Tudo estava sendo mil vezes melhor do que esperava, principalmente pelo fato de Mitsuya ser extremamente simpático e compreensível, não só tirou suas medidas, como te entregou roupas novíssimas e chiques.
Descobriu também que ele era um estilista famoso, trabalhando para várias marcas famosas e modelos, inclusive Emma era modelo de uma agência bem conhecida também, era realmente um meio o qual você não entendia nada, mas aparentemente todos estavam envolvidos em algum ponto. E mesmo depois dele tirar suas medidas e te entregar roupas, continuaram conversando bastante enquanto tomavam sorvete, e isso durou algumas horas, e todo esse clima divertido acabou com uma simples ligação no seu celular.
— Que droga. - resmungou vendo o contanto que tanto te ligava.
— Quem é?
— Kazutora. - respirou fundo se levantando e pegando as sacolas. — Eu tenho que voltar, ele não sabe que estou aqui.
— Mas você disse que podia sair.
— Eu menti. - riu fraco se retirando do apartamento às pressas, sem pensar duas vezes antes de descer as escadas de emergência correndo.
Assim que colocou os pés no estacionamento e viu Kazutora escorado na porta do carro que você dirigiu, gelou por completo, engolindo em seco ao ver os seguranças em um outro carro. O homem estava mais pálido que o normal, vários hematomas novos pelo rosto e pescoço, assim como um corte recente na testa, que estava coberto apenas por um algodão bem preso, e ainda assim sangrava um pouco, o que te preocupou na mesma hora.
Nem teve a chance de dizer algo, ele apenas esticou a mão pedindo as chaves e você entregou, entrando no banco do carona logo após o vendo se sentar no do motorista. O carro dos seguranças foi logo atrás do de vocês, dirigindo em uma velocidade calma e pro que era permitido na lei.
Chegaram na casa um bom tempo depois, estava escurecendo e provavelmente sua avó estava dormindo, afinal as luzes da casa estavam apagadas e o silêncio reinavam pelos cômodos.
Deixou as sacolas em cima da poltrona e se sentou no sofá esperando uma lição de moral do mesmo.
Mas diferente do que pensou, bastou ele fechar a porta e dar dois passos em direção a sala que ele aparentava estar muito mais exausto do que antes, andando lentamente e se jogando contra o outro sofá, fechando os olhos e respirando calmamente. As vestes dele estavam rasgadas e sujas, e reparou na jaqueta da Toman com resquícios de sangue.
E naquele momento, o vendo tão vulnerável, entrou num dilema com si mesma, se lembrando do porque estava trabalhando ali, e oque foi pedido para ser feito, cuidar de todos.
Mas não era só isso, seu coração palpitava diferente, era medo.
Mas ainda não sabia o motivo.
Se levantou caminhando até um outro cômodo onde havia sido deixado tudo relacionado a primeiros socorros, e pegou o que precisava, voltando para a sala e se sentando na ponta do sofá a onde ele estava, fazendo o mesmo abrir os olhos um pouco assustado.
— O que tá fazendo? - ele perguntou franzindo o cenho.
— O que você acha? - revirou os olhos afastando as pernas dele e se aproximando mais. — Deixa eu ver esse corte logo.
Demorou alguns segundos, mas ele se sentou e arrumou a postura, ainda em silêncio se aproximou, removendo o algodão vendo o corte bem inflamado, não esboçou reação e apenas fez com cuidado o que tinha que ser feito.
— Tem mais algum machucado?
Perguntou analisando o físico do rapaz, vendo hematomas mas nenhum corte profundo.
Foi quando se assustou ao ver ele se levantar e retirar a jaqueta e a camiseta que estava usando, mostrando o abdômen machucado com cicatrizes, mas muito bem definido, mostrando as entradas e as tatuagens ali presentes, suas bochechas ficaram vermelhas e precisou desviar o olhar, o fazendo rir baixo enquanto se virava de costas, e de fato mostrando a ferida ali presente.
