Simon havia contado quase uma hora que havia saído da cabana e assim, deu meia volta, tirou o chapéu da cabeça e enxugou o suor com a manga do casaco, ele havia chegado no alto de um morro, onde conseguiu ver o mar de pinheiros a sua frente.
Acima do morro, ele contemplou o horizonte a sua frente. A névoa flutuava ao redor da sua cintura e lentamente ia se dissolvendo e tomando seu caminho junto com o vento que a carregava para o sul. Por alguns momentos, ele conseguiu vislumbrar o que poderia ser paz, algo quase impossível de acontecer na sua vida.Ele sentiu até seus ombros relaxarem, mas a sensação não duraria muito, pois o som que veio a seguir, ecoaria por aquela região, afastando pássaros dos seus ninhos que alçavam voos, assustados com o barulho de tiro que ecoou por todo o raio de quilômetros até chegar aos ouvidos do assombrado Simon. Não era definitivamente o que eu ele esperava ouvir, por um momento, ele foi descuidado, pensava consigo mesmo, tivera tantas chances de sair da cabana e fazer uma caminhada longa logo antes de sair, não tinha sido uma boa escolha, ele contou com a sorte demais e agora, tinha que controlar seus nervos e refazer o caminho de volta para a Cabana.
Ele sentia a dor lancinante dos ferimentos pela movimentação brusca e esperava que nenhum deles se abrisse até fazer o caminho de volta até o chalé. Minutos após a descida abruta e violenta, ele chegou e se deparou com a porta da casa semi-aberta, batendo num movimento de vai-e-vem por conta do vento, sob seus pés, marcas de veículo que subiam morro acima na direção contrária a ele. Não sabia quem encontraria, então calmamente, foi ate a casa, encostou na parede de fora e olhou pela fresta da porta, avançou com a arma engatilhada e com a frieza de seus nervos controlados por hora. Ninguém, e aparentemente nenhum sinal de que havia acontecido alguma luta por ali, cortando por entre os cantos, verificou todos os quartos, exceto o subsolo,como estava com o carpete por cima, provavelmente Sora haveria de não estar lá, mas mesmo assim verificou e nada da garota.
Era provável que os inimigos tivesse chegado, então, ele foi estudando cada passo e pista e chegou à conclusão de que era ele é mais quatro homens. Depois dos tiros, não houve mais nenhum barulho. Simon tinha que tomar uma decisão, estar na cabana à espera de Sora não era mais uma opção, então ele tinha que partir para a caça. Voltou até o subsolo, e foi se armando do que conseguia carregar e mais alguns mantimentos caso fosse impossível voltar. O restante do dia, se sucedeu com a caminhada cautelosa seguindo os passos da moça até que horas depois, eles desapareceram, quando vislumbrou a sua frente, um despenhadeiro e abaixo dele, uma ravina com o Rio de onde veio.
"Cadê ela..." - pensou angustiado, por ali, não havia mais rastro, então a única possibilidade era que Sora tivesse descido o paredão de pedra que tinha bons metros.
"Ghost."
Ele virou-se para trás e saindo do meio dos arbustos, encontrou a moça, em seus braços, marcas de arranhões, e o cabelo bagunçado. Já não usava o poncho e o chapéu, e sim, as roupas casuais. Ele num instinto, apontou a pistola para ela, e assim que a viu, abaixou e guardou na cintura, aproximou-se dela e viu que ela tremia, ela estava abraçada a si mesma e batia queixo. Ele tirou o casaco e a cobriu, ajoelhou-se na frente dela e com o olhar atento verificou se não havia nenhum ferimento mais grave.
"Eles vieram atrás de mim Ghost..."
"Calma, tá tudo bem." - ele tentava acalmá-la. - "Foi Ivankov não foi?"
Ela assentiu com a cabeça enquanto tremia.
"Precisamos sair daqui Sora, você conhece a região, como podemos ir pra Fort Nelson daqui?"
Dentro dos seus pensamentos, Sora tentava assimilar tudo o que tinha acontecido, e só depois de tentar se acalmar e se aquecer o mínimo que fosse no casaco de Simon, ela falou, ainda com a voz trêmula:
"O caminho é descendo, e temos que voltar pra cabana, não sei se eles estão lá."
"Não, não estão." - ele afirmou - "mas não sei por quanto tempo."
"Podemos dar a volta, mas será dois dias no meio da Floresta, andando." - respondeu apreensiva, tentava encará-lo mas não conseguia.
"Droga... Tudo bem, podemos fazer esse caminho, vamos ter que tentar nos virar até lá." - ele mantinha o foco nos arredores, para não ser surpreendido caso aparecesse alguém. - "Eles não sabem que eu estou aqui, eu acho, então, temos que usar do tempo que temos pra poder sair daqui, antes que busquem reforços."
"Sim..."
"...Mas eu preciso que você me ajude." - ele apertou o ombro dela levemente, apenas para passar segurança a ela - "Preciso que você não erre o tiro dessa vez, ok?"
Ele balançou a cabeça concordando, naquele momento, se sentia como uma criança chorosa, apesar de estar contendo as lágrimas ao máximo.
"Certo, vamos andando, procurar um local seguro pra passar a noite, pode ser?" - ele levantou e estendeu a mão para que ela se apoiasse nele.
E ela assim o fez, e passo a passo, os dois adentravam a floresta a dentro novamente,
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Wolf and Raven
Ficção CientíficaSimon Riley, em uma missão juntamente com Soap e uma equipe de seis soldados, são emboscados em uma operação no estado de British Columbia, no Canadá. Sozinho e ferido no meio de uma densa e sombria floresta, ele está quase a ponto de desistir de su...