26. Fight

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Simon sabe que aquele não era um bom sinal, apesar de esperar o pior, ele não demonstra emoção para as duas. As mãos de Susan estão trêmulas, e Sora a leva até o sofá e a consola baixinho e depois, olha de canto de olho para o Inglês.

"Vamos esperar mais um pouco." - ele afirma. - "Vou até a delegacia, conversar com os homens que ficaram."

Ele vai tomando seu caminho para fora da casa e quando ia fechar a porta, Sora a segura, encara os olhos fundos de Simon e demonstra insatisfação com os lábios torcidos. Lentamente, fecha a porta atrás de si, ambos estão no alpendre da casa, onde uma cadeira de balanço de madeira se movimenta para frente e para trás com o vento gelado que vem da montanha.

"O que foi?" - ele indaga, ele não queria revelar suas verdadeiras intençoes com Sora.

"O que você planeja fazer?" - ela indaga preocupada, cruzando os braços e se agasalhando na jaqueta e apertando o cachecol novo contra o corpo.

"...Por enquanto, ficar alerta caso algo chegue até os limites da cidade.'" - ele mantem o olhar fime em direção a moça.

"Tem certeza?"

A pergunta o pega desprevenido, ele respira fundo rapidamente, como se tivesse perdido o ar por alguns segundos logo após ela sentir a mentira no ar. Ele fica em silêncio, dando a entender que talvez fosse fazer o contrário.

"Eu vou junto."

"Não vai." - ele fica de frente a ela, como se barrasse seu caminho.

"Oliver era o melhor amigo do meu pai, eu não posso abandoná-lo assim sabendo que posso ser útil."

"Se Ivan estiver vivo não posso me dar ao luxo de deixar que ele te pegue de novo." - Simon cruza os braços - "a verdade é que estamos os dois bastante machucados..."

"Você ainda está pior, uma bala atravessou seu braço e você ainda está querendo arriscar ir lá."

A verdade era que Simon estava tomado pelo sentimento de remorso de ter deixado Ivan escapar com vida e ele não se perdoava por ter sido atingido.

"Se formos lá em cima com o resto dos homens, vamos acabar com o restante de proteção que essa cidade tem, e as pessoas vão ficar vulneráveis até a chegada dos outros oficiais se é que vão chegar a tempo... Acho que talvez seja uma opção esperarmos mais algumas horas..." - ponderou - "eu vou tentar acalmar Susan... mas não queria que você se arriscasse de novo por mim, não estando desse jeito."

"Eu não tenho mais o tempo que tinha Sora, não posso esperar meu corpo colaborar."

"Ou vamos sozinhos de novo." - ela admite receosa - "Podemos tentar acessar a sala do meu pai, eu acho que ela pode ter sobrevivido ao incêndio, quando eles construíram, fizeram questão de que fosse algo sólido o bastante pra aguentar qualquer coisa."

"Você sabe que isso implica arriscar sua vida de novo."

"Simon, eu perdi tudo."

O peso das palavras recai sobre os ouvidos do Inglês.

"Acho que não me restou nada a não ser tentar fazer algo bom e tentar ajudar Oliver... Mais cedo, eu contei tudo a ele, porque tinha omitido que tinha entre aspas matado Ivan, no caso, omiti diversas coisas antes e que também não contei a você."

"O que aconteceu antes?" - perguntou seriamente

O olhar de Simon ultrapassou Sora, ele sabia que pelo tempo que tinha conversado com Oliver, era bastante coisa e que ele estava prestes a ouvir. Ao mesmo tempo que ela tinha uma afeição pelo tempo de convivência com ele mais do que uma conexão, ela sabia que se não contasse a ele os motivos que a fizeram tentar tirar a vida de Ivan, ele não entenderia suas motivações, dessa vez, ela tinha que romper uma parede e se abrir com ele e talvez, ele a compreendesse e ele tendesse a fazer o mesmo, mas não era algo que ela esperava muito no momento. A frieza de Simon, apesar de suas ações, ainda a deixavam confusa sobre suas intenções, ele era amigo, apenas alguém que o destino colocou no seu caminho para ajudá-lo, alguém com um propósito maior ou apenas casualidade. Antes de começar a falar, ela lembrou do momento em que arrastava o corpo dele sobre as folhas, os dias na cabana de silêncio e uma temporária paz.

Ela conta tudo a ele, em detalhes como havia contado a Oliver e Simon escuta prestando atenção a casa palavra e formando a narrativa e imagens na mente, um pouco de empatia surgia dentro dele, e constatando mais uma vez, que ela era de fato uma mulher forte. As situações eram diferentes, mas semelhantes em um certo grau, ambos sozinhos lutando pela vida.

"Você entende agora?"

Wolf and RavenOnde histórias criam vida. Descubra agora