"Às vezes as trevas vem de lugares inesperados."
Negar seu imprinting com o supremo alfa (lúpus) de sua aldeia parece algo impensado e insensato a se fazer, e mesmo assim, sabendo que não poderia, foi o que Park Jimin fez.
Fugindo e evitando Jungko...
Desde o dia em que Seokjin disse o que Jungkook e eu precisamos fazer para que eu talvez recupere a memória, nós já tentamos duas vezes, e até então, não conseguimos nada. Entretanto, dessa vez estamos tentando fazer de um jeito um pouco diferente.
Nesse momento, estamos deitados na cama de Jungkook, que me parece tão familiar. A princípio, estamos apenas conversando, como Jin disse que tínhamos que fazer. Porém, depois de duas tentativas, achar algo para falar está sendo difícil, levando em conta o fato de eu não lembrar nada.
— Eu já tive medo de você? — sem muita saída, eu perguntei para o alfa, lembrando do que ele havia me dito quando cheguei aqui.
"Não sinta medo de mim de novo". Isso me deixou curioso.
— Sim, teve. No começo, antes de eu te marcar, você meio que fugia de mim — ele contou, deixando escapar um sorriso pequeno.
— Mesmo com o imprinting? — eu estava surpreso.
— Sim, mesmo com o imprinting. Aquela "visão" que você teve, do lobo, foi no dia em que você enfim me aceitou.
— Como você conseguiu voltar? — minha voz estava fraca e me encolhi minimamente, eu me sentia um pouco culpado, e não sabia exatamente de onde vinha esse sentimento.
— Você me ajudou, meu amor, se eu voltei foi por sua causa. Você estava comigo e me ajudou — ele fez questão de dizer, enfatizando minha participação naquele dia. Senti seu carinho em minha bochecha.
Nós estamos deitados na cama, um de frente para o outro, olhando nos olhos um do outro. O clima nesse momento era envolvente, chegava a ser pesado, mas não de um jeito ruim.
Eu me aproximei mais dele, podendo sentir seu calor. Não me admiraria se eu dormisse aqui agora. Já era noite, e o cansaço do dia começava a cair.
Foi muito rápida a forma em que eu me deixei aproximar dele, alguma coisa dentro de mim o puxava para cada vez mais perto.
— É estranho saber a forma que eu te tratava antes, sendo que agora eu não consigo ficar nem um minuto longe — eu confessei, meio bêbado de sono, sem medir bem as palavras.
Quer dizer, não que eu realmente precisava medir as palavras, já que estou literalmente marcado e carregando um filho dele. Mas normalmente eu media o que eu dizia, porque às vezes eu lembrava que agora não o conheço mais. Isso tudo é complicado e doloroso.
Lentamente, com o passar do tempo, eu senti meus olhos pesarem cada vez mais, ao mesmo passo em que minha voz ficava mais baixa e lenta. Peguei no sono poucos minutos depois, e posso dizer, à dias não durmo tão bem.
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Eu abri lentamente meus olhos, e com o que eu escuto à minha volta, deve ser cedo do dia seguinte. Sinto Jungkook sob mim, enquanto eu o abraço. Dormimos assim? Eu não me impressionaria.
