EXPLOSIVE ENCOUNTER

11 - Acordos

Enquanto um homem de índole ruim segurava sua mão com a maior delicadeza do mundo, e a cada passo direcionava um olhar irritado para os homens, deixando até o de aparência mais perigosa com medo, você se concentrava para se manter sã.

Respirando fundo, contando mentalmente até dez, mas ainda era difícil quando a única coisa que passava por sua mente era momentos com a sua vó, e as piores situações do mundo do que poderia ter acontecido com a mais velha, secava sua mão solta o tempo todo na calça e não entendia como ele não havia reclamado do suor.

Foi quando pararam na frente de uma boate imensa, com dois seguranças na porta, que bastou colocarem os olhos em Kazutora para liberarem a passagem.

O local estava bem movimentado, e reconhecia alguns rostos da última festa, conforme andavam ainda de mãos dadas, os olhares eram direcionados a você, outros apenas cumprimentavam o homem minimamente e acuados, e se limitavam para forçar um sorriso na sua direção, ele te levava para os andares de cima, no camarote, onde aí sim encontrou os conhecidos de verdade.

— Que porra! Você tá acabado, irmão!

Baji caminhava atrás de vocês segurando um copo de álcool na mão, e o homem segurando sua mão não parecia se importar, tinha o rosto totalmente neutro caminhando em passos apressados em direção a uma sala mais no fundo, ele abriu a porta e você logo teve a visão de Mikey, em uma mesa conversando com mais um homem, esse que era bem alto e tinha uma tatuagem na cabeça, e você conhecia como Draken. Kazutora bateu com a porta na cara de Keisuke recebendo xingamentos em troca, e ele abrindo a porta furioso depois a batendo forte.

E depois de todo esse tempo, ele finalmente soltou sua mão, e desta vez aparentava estar um tanto quanto irritado.

— O que aconteceu com você cara? - o homem atrás da mesa falou em um tom sério mas ao mesmo tempo irônico.

— Adivinha. - ele retrucou revirando os olhos se aproximando mais da mesa e ficando frente a frente com Mikey. — Esquece, não tem mais nada que eu possa fazer, ou ela fica ou ela morre.

— Foi você que não quis desde do começo.

O outro rapaz se pronunciou, se colocando próximo de ambos tentando impedir uma possível discussão.

— Ken, deixa eu resolver isso. - Mikey o cortou de modo sério. — Kazutora, veja bem-

— Veja bem, tenho uma mulher e uma idosa inocente, que correm risco de vida porque eu quase morri fazendo uma missão que nem era meu trabalho.

— E você não quis trazer elas pra cá.

— Isso é uma escolha delas e não minha.

— Não venha dizer que foi culpa nossa quando na real foi ela que inventou de beijar o desgraçando do Hanma!

— E isso importa, irmão?! Ela não sabia de nada, e não estaria envolvida nisso tudo se não fosse eu.

A essa altura ambos disparavam argumentos ignorantes um contra o outro, fazendo com que não só Draken, mas Baji também tentasse separar aquilo, e ver essa situação, deles decidindo o que fazer com você, como se não tivesse ali ouvindo cada palavra, despertou um sentimento o qual você raramente expressava, coragem.

— Mas que merda!

Gritou se enfiando entre ambos e quase levando um soco de Mikey, que por pouco não dispara a mão contra seu rosto.

— Vocês são um bando de babacas, falam sobre o que irão fazer comigo, como se eu não tivesse aqui ouvindo as merdas que saem da boca de vocês! - encarou Mikey. — Eu nunca pedi para vocês me salvarem, desculpa se correr de um doente naquela festa causou problemas pra gangue de vocês, eu tava com medo e recorri pra alguém que eu conhecia, mas não preciso mais disso tudo. - se virou para Kazutora. — E eu não preciso que evitem minha morte, sou medrosa mas não quero vocês me protegendo, e o mais importante! Foda-se vocês e minha proteção, cadê minha vó?! Ela sim merece uma segurança garantida!