Simon sabe que aquele não era um bom sinal, apesar de esperar o pior, ele não demonstra emoção para as duas. As mãos de Susan estão trêmulas, e Sora a leva até o sofá e a consola baixinho e depois, olha de canto de olho para o Inglês.
"Vamos esperar mais um pouco." - ele afirma. - "Vou até a delegacia, conversar com os homens que ficaram."
Ele vai tomando seu caminho para fora da casa e quando ia fechar a porta, Sora a segura, encara os olhos fundos de Simon e demonstra insatisfação com os lábios torcidos. Lentamente, fecha a porta atrás de si, ambos estão no alpendre da casa, onde uma cadeira de balanço de madeira se movimenta para frente e para trás com o vento gelado que vem da montanha.
"O que foi?" - ele indaga, ele não queria revelar suas verdadeiras intençoes com Sora.
"O que você planeja fazer?" - ela indaga preocupada, cruzando os braços e se agasalhando na jaqueta e apertando o cachecol novo contra o corpo.
"...Por enquanto, ficar alerta caso algo chegue até os limites da cidade.'" - ele mantem o olhar fime em direção a moça.
"Tem certeza?"
A pergunta o pega desprevenido, ele respira fundo rapidamente, como se tivesse perdido o ar por alguns segundos logo após ela sentir a mentira no ar. Ele fica em silêncio, dando a entender que talvez fosse fazer o contrário.
"Eu vou junto."
"Não vai." - ele fica de frente a ela, como se barrasse seu caminho.
"Oliver era o melhor amigo do meu pai, eu não posso abandoná-lo assim sabendo que posso ser útil."
"Se Ivan estiver vivo não posso me dar ao luxo de deixar que ele te pegue de novo." - Simon cruza os braços - "a verdade é que estamos os dois bastante machucados..."
"Você ainda está pior, uma bala atravessou seu braço e você ainda está querendo arriscar ir lá."
A verdade era que Simon estava tomado pelo sentimento de remorso de ter deixado Ivan escapar com vida e ele não se perdoava por ter sido atingido.
"Se formos lá em cima com o resto dos homens, vamos acabar com o restante de proteção que essa cidade tem, e as pessoas vão ficar vulneráveis até a chegada dos outros oficiais se é que vão chegar a tempo... Acho que talvez seja uma opção esperarmos mais algumas horas..." - ponderou - "eu vou tentar acalmar Susan... mas não queria que você se arriscasse de novo por mim, não estando desse jeito."
"Eu não tenho mais o tempo que tinha Sora, não posso esperar meu corpo colaborar."
"Ou vamos sozinhos de novo." - ela admite receosa - "Podemos tentar acessar a sala do meu pai, eu acho que ela pode ter sobrevivido ao incêndio, quando eles construíram, fizeram questão de que fosse algo sólido o bastante pra aguentar qualquer coisa."
"Você sabe que isso implica arriscar sua vida de novo."
"Simon, eu perdi tudo."
O peso das palavras recai sobre os ouvidos do Inglês.
"Acho que não me restou nada a não ser tentar fazer algo bom e tentar ajudar Oliver... Mais cedo, eu contei tudo a ele, porque tinha omitido que tinha entre aspas matado Ivan, no caso, omiti diversas coisas antes e que também não contei a você."
"O que aconteceu antes?" - perguntou seriamente
O olhar de Simon ultrapassou Sora, ele sabia que pelo tempo que tinha conversado com Oliver, era bastante coisa e que ele estava prestes a ouvir. Ao mesmo tempo que ela tinha uma afeição pelo tempo de convivência com ele mais do que uma conexão, ela sabia que se não contasse a ele os motivos que a fizeram tentar tirar a vida de Ivan, ele não entenderia suas motivações, dessa vez, ela tinha que romper uma parede e se abrir com ele e talvez, ele a compreendesse e ele tendesse a fazer o mesmo, mas não era algo que ela esperava muito no momento. A frieza de Simon, apesar de suas ações, ainda a deixavam confusa sobre suas intenções, ele era amigo, apenas alguém que o destino colocou no seu caminho para ajudá-lo, alguém com um propósito maior ou apenas casualidade. Antes de começar a falar, ela lembrou do momento em que arrastava o corpo dele sobre as folhas, os dias na cabana de silêncio e uma temporária paz.
Ela conta tudo a ele, em detalhes como havia contado a Oliver e Simon escuta prestando atenção a casa palavra e formando a narrativa e imagens na mente, um pouco de empatia surgia dentro dele, e constatando mais uma vez, que ela era de fato uma mulher forte. As situações eram diferentes, mas semelhantes em um certo grau, ambos sozinhos lutando pela vida.
"Você entende agora?"
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Wolf and Raven
Science FictionSimon Riley, em uma missão juntamente com Soap e uma equipe de seis soldados, são emboscados em uma operação no estado de British Columbia, no Canadá. Sozinho e ferido no meio de uma densa e sombria floresta, ele está quase a ponto de desistir de su...