34. Scorched

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Um ano havia se passado.

O verão de julho parecia promissor para o início da reconstrução do chalé. Dessa vez, com algumas melhorias estruturais que não foram pensadas na época. Sora estaciona a caminhonete Ford próxima de onde era sua antiga garagem. O chão e o que havia sobrado das paredes da casa haviam sido tomadas por vegetação rasteira e trepadeiras.

Lentamente, ela caminha em direção a elevação onde era a entrada da sua casa, abaixo das pequenas telhas que sobraram, ela consegue identificar alguns itens que resistiram ao tempo, alguns itens de ferro como suas panelas e o vidro estilhaçado eram mais comuns de serem vistos.

Os pássaros voltavam a cantar e os insetos voavam ao redor dela o que a incomodou um pouco, mas era melhor do que estar no meio da neve limitada pela intempérie. Ela andava por onde era a sala e o corredor e os tijolinhos da lareira em parte haviam suportado ao incêndio e a memória de Simon deitado lendo o livro veio em sua mente.

Ela havia parado de pensar nele depois de focar no trabalho e a falta de contato fez com que ela percebesse que não haveria motivos para um retorno, mas ali, ela lembrou da proposta de morar no castelo. A ela balançou a cabeça ao se imaginar num mausoléu de pedra.

"Que ideia"

Mas por um instante, ela se vislumbrou sentada na beira da praia, com os pés na areia, a frente, as ondas iam e vinham e o sol se pondo no horizonte.

Com um piscar de olhos, ela estava sendo rodeada pela mata esverdeada e vibrante.

Seus passos eram lentos, com pesar, ela contemplava cada memória destruída, fragmentos que serão impossíveis de serem reconstruídos.

Ela anda até o alçapão, o tapete acima dele está totalmente queimado, as fibras do tecido retorcidas e o mofo tomou conta do restante. Ela afastou-o com o pé e ali estava, o alçapão. Ela levantou a porta e vislumbrou as escadas abaixo, sem temor, ela foi descendo as escadas e abaixo,  ligou o interruptor. Abaixo, o restante das armas não utilizadas por ela e Ghost, estavam intactas. Uma luz piscava, notando a falta de manutenção.  Acima da mesa, o computador. Ela, curiosamente abriu o notebook e a tela de inicialização do exército canadense apareceu. Sora se sentou a mesa, e cruzou os dedos, abaixo da insígnia de James, o campo de senha. Ela lembrou de como ela tentou diversas vezes descobrir a senha, mas sem sucesso. Ela, passou os olhos por cada canto da sala, procurando mais algum insight sobre a senha, naquele momento, era mera curiosidade, até que lembrou o codinome de James, TheTerror e sem esperar muito, digitou. O sistema inicializou. 

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