A casa do xerife era uma típica casa Canadense do interior, com um alpendre e uma porta de madeira maciça e bem polida, pintada de uma tinta de laca branca. Ao contrário da sua aparência, bem conservada, aquela casa já estava há anos na posse dos McKenzie.
Os cristais pendentes que balançavam com o vento soavam uma melodia calmante de acordo com a velocidade da brisa. Ela se afastou da porta, assim que começou a ouvir passos rápidos e então, a face rosada do xerife a recebeu, e em baixo do bigode, o sorriso de canto a canto no rosto."Não poderia ir embora ser ir ver Susan." - ela comentou timidamente.
Por dentro, Sora sabia que seria arriscado ficar mais próxima do xerife, mas confiava na imagem e memória dela que permanecia na mente dele. Esperava que ele ainda confiasse nela e sair do nada de ao menos fazer uma visita a sua esposa, na cabeça dela, levantaria algum tipo de suspeita.
"Sora anda muito reclusa" ela pensou consigo mesma, imaginando os pensamentos de Susan.
"Que bom que resolveu vir, antes de ir embora e sumir de novo." - ele brincou.
McKenzie abriu a porta para que ela entrasse e ela entregou o poncho que usava a ele, imediatamente ele o pendurou junto com os ganchos ao lado da porta.
A sua frente, Susan, uma mulher de cabelos lisos brancos de corte Chanel a esperava sentada no sofá de veludo vermelho."Quanto tempo, querida." - Ela se levantou e abraçou Sora. - "Venha, sente-se. Aceita um pouco de chá?"
O incômodo brotou do coração da moça, ela concerteza não estava a vontade, era um pouco frio da parte dela, fazer aquela "social" apenas para que ninguém começasse a fazer perguntas sobre o que aconteceu inverno passado. Apesar de que, em outra ocasião, se ela estivesse com o coração mais leve, até que seria agradável conversar com Susan e fofocar sobre os acontecimentos corriqueiros da pequena Fort Nelson e seus moradores, alguns, há muitos anos, relíquias da cidade e os novos fazendeiros que iam surgindo, herdeiros de antigas terras.
"Que bom que você resolveu descer." - ela comentou. - "Como estão as coisas lá em cima?" - ela dizia enquanto servia Sora um pouco de chá.
"Está tudo bem, na verdade, eu tenho que descer com uma certa frequência....Quando é temporada de trufa."
"Ah sim! Você trabalha com isso mesmo. E não resolveu passar aqui para nos ver antes por quê?" - perguntou a esposa do xerife em um leve tom provocativo, porém divertido.
Silêncio, ela não poderia permitir que demorasse muito. Ansiedade, estresse, paranoia, tudo sentindo ao mesmo tempo e por fora uma casca inabalável.
"Ah, eu tenho muita coisa para fazer por lá, não gosto de deixar a Cabana sozinha por muito tempo." - Ela olha a hora no relógio ornamentado de detalhes espirais que está pendurado acima da lareira, que aparentemente, parecia ter sido usada na noite anterior. Ela toma mais um gole do chá de gosto forte da erva local e mordisca um biscoito.
"E você está bem lá sozinha? Se quiser posso mandar uma patrulha, é claro, já que você vai consertar o velho rádio do seu pai."
"Ah sim... Eu vou consertar e o que acontecer de suspeito eu aviso. Lá não tem sinal de telefone né... As vezes é bom descer também, para me atualizar." - Ela solta um risinho nervoso e olha a quantidade do chá, infelizmente, ainda seriam mais alguns minutos a frente até que ele esquentasse e ela pudesse tomar o restante.
"Ainda não solucionamos aquele desaparecimento.... Mas para te falar a verdade, baixando a ficha do sujeito, é até bom não termos sinal dele por aí."
Lembrar da menção daquele homem, a fazia tremer.
"Pois é..."
"Foi bem na época que James se foi..." - Susan mencionou.
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Wolf and Raven
Science FictionSimon Riley, em uma missão juntamente com Soap e uma equipe de seis soldados, são emboscados em uma operação no estado de British Columbia, no Canadá. Sozinho e ferido no meio de uma densa e sombria floresta, ele está quase a ponto de desistir de su...