05 - Uma festa

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Muitas vezes você se encontrava divagando em memórias, aquelas felizes e únicas, de coisas raras, por exemplo, lembranças de quando ainda era uma adolescente e saia durante a noite para festas malucas, e aparecia no outro dia pela manhã com uma sacola de pães, dizendo para sua avó que havia ido em uma padaria, e ela sempre acreditava, esse tipo de lembrança é uma das quais você jamais apagaria da sua memória, e também não mudaria. Foi uma fase sua um tanto quanto rebelde, invés de ir para a missa com sua querida vó, ficava deitada dormindo ou matando o tempo com coisas banais, e aos fins de semana aproveitava os perigos noturnos com alguns de seus amigos da época, os quais você nem manteve contato.

Fora essa sua fase rebelde, tinha sua época universitária festeira, presente em quase todas as festas de fraternidade e roles universitários, foi em um desses roles que conheceu Naoto, ele cursava perícia criminal na mesma faculdade que você, mas não eram do mesmo campus, o encontro foi um tanto quanto caótico.

Você estava sóbria, não era raro isso, na verdade bem comum, frequentava sim muitas festas, mas você nunca foi do tipo que bebia, apenas estava curtindo. E nesse dia ele havia ido justamente para beber até esquecer do próprio nome, por terem alguns amigos em comum, ele acabou ficando sob seus cuidados, e teve que o ouvir chorando pela ex ficante durante horas, e quando decidiu ir embora ele vomitou em seus sapatos novos, uma amizade se formou naquele momento.

Haviam se passado anos, e você continuava mantendo contato com ele, não como antes, mas eram próximos ainda.

Sair era uma tarefa de extrema raridade, você quase não tinha tempo para respirar, e ele muito menos, mas você teria três dias de folga, depois de ter passado as últimas duas semanas fazendo milhares de plantões, estava decidida que iria sair para curtir e beber depois de tanto tempo, mandou uma mensagem para o rapaz que aceitou na mesma hora, dizendo que a irmã iria em uma festa de aniversário do namorado e teriam bastante convidados, se aprontou em escolher uma roupa bem bonita que não usava a tempos, e se encorajou a fazer as unhas, a sobrancelha, maquiagem e cabelo.

A mudança foi tanta que nem acreditou quando se encarou no espelho, até mesmo sua avó estava de olhos arregalados.

Vestia uma saia preta que ia um pouco abaixo de sua bunda, um body de renda também preto, não era muito decotado, mas ainda sim chamativo, mostrava sua tatuagem na clavícula, de duas borboletas com traços finos com a tinta preta, havia outras tatuagens minimalista espalhadas pelo corpo, mas ninguém sabia, apenas você e sua vó.

Terminou de arrumar o fecho de seu salto alto preto simples e ajeitou sua bolsa preta pequena, deixando somente o necessário.

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Recebeu uma mensagem de seu amigo dizendo que estava a caminho, passou o perfume doce e colocou um brinco brilhante delicado, se despediu de sua avó e o esperou, também não disse muita coisa para a mais velha, apenas que iria voltar tarde e ela nã...

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Recebeu uma mensagem de seu amigo dizendo que estava a caminho, passou o perfume doce e colocou um brinco brilhante delicado, se despediu de sua avó e o esperou, também não disse muita coisa para a mais velha, apenas que iria voltar tarde e ela não se importou com isso.

O carro do rapaz estacionou na frente de sua casa e você adentrou no banco do carona, o cumprimentando com um beijo na bochecha.

— Que festa é essa afinal? - perguntou.

— Hina disse que o namorado dela está comemorando alguma data importante, deve ser aniversário dele.

— Não sei não, o namorado da sua irmã sempre foi meio suspeito.

— Vai ficar muito revoltada se eu disser que ele ainda tá envolvido com gangues?

— Porra! Claro que sim! Vai ter gente de gangue lá né?! - ele engoliu em seco. — Só não te mato agora, porque realmente preciso curtir um pouquinho.

