02 - Encontro Acidental

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Dias, semanas, horas e minutos, passaram voando desde do terrível incidente o qual você presenciou em sua casa, teve uma longa conversa com a sua avó, a mais velha sempre teve essa personalidade afiada onde não temia nada nem ninguém, é como se ela não tivesse inimigos, ficava surpresa com esse fato, mas não era como se ela não tivesse envolvida em confusões; perdeu a conta de quantas vezes teve que livrar sua avó de acabar presa, ela sempre aparecia com um problema que não tinha necessidade de estar, e contava com a sua ajuda na maioria deles. No entanto, trazer um bandido, de gangue, para a própria casa e te fazer cuidar dele, foi um estopim. Mesmo quando disse que isso poderia atrair mais criminosos por acharem que compactuam com a gangue dele, e que seria perigoso, mesmo dizendo o óbvio ela não dava a mínima.

Quatro semanas haviam
se passado — um mês — desde do encontro caótico com um gângster, e a sua vida continuava normal, e pacífica, seu trabalho como médica novata em uma clínica renomada exigia muito de você, principalmente quando precisava prestar plantão em hospitais públicos, gostava de ir justamente por saber que iria fornecer um atendimento bom, mas era meio triste também, via muitos casos de bala perdida e famílias desesperadas, tudo por conta dessa briga entre gangues e a polícia.

Hoje havia sido um desses dias de plantão, e caminhava pelas ruas de Shibuya, com medo.

Talvez fazer plantão noturno não era de fato uma ideia boa, tendo em mente que voltaria sozinha, caminhando por ruas duvidosas, de madrugada, agora que você tinha parado pra pensar, era tarde demais.

Tinha as mãos apertando a bolsa contra a lateral de seu corpo, dando passos apressados, olhando para a frente sem piscar ou desviar o olhar, virava todas as ruas com cuidado e sempre se atentava no relógio em seu pulso, verificando as horas, sua ansiedade estava alta e seu medo mais ainda, conforme se aproximava da estação de trem e do centro, as coisas ficavam mais tensas e assustadoras, quando algum homem super drogado assobiava ou passava por um beco, isso estava te matando mentalmente.

Pensou em parar em uma loja ou em um lugar público e chamar um Uber, mas não havia muito dinheiro em sua conta, então teria que ir de trem.

Seu medo aumentou quando antes de passar por um beco ouviu o que parecia ser, alguém discutindo e super irritado, a voz lhe era familiar.

Travou no mesmo lugar, parou de andar e apertou mais sua bolsa, encarando o nada de olhos arregalados, teria continuado andando se não fosse por uma risada masculina vindo das suas costas, e ao se virar teve a visão de dois homens, de porte físico forte e tatuagens espelhadas pelo corpo, um deles estava com uma tatuagem de gangue, que também era familiar.

— Que belezura! - o mais alto falava se aproximando com o sorriso malicioso nos lábios, em segundos agarrou seu pulso te prendendo na parede. — É essa a nossa recompensa?

Estava assustada, muito assustada.

Queria morrer só de imaginar o que eles poderiam fazer com você, aquela vontade de vomitar veio junto com a vontade de apenas sair correndo, mas não conseguia.

— Não chore, gracinha. - ele passou a mão grande na sua bochecha secando a lágrima que havia escorrido. — Só vai doer um pou-

Escutou o barulho de tiro te fazendo pular no mesmo lugar e o homem que te segurava se afastou bruscamente se aproximando do outro que estava junto, se encolheu mais fechando os olhos com força ao escutar uma movimentação de passos pesados, ao abrir os olhos teve a visão de um homem alto, um físico forte, e a pele jovial que deixava ele mais bonito.

A tatuagem no pescoço.

Certamente havia sido intimidada, e também um pouco atraída, e esse foi o motivo de seu surto mental.

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