09 - Tiroteio na Avenida.

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Se antes você já andava pelas ruas com medo e receio, depois da conversa com Kazutora, esse seu medo aumentou dez vezes mais, seu trabalho havia voltado, e como sempre saiu bem cedo para ir até a clínica, caminhar por todas aquelas ruas parecia mais difícil do que você pensou, sentia todos olhando para você, e ao colocar os pés na clínica não foi muito diferente, até sua superiora falava com mais receio, e aquilo te assustava muito, pensou que fossem te expulsar do hospital e enviar você para trabalhar em outro local, principalmente quando foi chamada para a sala de reuniões no fim de seu plantão, onde seu chefe se encontrava lá, com os dedos batendo na mesa e uma expressão ansiosa em seu rosto.

Se sentou na cadeira à frente dele, secando o suor de suas mãos no jaleco, ele respirou fundo antes de qualquer coisa e colocou alguns papéis sob a mesa.

Sabia muito bem o que ele iria dizer, o mesmo falava e falava, te elogiando o tempo todo, sempre dizendo o quanto você era uma ótima médica e que ele era grato por todo seu esforço, ele te bajulou tanto e se desculpou, que você até estranhou isso, pois ele nunca foi gentil com os outros, e hoje ele aparentemente estava, apenas assinou a papelada e se retirou da clínica, nem se deu ao trabalho de dar tchau para os outros, já que nenhum queria falar com você. E como aquilo te irritava, pensou que provavelmente essa demissão repentina foi obra de algum delinquente, estava certa sobre isso.

Era fim de tarde e você estava na saída do hospital encarando seu celular enquanto tentava pedir um carro, e depois de minutos tentando, um havia aceitado a corrida, entrou no banco do passageiro colocando o cinto e atenta no trajeto. O motorista vestia um terno, o que pra você já era bem esquisito, mas não questionou também, no entanto, seu medo aumentou quando ele entrou em uma rota suspeita, e em minutos o carro estava estacionado em frente a um prédio bem grande.

— Moço, não é esse o meu endereço. - falou forçando uma simpatia enquanto retirava o cinto.

— Eu sei.

Mais outros dois homens entraram no carro, também de terno, um em seu lado e o outro no banco do carona, seguravam um distintivo do FBI e aparentavam muita confiança. E sem demora, começaram a jogar milhares de informações para você, sobre Toman e especialmente Kazutora, o acusando de crimes terríveis os quais você sentia vontade de vomitar somente em ouvir tais coisas, e pareciam a todo momento querer tirar uma informação a mais, como se estivessem cogitando na ideia de você fazer parte daquilo também, ou ter um laço afetivo com Kazutora.

— Sabemos que estava com este homem uns dias atrás, e também que não foi a primeira vez em que se encontraram. - o homem ao seu lado falava enquanto tinha os olhos dele em você.

— Desculpe. - riu nervosa levando o olhar para o mesmo. — Quem é você?

— Choji. - ele sorriu, e você logo notou que era forçado. — Você conhece o Sr.Hanemiya?

O veículo começou a andar o que te amedrontou mais ainda, não sabia o que fazer, e as palavras de Kazutora vinham na sua mente o tempo todo, te deixando mais nervosa.

— Não, não conheço. - respondeu, o que tirou uma risada dele, o homem no banco da frente estendeu um tablet onde mostrava uma gravação, era de Kazutora ferido no beco com você ao lado dele conversando, mais imagens dele saindo de sua casa apareceram, imagens suas entrando na mansão com Baji e ele, engoliu em seco sem respostas. — F-Foi uma coincidência, um encontro acidental.

— Entendi. - ele riu revirando os olhos. — E quando entrou na mansão, o que aconteceu? O que aconteceu quando ele estava na sua casa ou quando estavam no beco? Poderia me falar? Ou é algo pessoal demais?

Seu lado sarcástico e imaturo logo apareceu, o ouvir debochando de você e claramente demonstrando saber cada detalhe por trás das imagens, te irritou muito. Riu enquanto revirava os olhos recebendo um olhar irritado do outro.

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