10 - A DISPUTA

886 31 1
                                    

No fim daquela noite, movido pelo pânico, contei sobre o episodio do Vestiario envolvendo o Capitão Penacco, e para a minha surpresa, o Marcelo não ficou bravo. Ele ate imaginava que ele tinha investido pra cima de mim, o que configurou uma disputa entre ele e o Marcelo para ver quem ficava comigo.

Me senti um objeto sem direito a opinião quando o Marcelo disse essas palavras e confesso que fiquei puto... Na hora, meu tesão se transformou em raiva do Capitão Penacco, mas resolvi ignorar essa historia, ja que Marcelo não havia ficado bravo por conta da historia do vestiario, a noite seria boa pra nós, mas me senti na obrigação de compensa-lo por toda aquela confusão. Nos deitamos lado a lado e conversamos sobre os rumos que nossa relação estava tomando. O que seria uma transa de momento para aliviar o Stress, acabou se tornando um relacionamento onde um se preocupava e tomava conta do outro. Tanto o Marcelo quanto eu, curtimos a ideia de estarmos juntos e assumir um compromisso serio e sigiloso, ja que os dois somos machos e sigilosos.

Acontece que o Capitão Penacco também queria algo mais serio comigo, tanto que ele entrou com um pedido de emprestimo dos meus serviços para a Aeronaltica, mas tive a sorte de ter o pedido avaliado pelo Tenente Coronel Savio Frazão Ribeiro, que negou o pedido imediatamente por achar desnecessario a concessão de um emprestimo de Efetivo à Aeronaltica sem ser em uma ocasião atípica.

Quando fiquei sabendo do pedido, fui pessoalmente no gabinete do Ten. Cel. Ribeiro para agradecer. Expliquei que o Cap. Penacco estava solicitando o emprestimo apenas para me afrontar tendo em mim um subordinado para humilhar, porém, o Ten. Cel. Robeiro disse que sabia o que estava acontecendo e me aconcelhou a fugir dessa disputa entre ele e o Ten. Braga. Isso poderia ir para instâncias superiores e a porrada ia ser grande...

Com receio me calei, mas algo me dizia que se eu me afastasse do Ten. Braga, seria pior, então resolvi ignorar o conselho do Ten. Cel. Ribeiro e segui com minha vida e minha rotina.

Cerca de um mês apos o ocorrido, eu estava de folga indo ver meus pais, Marcelo também tinha ido ver sua familia e então estavamos tranquilos. Quando cheguei no ponto pra pegar o onibus, um carro para e buzina; - Não conhecia ninguém que tivesse um modelo de carro igual a aquele. Era novo, modelo do ano... A buzina insistiu e eu fui ver o que essa pessoa queria, e para a minha surpreza, era o Capitão Penacco.
- Entra ai, soldado. Eu te dou uma carona!
- Não acho boa ideia, Capitão. Mas obrigado.
- Para de bobagem, eu moro no mesmo bairro que os seus pais. Te deixo lá, entra ai, deixa de cerimônia!

Receoso, eu entrei. Coloquei o cinto e fomos. Eu fiquei apavorado imaginando que ele ia me alisar no carro ou me agarrar, mas não. Fomos conversando, e ele, que tinha sido descrito como predador e dominador, desconstruiu essa imagem na minha frente. Sempre educado e bem humorado durante nossa conversa. Ao chegar em frente a casa dos meus pais, ele sorriu e disse:
- Você viu? Eu não sou nenhum monstro, apenas um cara que ama com intensidade. Sei te me pintaram como o diabo pra você, mas você vai que quem fez isso é que quer te usar. Não vou negar que aquele dia no Braço de Guerra, eu estava cedento por sexo, mas eu sou romantico e só participei por carência. Se você quizer me conhecer melhor, me liga.
Ele me deu o telefone, e eu sai do carro, agradecendo a carona e a conversa.

Passei aquele final de semana pensando sobre isso. Sobre o que conversamos, em momento algum eu pude perceber nele algum traço de dominação ou de controlador, e, depois de muito pensar, decidi ligar para o Marcelo pra conversar com ele, e, ao primeiro toque do telefone, uma voz estranha de homem atendeu o telefone:
- Alô?!
- Oi, O Marcelo está?
- Quem é você? O que você quer com ele?
- Diz pra ele que é o Lucianno Prado, do Exercito. To precisando falar com ele, ok?!
- Falo sim... assim que ele sair do banho eu falo!
Quando eu ia desligar o telefone escutei essa voz gritando sem perceber que não tinha desligado ainda...
- Amor, liga pra um tal de Lucianno. Ele precisa falar com você!

Eu desliguei o telefone enfurecido. Obviamente estava sendo enganado... Eu tremia de odio em pensar que o Marcelo estava fazendo isso comigo.
Sem pensar duas vezes, liguei pro Penacco;
- Oi, tudo bem?
- Oi. Tudo bem e você, soldado?
- Tudo tranquilo. Podemos sair pra conversar, Capitão?
- Claro! Quando? Agora?
- Sim, se não houver problema pra você.
- Claro que não. Passo aí pra te pegar em 10 minutos.

Conversamos muito aquela tarde, e eu tive a oportunidade de conhecer melhor a pessoa do Capitao Penacco. Ele era um militar como os demais, mais tinha muita coisa presa no peito, ele decidiu desabafar e me contou muito sobre a vida dele. Traumas, tristezas, desapontamentos... ao final da conversa, eu entendi o porque de muita gente não gostar dele, pude compreender o quanto era ruim manter o silencio mesmo tento passado por todos os abusos que ele passou desde a infancia.

Pedi para vê-lo novamente a noite e ele concordou. Ao chegar em casa, tinha dez mensagens do Marcelo na minha secretaria eletrônica, minha raiva era tamanha que eu apaguei todas elas e não retornei... ele ligou mais um monte de vezes até a noite, e eu so queria distancia dele, ja que ele tinha um amor com ele enquanto eu estava na casa dos meus pais.

Naquela noite, Penacco e eu fomos a um barzinho no centro da cidade, sentamos, bebemos, conversamos mais um pouco e no fim desse encontro, nos beijamos e fomos a um motel.

Chegando la, ele me tratou com todo o carinho, beijando cada centímetro do meu corpo, passeando com a lingua quente pelo meu corpo inteiro, me chupando com vontade e sentando no meu pau com todo o desejo enquanto me beijava e sorria. Me senti amado naquela hora, foi muito bom mesmo!

DESEJO CAMUFLADOOnde histórias criam vida. Descubra agora