— Como ficou com isso aí o dia inteiro?! - brigou com o mesmo passando as mãos nas costas dele.
— Tô acostumado.
— Poderia ter inflamado sabia? Quando tem esse tipo de perfuração o mais adequado seria-
— Eu sei, mas não quis.
Respirou fundo.
— Então pra que diabos você me chamou aqui?! Eu deveria cuidar disso, se não quer, me mande outra função!
Após terminar de falar, logo passou a cuidar da ferida, mas sem delicadeza como antes, retirando vários resmungos de dor vindo do homem, o que te fazia rir, ao ver ele o tão destemido, chorando por apenas isso.
— Sua marra toda de homem mal, some com um simples toque mais rígido vindo de mim, que engraçado.
Falou sem pensar, rindo pra si mesma e não se dando conta do duplo sentido que aquela frase tinha, e logo se arrependeu quando ouviu ele rindo baixo, te deixando confusa e pensando nas últimas palavras.
— Você é sem noção, né?! - terminou o curativo e se afastou dele, ficando de pé, frente à frente com o mesmo, tendo visão do corpo sem camiseta definido e tatuado do rapaz, o que te deixou desconcertada, precisando desviar o olhar novamente.
Não era como se você fosse tímida e inocente, embora seja um pouco por conta de sua criação, mas acontece que as outras vezes que flertou com um homem ou ficou com um, ou estava um pouco bebada o que te dava mais coragem, ou você deixava eles controlarem você. Nunca fazia algo que realmente sentia vontade, mas nesses momentos com Kazutora, se sentia confortável para fazer, mas não conseguia, principalmente quando ele te olhava com aqueles olhos de tigre, prestes a morder a presa.
— Eu não disse nada, foi você. - ele se levantou deixando os corpos mais próximos, te forçando a se afastar.
— Mas eu não disse naquela intenção, você que me interpretou errado!
— Certo. - ele vestiu a camiseta e caminhou até a cozinha te deixando pela sala, não por muito tempo já que o mesmo voltou com duas tigelas de sorvete pequenas, te entregando uma e se sentando ao seu lado do sofá. — Na próxima vez eu vou cuidar dos ferimentos, acontece que eu tava no meio de uma briga.
— Bastasse me levar junto, seria mais prático.
— Você não pode ficar no meio dessas brigas, tiro pra todo lado, e todo mundo se batendo na intenção de matar, você é inocente demais.
— Eu vi você matando um monte de cara na avenida, eu não gosto, mas se for pra te ajudar eu me esforço.
— Me ajudar?
— É. - se virou para encarar os olhos caramelos do mesmo. — Você não tem feito isso por mim? Me dando casa, livrando o Hanma da minha sola e me ajudando com mais um monte de outras coisas, poderia ter só me matado, mas ajudou eu e minha vó, devo te retribuir.
— Não quero nenhuma recompensa apenas por ter ajudado alguém inocente. - ele desviou o olhar ficando mais incomodado. — Se quer ajudar, se contente em atender telefones, não vou te colocar no meio de um tiroteio, nunca colocou as mãos numa arma.
— Se você fosse esperto mesmo, iria me ensinar a usar uma, e nessas brigas invés de deixar alguém machucado lutar, eu ajudo a pessoa e você perde menos bandidos idiotas da sua gangue.
Se levantou caminhando até a cozinha irritada e deixando a tigela lá, passando pela sala sem nem olhar para o mesmo, caminhando direto ao seu quarto, onde se banhou, deitou e dormiu. Continuou irritada com a fala ignorante dele, mas sabia que ao mesmo tempo ele estava certo e não poderia discordar, acontece que sentia a necessidade de se mostrar útil ou retribuir algo, mesmo ele dizendo que não, você queria fazer aquilo, apenas queria.
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EXPLOSIVE ENCOUNTER
FanfictionUm encontro caótico faz uma boa mulher se apaixonar por um cara mal, levando a confusões e desentendimentos problemáticos.