04 - UM TIRO NO ACAMPAMENTO.

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No dia seguinte ao dia da cachoeira, acordamos com o estampido seco de um tiro e imediatamente levantamos todos da cama, ao sair das barracas, nos deparamos com o CB. Silveira com uma pistola na mão e uma cara de assustado. O Tenente Braga, imediatamente tomou a arma da mão do CB. Silveira e o questionou sobre o disparo;
- Tinha uma onça no acampamento, eu atirei para espanta-la. Disse Silveira.

Algo naquela historia não estava me cheirando bem... Uma onça no meio do acampamento? Como? Estavamos acampando em uma area onde ja não se viam onças a quase trinta anos. Minha disconfiança aumentou quando percebí que na barraca onde estavamos o tenente Braga e eu, havia um furo na lona e outro no travesseiro onde eu estaria dormindo, a sorte foi que aquela noite, o tenente Braga e eu passamos juntos, na mesma cama, dormindo abraçados depois de gozar bastante.

Imediatamente, levei a caso ao conhecimento do Tenente Braga, que chamou o CB. Silveira até a barraca e o questionou. Silveira admitiu que atirou contra a nossa barraca, mas que queria apenas assustar e admitiu estar com ciumes pois era apaixonado pelo Tenente. Diante de uma confissão como estas, o Tenente até pensou em mardar prende-lo, mas por medo de uma represália e de ser entregue pelo Cabo, decidiu dar apenas uma bronca e tira-lo do exercício, enviando-o de volta ao quartel. Assim, além de paz pra cabeça, teriamos mais tempo para nos conhecer melhor se interrupções.

O Tenente Braga e eu conversamos muito, falamos sobre nós, contamos planos, sonhos, vontades e medos, nem pareciamos dois militares em um exercício na mata, apenas dois amigos que se amavam em segredo. Terminamos A semana e o exercício na mata, voltamos para o quartel, e alí surpresas nos aguardavam...

Pra começo de conversa, o Tenente Coronel Ribeiro ja nos aguardava no patio do quartel. A seu lado, o CB. Silveira, com um sorrisinho sarcástico nos lábios. Um frio tomou conta do meu corpo na hora, algo me dizia que ele começaria a desferir sua vingança contra nós naquele momento... Porém, o Tenente Coronel Ribeiro se virou e disse:

- Tenente Braga, qual foi sua conclusão sobre o que eu te pedi para investigar neste exercício na mata?

- Conforme suspeitávamos, o CB. Silveira estava mesmo abusando sexualmente dos Recrutas, inclusive, o Recruta Lucianno Prado estava na mira do CB. Silveira. Tive que coloca-lo em minha barraca para protege-lo do assédio!

- CB. Silveira, Me espere na minha sala.

- Coronel, eu...

-Espere na minha sala! É uma ordem.

E lá se foi o CB. Silveira, com o rabinho entre as⁵ pernas pra Sala do Tenente Coronel Ribeiro.

- Tenente Braga, eu te deixarei como responsavel pelo Batalhão durante este primeiro trimestre, só não expulso o Silveira porque o pai dele é meu amigo e eu devo favores a ele, mas fiquem tranquilos, ele não os incomodará mais. Pederastia é uma pratica inaceitável nas forças armadas. Naquela tarde, o Tenente Coronel Ribeiro mandou prender o CB. Silveira por sessenta dias, e em seguida partiu para o Comando do Exército.

Naquele mesmo dia, Marcelo e eu conversamos bastante. Ali eu percebi que algo estava acontecendo, o sorriso dele acelerava o meu coração. Meu Deus do Céu! Eu estava me apaixonando pelo Tenente Braga. Durante uns cinco dias, eu fiquei pensativo. Não podia me apaixonar por ele, gozavamos gostoso juntos, mas ali não era um lugar propício a paixão e nem a romance. O Exército é hard... e eu tinha que tomar uma providência a respeito disso imediatamente.

Naquela noite, fui para o alojamento depois de um dia cansativo de trabalho, tomei meu banho e já fui direto pra cama, não era nem oito da noite e eu já estava arrebentado, cansado de mais mesmo, foi só eu me deitar e já caí no sono. Uma noite inteira de sono era tudo o que eu precisava, mas de madrugada eu acordei sendo alisado, uma mão quente passeava pela minha virilha enquanto uma boca quente beijava a minha barriga. Meu pau já estava duraço! Eu abri os olhos é vi o cabelo loiro do Tenente em cima da minha barriga enquanto sentia a língua dele fazendo leves voltas na cabeça do meu cacete e suas mãos acariciando as minhas bolas. Na hora uma tensão me tomou, os outros soldados poderiam acordar e ver o tenente Braga brincando de bezerro e mamando o meu pau duro igual aço... na hora puxei ele, sentei na cama e respirei fundo, em seguida me levantei, puxei ele pela mão e saímos do alojamento.

- O que houve? Não estava gostando?
- Eu estava adorando!
- Mas por que você me interrompeu então?
- Por medo de alguém acordar e ver você chupando o meu pinto! Isso não seria bom para você.
- Nossa, você se preocupou comigo antes do prazer?!
- Claro. Não quero te prejudicar.
- Venha comigo até o meu quarto. Vamos conversar!

Confesso que esperava que ele me atacasse no quarto dele é continuasse o que ele estava fazendo no alojamento, mas não. Chegamos no quarto dele e nos sentamos na beira da cama, aí veio a bomba;

- Lucianno, seja sincero comigo. Esta acontecendo algo?
- Por que? Deveria estar? (Tentando disfarçar o sentimento.)
- Eu sinto uma proteção especial vinda de você, me sinto bem ao seu lado. Eu acho que estou apaixonado por você. Penso em você o dia todo, e acordei procurando por você na minha cama! (Eu, aqui, quase chorando por que sentia o mesmo!)
- Tenente Braga, eu...
- Aqui você pode me chamar de Marcelo. Tenente só lá fora, ok?
- Ok! Marcelo, me perdoa, eu não queria me sentir assim, eu também estou apaixonado por você, por isso tentei evitar contato com você a tarde toda. Tenho medo de te prejudicar.

Quando eu olhei para o Marcelo, ele estava chorando, na hora meu reflexo foi abraçar ele, segura-lo forte em meus braços e chorar junto.

- Lucianno, nunca me senti assim, nunca ninguém se preocupou comigo dessa forma, não quero ignorar este sentimento, não quero ficar longe de você. Quero você comigo a partir de agora.

Nos deitamos lado a lado, e dormimos de mãos dadas.

Ali se iniciava uma história de romance, cumplicidade e desejo camuflado.

DESEJO CAMUFLADOOnde histórias criam vida. Descubra agora