20. Tied

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Ghost arfava enquanto percorria o caminho tortuoso seguindo os rastros dos veículos dos russos, o peso dos equipamentos, do rifle de James, pesava nas suas costas e ele sentia cada vez mais difícil seguir sem dar pausas. Além do que Sora havia contado a ele, era difícil imaginar o interesse que eles teriam em mantê-la viva, então, ele tentava afastar qualquer esperança de encontrá-la em boas condições. O seu foco, seria abater todos os membros que encontrasse, e o rifle, o manteria a salvo, mas somente caso conseguisse uma posição estratégica e tudo dependeria do tipo de instalação que iria encontrar, se fosse no alto de alguma colina, seria extremamente difícil ter uma vantagem de longe, então além de ter que chegar ao local, ele teria que fazer uma análise de tudo a sua volta.
Horas se passaram, entre uma ração e outra, a neve voltava e parava de cair e ele tentava não ficar angustiado com isso, mas era inevitável, ter uma tempestade de neve durante o resgate, não seria o melhor dos cenários e quando conferia o céu, as nuvens se movimentavam rapidamente.
Aquela caminhada voltava a fazer seu sangue aquecer, e aos poucos, seus sentidos ficavam mais aguçados novamente, sentidos há muito tempo esquecidos pelo conforto e paz momentânea que havia encontrado na presença da moça.
Ele interrompe o seu caminho assim que chega no alto de uma colina, e abaixo, ele consegue ver, meio escondido pelas árvores, uma movimentação incomum e puxa os binóculos presos ao seu corpo para dar uma olhada. Ele se deita imediatamente entre os arbustos e começa a fazer notas mentais sobre o que vê.
A quantidade real de homens era maior do que ele esperava, e entre as árvores, ele consegue identificar barracadas armadas, o que da a entender que era um acampamento. Simon decide esperar o sol se por, para começar a agir.
Mesmo que ele não encontre Sora viva na pior das hipóteses, ele finalmente conseguiria por fim a última célula terrorista em território Norte-Americano, e esperava que fosse a última e assim, encerraria essa cruzada que já tinha tirado alguns anos de sua vida.

* *

Dentro de uma das barracas, Sora acordava depois de ter levado um soco no rosto, sua visão estava turva e notou que seu corpo se encontrava restringido por cordas que a atavam os pés e pulsos. Sua boca estava atacada em um lenço, o que a impedia de gritar. Por um instante, ela desesperadamente se mexia tentando se soltar, e assim, percebendo que seria inútil e uma perda de energia, ela se deu por vencida e voltou a ficar com a cabeça apoiada no chão terroso. Ela sentiu novamente as lágrimas brotarem no rosto, na incerteza de que não sabia se Simon iria buscá-la, se ele estava vivo ainda, se estava morto, se tinha ido embora. Ela se lembrou de James mais uma vez, seus olhos azuis, seu cabelo ruivo que as vezes caia sobre os olhos e as sardas, que ela achava um charme. Ela se perguntou novamente, porque ele tinha que morrer daquela forma, porque seu pai, sua mãe, tinham que ter morrido assim tão de repente, um a um, em intervalos de tempo curtos. Ela nem conseguiu se preparar para aquilo, James, era seu último refúgio.

"Olha quem acordou." - disse Ivankov entrando na barraca.

Os olhos de Sora se arregalaram em pavor.

Ele se ajoelhou em frente a moça e a pegou pelos cabelos e sussurrou no seu ouvido:

"Mais tarde, eu vou fazer você sentir o gosto da terra, te fazer experimentar como é ficar sem ar" - ele lentamente levava a mão ao pescoço dela e ia fazendo pressão lentamente.

O corpo de Sora ia reagindo a falta de ar que ia aumentando, e uma onda de espasmos desesperadores iam crescendo, as lágrimas, iam caindo pelos seus olhos.

"Eu só queria um pouco da sua companhia, Sora..." - ele sussurra ao seu ouvido - "Um homem como eu não consegue ficar muito tempo sozinho... Mas não importa, hoje você vai ter o que merece." - e a solta num solavanco, fazendo seu corpo se chocar contra a terra novamente.

A moça imaginava o que ele estava planejando, enquanto tentava recuperar o ar, ela conseguia imaginar qual seria seu destino, no canto da barraca, ela avistou uma enxada, e seu estomago revirou. Ela teve que se conter para não passar mal e apertou os olhos.

Wolf and RavenOnde histórias criam vida. Descubra agora