um choro bem baixo, que durou alguns minutos até ele se recompor e levantar a cabeça.

— Kazu, tá se sentindo melhor?

Perguntou em um tom baixo, enquanto levava a mão até a bochecha do mesmo, fazendo ele virar o rosto para te encarar.

— Acho que sim. - ele respondeu em um tom baixo. — Deveria ter ido embora.

— Me esqueci que você detesta meus gestos fofos. - revirou os olhos falando de modo irônica enquanto ria.

— Mas porque ficou?

— Que pergunta mais difícil! - se levantou enquanto respirava fundo, andando em direção a porta. — Eu fiquei porque eu quis, e você? Por que você não queria que eu ficasse?

— Eu não disse isso.

— Sei que não, mas você precisa ser mais claro sobre o que tá pensando.

— Você me falando isso-

— É, eu também preciso ser mais honesta. - riu enquanto pegava sua camiseta do chão e tirava a que estava vestindo para colocar a sua, pronta para sair daquele cômodo.

— A onde tá indo? - ele se levantou andando até você.

— Para o meu quarto!

— Nem fodendo. - ele riu e correu na sua direção ao ver que você ameaçava fugir, te pegando no colo e te jogando contra a cama novamente, ficando por cima enquanto segurava suas bochechas. — Eu não deixei você sair daqui ainda.

— Você não manda em mim. - riu revirando os olhos tentando se soltar.

— Mas você bem que queria. - ele disse em um tom malicioso, te fazendo corar como uma adolescente. — Passa essa noite comigo.

— Com isso você insinua o que?

— Podemos ficar acordados, ou só dormir.

— Ok, mas não se acostuma.

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