— Fica tranquila, eu vou estar lá.

— Você compactua com eles até onde eu sei.

Demorou bastante até chegar no local, era um condomínio bem afastado com casas de extremo luxo, a mansão em específica estava com um som super alto, e bastante movimentada, estava querendo sim curtir e trazer mais felicidade para sua vida, mas ver aquela quantidade de pessoas era um absurdo, você não era velha, tinha seus vinte e cinco anos, havia se formado a dois anos atrás, e desde então trabalha e apenas isso.

Precisava curtir desta vez.

Naoto passou por várias pessoas, esbarrando em muitas, até finalmente chegar em uma área mais afastada, tinha uma piscina enorme com uma galera dentro, sem contar o tanto de gente alcoolizada que tinha em um lugar só.

Acabou por trombar contra um corpo maior que o seu, arregalando os olhos ao ver tal pessoa ali, com o rosto divertido e olhos baixos, o copo na mão indicava estar totalmente bebado.

— Oxe. - ele arregalou os olhos. — Cê não é a doutora lá? [Nome] eu acho, salvou meu mano!

Ele ficou super empolgado e te puxou para um abraço, o qual você afastou de imediato.

— Oi, Baji. - murmurou. — Você parece estar se divertindo bastante.

— Claro que estou! - ele berrou. — Puta festa foda, bebida pra todo lado, música boa, piscina, isso é literalmente um paraíso!

Se permitiu rir com tanta animação em uma pessoa só, ele não disse mais nada e foi falar com outro cara, quando se deu conta, havia se perdido de seu amigo. Se xingou mentalmente por cometer tal falha, estava em um ambiente novo, perigoso, e sem a única pessoa que conhecia, isso sim era uma merda.

Decidiu andar sozinha, voltou para a área de dentro andando até a cozinha, onde teve a visão de mais um rosto familiar, a moça do hospital de fios claros e rosados.

Assim que ela botou os olhos em você abriu um sorriso largo e honesto.

— Você por aqui, Doutora! - ela se aproximou.

— Esquece minha profissão, por favor. - pediu em meio a risadas.

— Pode deixar! - ela piscou para você. — Tá afim de beber alguma coisa?

— Pode ser.

Ela preparou uma bebida e te entregou, não estava forte o que era bom, ficou um tempo ali conversando sobre assuntos aleatórios com ela, até a mesma se retirar do lugar te arrastando junto, a levando para a pista de dança, onde passaram a movimentar os corpos juntas, sem se importar com a opinião alheia, não prestou atenção no tempo que ficou ali, mas quando se afastou dela estava ofegante, e ainda com o copo de bebida em mãos, andou para o lado da piscina, se sentando em um banco que havia ali, dando pequenos goles em sua bebida.

Observou as pessoas na água, tinham rostos familiares, os gêmeos estavam ali, também via Baji conversando com Chifuyu o tempo todo, andando pra lá e pra cá.

Se eles estavam aqui, ele também estava?

— Mas que surpresa! - virou o rosto em um susto olhando para o homem a sua frente, ele tinha um sorriso divertido nos lábios e segurava um copo de bebida. — A grande médica em uma festa desse tipo?

— Mikey, certo?

— Esse sou eu. - ele riu e se sentou no banco em sua frente. — O que faz aqui?

— Um amigo me chamou.

— Quem? - ele passou os olhos pelo lugar.

— Naoto, conhece?

— Sei, sei, o cunhado do Tamemichi. - ele se levantou novamente indicando para você fazer o mesmo. — Você sabe em que tipo de festa está?

— Aniversário? - ele gargalhou. — O que foi?

— Nada.

Ele se virou prestes para sumir da sua frente, foi quando uma necessidade nova de saber sobre ele surgiu, queria saber se Kazutora também estava nessa festa, afinal todos estavam, queria o ver também.

— Kazutora tá aqui? - perguntou o fazendo se virar sorrindo.

— Não está, e você deveria ir embora.

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