23 - Brincadeiras

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Acordou com uma dor de cabeça extremamente forte, assim como os pés e costas, além disso sentia uma leve irritação pelo corpo todo bem dolorido, estava deitada em uma cama totalmente desconhecida com apenas peças íntimas cobrindo seu corpo, conforme foi acordando e olhou para o outro lado da cama, teve a visão do corpo de Emma, e Hinata no mesmo estado que o seu, os fios dos cabelos totalmente bagunçados e dormiam relaxadas.

Se levantou aos poucos e com cuidado para não acordar as garotas, mas bastou olhar para as suas coxas descobertas que soltou um leve grito, e foi se recordando dos momentos da noite anterior, mas não se sentia mal nem nada, apenas muita surpresa.

Saiu daquele quarto de hóspedes e caminhou em direção da onde vinha o cheiro de café, vendo Senju e Yuzuha jogando conversa fora enquanto tomavam café juntas.

Tinham algumas peças de roupas espelhadas pelo chão do apartamento todo, mas não se importou muito com aquilo, e se sentou ao lado das outras que também estavam no mesmo estado físico, então se sentiu confortável estando apenas de roupas íntimas. Não muito tempo depois as outras duas levantaram e se juntaram a vocês, colocando os assuntos da noite anterior em pauta e se recordando de tudo que fizeram e o que não fizeram.

Conforme o tempo foi passando, você vestiu uma roupa mais confortável que Senju te emprestou, assim como as outras, e decidiu voltar para casa, tendo em mente que não havia avisado nem sua avó e poderia dar um problema grandão.

Vestindo uma camisa comum e um shorts de malha, passou pelos portões do condômino enquanto se despedia das meninas, adentrou com calma no apartamento e torcia para sua avó estar tirando um cochilo, era por volta das quatro da tarde então pensou que ela poderia mesmo estar dormindo, afinal estava um total silêncio.

Mas foi surpreendida com uma tosse vindo das suas costas, antes mesmo de entrar no próprio quarto se virou tendo a visão de Kazutora, esse que tinha um olhar mais descansado e não estava com hematomas pelo rosto.

— Por onde andou? - perguntou demonstrando preocupação e caminhando até ele, deixando o vestido em suas mãos e o salto alto no sofá.

— Eu que te faço essa pergunta, onde você estava?

Ele a questionou de modo sério e autoritário como o de sempre, e em dias os quais você se encontrava tranquila, apenas responderia, mas hoje com uma forte dor de cabeça e uma ressaca daquelas, deixou o estresse todo te consumir.

— Não que seja da sua conta, mas sai com as meninas. - respondeu.

— É da minha conta. - ele riu fraco revirando os olhos. — Pera aí, que merda é essa?!

O olhos dele passearam por todo seu corpo, e parou em sua coxa, analisando o desenho do tigre extremamente parecido com o que ele tinha no pescoço, o que de modo imediato fez um frio preencher a barriga do rapaz, que se encontrava com as bochechas vermelhas e um olhar de desejo transbordando no olhar.

— Uma tatuagem. - resmungou envergonhada mas se esforçando para não perder a pose de corajosa. — Por que?

— Fez ontem?

— Sim, mas esse não é o foco da conversa. - deu um passo para trás ao ver que ele se aproximava. — Me diz você, por onde andou?!

O de sempre. - ele parou de andar e puxou a manga da jaqueta da Toman que vestia. — Aliás, me ajuda com isso, foi de raspão. - mostrou o braço com um pequeno corte.

— Você sumiu por dias! - rumou em direção a onde ficava os utensílios e voltou após um tempo o vendo escorado no balcão de divisão entre a cozinha e a sala. — Isso nem pode ser considerado um corte, você não estava trabalhando.

— Como não? É só isso que tenho feito minha vida toda.

— Geralmente chega todo cansado e exausto, com muitos hematomas, e não tem nenhum. - falou e guardou as coisas novamente, voltou para a sala na intenção de continuar falando com ele, mas mais afastada. — Você tava fugindo.

— Não tenho nada para fugir, você tá viajando. - ele resmungou se levantando pronto para sair do lugar.

— Será mesmo?

— O que você tá insinuando?

— Não sei, você me diz coisas bonitas e depois some por dias, não é a primeira vez que isso acontece.

— Você não é motivo pra mim fugir, apenas tinha um trabalho.

— Custa admitir? - aumentou a voz.

— Tá chapando? - ele riu irônico.

— Não estou. - disse firme. — Você pode ser temido, mas tá morrendo de medo de falar o que pensa, e fica fugindo igual um babaca.

— Você não sabe de nada, [Nome].

Sei sim-

— Não sabe! - ele se virou irritado e deu alguns passos se afastando. — Quer realmente brigar outra vez?

— Estou sendo sincera!

Estou me esforçando pra ser um cara legal e não dizer um monte de merda na sua cara, mas você não ajuda.

E mais uma vez, como sempre acontecia, vocês estavam discutindo, e conforme isso acontecia, nem se davam conta de quantas palavras horríveis e sem sentido diziam um para o outro.

— Cala a boca! - você falou fechando os olhos irritada.

— Vem calar.

Ele retrucou decidido enquanto dava um passo em sua direção, a tensão entre vocês era imensa, e não só isso raiva mas outro sentimento mais oculto transbordava entre vocês dois. Suas emoções não muito bem trabalhadas na noite anterior não ajudavam, e o homem incerto sobre o que fazer também não tinha muitas opções, quando ouviu a fala dele foi movida por outra coisa, um sentimento mais forte que você havia guardado.

Se aproximou dele com passos longos, não demorando até terem os corpos praticamente colados uns nos outro.

Tal ação deixou Hanemiya intrigado e sendo movido pela mesma emoção que você, um desejo imenso, que era nítido, mas vocês não percebiam o quanto certo era tal ato.

— Que foi? Vai me beijar?

Escapou dos lábios dele enquanto te encarava fixamente, passeando o olhar por todo seu corpo e se prendendo em seu olhar intenso, que queria o mesmo que ele, e bastou apenas sua atitude, que foi quando selou seu lábio no dele, ficando nas pontas dos pés o puxando pela nuca para mais baixo, o homem levou uma mão direto em seu pescoço aprofundando o beijo, enquanto a outra estava nas suas costas.

Você que controlava toda a situação, fazendo o que sempre quis fazer, o beijo foi rápido já que ele parecia confuso também.

Quando se afastaram ambos se encontravam corados e sem reação.

— Eu tava brincando. - ele sussurrou.

— É, mas eu não. - desviou o olhar envergonhada.

— Você me surpreende cada vez mais, sabia? - ele riu levando a mão até sua bochecha e erguendo seu rosto, voltando a te beijar novamente, de um modo mais intenso do que da outra vez.

A essa altura se encontravam aos beijos enquanto ele te segurava no colo, te levando para o sofá, onde você estava em cima dele com as pernas em volta da cintura do mesmo, deixando selares pelo rosto do mesmo enquanto ele beijava seu pescoço sem delicadeza alguma, e teriam continuado nessa por muito mais tempo, se não fosse por um barulho vindo do corredor, fazendo vocês se afastarem ficando lado a lado no sofá com a respiração ofegante.

— Docinho? Delinquente?

A voz da mais velha fez seu coração parar na hora, assim como o de Kazutora também, que ao ouvir a voz dela se aproximando pegou a primeira almofada que viu e colocando no próprio colo, o que te deixou mais envergonhada ainda.

— Vocês estão aqui! - ela sorriu ao ver vocês. — Espera, que tatuagem é essa, [Nome]?!

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