29. Cross

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Pov Simon;

Rapidamente levo-a comigo, e nem percebo o estado em que ela se encontra, meu cérebro só recebe a descarga de adrenalina e meu corpo ja sabe como proceder, pelo que vi, o arsenal fica no segundo andar e através de tiros, corro com ela pra lá. Nos fechamos lá dentro e procuro os coletes.

"Sora, coloca isso..." - assim que me viro para lhe entregar o colete, ela está com a mão sobre a lateral esquerda da barriga, seu rosto se contorce e assim eu vejo que ela tinha sido atingida.

Eu a coloco longe da porta, no canto da sala ao lado de um dos armários, eu lhe entrego uma arma carregada.

"Continua fazendo pressão, mas aqui, caso aconteça algo comigo." - eu a olho nos olhos, e ela tenta controlar a respiração.

"Simon..." - ela segura no meu braço novamente - "não me deixa aqui."

"Eu vou voltar eu prometo."

Eu falo para tentar trazer um pouco de calma para ela, mas por dentro, não sabia se conseguia manter a promessa. Eu não consegui ver a quantidade de homens vivos la fora, mas eu não poderia ficar esperando que eles subissem. Era meu dever acabar com isso, ou pelo menos tentar.

POV Sora;

Os minutos que sucedem a saída de Simon da sala são intermináveis e a cada momento me sinto mais fraca, sinto meu corpo ficando cada vez mais gelado e minha pressão caindo, de repente, tiros, pausas e novamente uma cadencia de tiros intermináveis até que: silêncio. 

A ansiedade crescente me faz piorar, eu não sei se ele está vivo, se está morto, de repente, eu escuto passos arrastados sob o assoalho de madeira da delegacia. Estou tão fraca que não consigo ter mais nenhuma reação a não ser, tentar levantar a arma na direção da porta com a mão direita, é difícil até fazer esse movimento, e de vez em quando minha mão pende com o peso da arma.

A porta se abre, e eu vislumbro com dificuldade sua imagem ensanguentada, o cabelo bagunçado e a expressão de cansaço dele. Assim que o vejo eu posso descansar, abaixo a arma, coloco a cabeça encostada na parede e deixo as lágrimas caírem, ele vem até mim e se ajoelha.

"Eu te prometi"

Assim como eu, ele está devastado, vejo o curativo do seu braço sangrando novamente e mesmo assim, ele me carrega no colo escadas abaixo. Do que consigo perceber, corpos desconhecidos jazem no chão e assim, fecho os olhos durante o caminho inteiro até o posto de saúde.

Wolf and RavenOnde histórias criam vida. Descubra agora