08 - Encontro pós ressaca

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Acordou com uma forte dor de cabeça, sua vista estava dolorida pelo fato do cômodo estar com bastante claridade, se levantava confusa, afinal estava deitada em sua cama, no seu quarto, sendo que nem se lembrava como havia parado ali, algumas memórias vieram conforme você processava sua situação, e pensou ter vindo de carro, só não sabia com quem. Notou que não estava com as roupas de antes, usava vestes mais confortáveis e frescas, marchou para fora do cômodo e foi quando ouviu vozes e risadas, familiares, curiosa desceu as escadas e quando botou os olhos em sua cozinha arregalou os olhos.

Kazutora Hanemiya tomava café enquanto conversava com sua avó, ambos se divertiam e pareciam bater o maior papo.

— O que é isso? - questionou caminhando até eles adentrando na cozinha, o mais alto ali continuava sorrindo enquanto segurava a xícara de café, por outro lado sua avó estava mais preocupada. — Foi você que me trouxe?!

Se virou para olhar o homem que apenas balançou a cabeça confirmando enquanto tinha os olhos levemente arregalados, ao se virar para sua avó, a viu com uma expressão totalmente seria e irritada, a mesma se aproximou mais ainda de você levando as mãos até seu pescoço, onde passou a tocar em algumas regiões te deixando mais desesperadas pela dor intensa que sentia. Logo após, ela se virou para o rapaz mais irritada, e você sabia que estava com problemas.

— Você deixou essas marcas na minha neta?!

Demorou muito até você acalmar a mais velha e principalmente, por mais que não tenha sido o rapaz, seria dez vezes pior se você soltasse que tinha sim voltado com Kazutora para a casa, e ao mesmo tempo não havia sido ele quem tinha te deixado marcada, dona Mikoto era bem tradicional, embora ela nunca tivesse imposto essas regras, ela ainda desejava que você namorasse e casasse com a mesma pessoa, por isso você não disse nada a respeito, e deixou ela pensando que foi Kazutora quem fez as marcas, o mesmo não se importou. Continuou ali com eles matando o tempo enquanto tomava seu café, parecia muito natural e comum essa situação, como se fosse parte de sua rotina estar tomando café enquanto tinha um membro de gangue ao seu lado; um tempo depois sua avó se retirou dizendo ir costurar, te deixando sozinha com o homem, e logo você se aprontou para o questionar sobre os acontecimentos da festa e o que tinha acontecido.

— Tá me dizendo que eu meio que dei um fora em um cara perigoso?

— Huhum.

— E agora tem grandes chances dele querer vir atrás de mim e te prejudicar, então você fez uma reunião com seu pessoal, e chegaram na conclusão que eu deveria ficar mais atenta? É só isso?

— Todo mundo percebeu que você é um pouco idiota e sem noção.

— Vai se fud-

— Tá vendo? - ele riu cruzando os braços e andando em sua direção, levando uma mão em seu pescoço apertando, e a outra em seus pulsos, te prendendo contra o balcão da cozinha. — Se eu fosse você começaria a entender com quem tá falando, não sou bom, então para de achar que pode falar assim comigo. - ele falava tudo olhando em seus olhos, e só aquela ação te fez gelar totalmente. — Hanma não tem problema em bater em mulheres, vai fazer muito pior, tente não se meter em problemas.

Ele se afastou, passou a mão nos bolsos tirando um celular de lá e murmurando xingamentos ao ver o horário, logo o mesmo se aprontou para ir embora, tendo sua companhia até o quintal.

— O que eu devo fazer? - segurou no braço dele o impedindo de entrar no carro. — O que vai acontecer agora?

— Algumas pessoas viram atrás de você. - ele se virou com uma feição neutra. — Barra pesada, essa gente vai vir atrás de você provavelmente, e você precisa dizer a eles que não me conhece e não tem envolvimento com a Toman, tem que dizer a eles que não se lembra de nada, evita entrar em qualquer veículo com eles.

— Espera, não pode ser tão ruim assim.

— Porra, eles são bandidos [Nome]! - o mesmo passou as mãos no cabelo jogando para trás, e respirou fundo tentando manter a calma, e voltou a falar. — São bandidos e vão se identificar como agentes federais, vão dizer mentiras ao meu respeito-

— Que tipo de mentiras?

— Qualquer merda, que eu tenho transtornos mentais, como sou violento e perigoso e eles vão parecer bem convincentes. - acabou rindo com a frase dele, o mesmo tocava em seus ombros com as pontas do dedo, e falava calmamente, e naquele momento não estava tão assustada, afinal ele te passava segurança e isso era maravilhoso.

— Já estou convencida. - ele riu.

— Tem algumas palavras chaves que vai ouvir, palavras tranquilas, palavras como; estabilizar, proteção, segurança e se eles falarem essas palavras, principalmente se repitirem, significa que vão te matar.

— Que?

Ou te prender em algum lugar distante por muito tempo. - ele se aproximou mais. — Entendeu?

— S-Sim.

— Preste atenção, se disserem que está segura, é porque vão te matar.

— Se disserem que estou segura vão me matar.

— Não entrar onde?

— Em veículos, agora para de falar comigo como se eu tivesse dois anos. - ele se afastou.

— Tá bom, e se perguntarem por mim ou a Toman?

— Não te conheço e não tenho envolvimento com a gangue.

Falou certeira sobre isso, e sentindo uma pontada de dúvida sobre ao mesmo tempo, ele estava certo afinal, você não sabia nada sobre o homem em sua frente, ele provavelmente sabia coisas sobre você, mas nada relacionado a ele vinha em sua mente, fora o fato dele ser um membro de gangue, e nem disso você tinha tanta certeza ouvindo tudo que ele falou, o mesmo poderia ser bem mais que isso.

— Afinal, quem é você Kazutora?

O homem não respondeu nada, se afastou totalmente e sorrindo minimalista, rumou em direção ao carro adentrando e acenando para você antes de sumir junto com o automóvel, te deixando cheia de dúvidas e incertezas, sabia lá no fundo que ter ele por perto te passava uma sensação de segurança, e também adrenalina, mesmo tendo ouvido desde de pequena sobre garotos maus e garotos bons, céu e inferno, certo e errado, naquele momento mesmo tendo certeza de que o Hanemiya não era um alguém bom, queria ter certeza que ele voltaria para você e te deixaria segura.

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