Pov Ludmilla
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O jantar ocorreu de maneira tranquila, exceto o momento em que Luisa me questionou, perguntando se eu poderia lhe dar uma chance de entrar em minha vida, com calma eu controlei a situação e lhe disse que eu tinha uma outra pessoa que fazia meu coração bater aceleradamente.
Por falar em Brunna, estou dirigindo tranquila a caminho de sua casa, após Luisa mesmo a contra gosto, me deixar enfrente a minha casa. Barra da Tijuca está com pouco movimento devido ao dia de semana, Quarta-feira, o trânsito está sendo preenchido apenas por alguns motoboys e obviamente, eu.
Me identifico na portaria do condomínio, e só então vou até a casa de Brunna que tem poucas luzes acesas, torço para que todos estejam dormindo, menos ela. Anulo a tentativa de tocar a campainha e caminho até a porta dos fundos que estava apenas encostada. Adentro a casa e consigo escutar a voz de Brunna.
Ela cantarola de forma baixa e embolada uma de minha música do Numanice e eu consegui sorrir com a cena. Havia um copo, julgo que com bebida alcoólica devido ao cheiro que estava instalado no ambiente, em sua mão esquerda e na direita seu celular pelo qual ela rolava a tela, provavelmente sem nenhum destino.
- Minha Bru. - chamo sua atenção para mim e vejo ela me olhar de uma maneira um tanto quanto fria - Eu estava com saudades.
- Minha Lud. - ela sorri e eu percebo a ironia em sua voz - Ou será que não é só minha?
- Do que você está falando, amor? - pergunto sem entender - Você está estranha.
- Ah Ludmilla. - ela deixa o copo sobre a mesa de centro e se levanta caminhando com dificuldade até minha direção - Você é boba ou se faz?
- Nossa Brunna, você está me magoando falando dessa forma. - seguro sua cintura tentando equilibrar ela.
- E você não pensou duas vezes em me magoar, não é, grande amiga? - ela sorri.
- Bru, eu não podia falar que estamos namorando, a opção de querer tudo em segredo foi sua. - comento calma.
- Foi minha. - ela concorda com a cabeça - Me diz, como foi o seu jantar romântico?
- Jantar romântico? - pergunto confusa - Você está falando do jantar que tive com a Luisa?
- Claro, Ludmilla. - ela suspira - Mas pra estar perguntando, você teve jantar com outras mulheres.
- Brunna, não começa com seus ciúmes sem fundamento. - puxo ela para mais perto de mim - Você sabe que eu amo só você.
- Ama tanto que as vezes nem consigo sentir esse amor todo que você diz sentir por mim. - ela toca minha bochecha - Se é que for amor.
- Onde você quer chegar com isso Brunna? - pergunto já sem paciência - Eu tô na boa, amanhã tenho que viajar e vim passar a noite tranquila com você.
- Amanhã você tem que viajar. - ela repete o que eu disse - É só isso que você faz ultimamente, não é?! - ela se afasta de mim - Viajar, trabalhar, sair com os amigos...
- Não seja ingrata, eu estou aqui com você e olha, você tá brigando comigo. - tento me defender.
- Eu não estaria brigando com você, se eu não estivesse supostamente sendo corna. - ela se desequilibra ao tentar dar um passo - Você nem se quer me avisou, Ludmilla.
- Ah Brunna, para de inventar as coisas. Eu te avisei sim. - retiro meu celular no bolso e entro em sua conversa, vendo que a mensagem foi apenas digitava e não enviada - Mas que droga.
- O que foi? - pergunta sorrindo - Parou de criar fanfic na sua cabeça?
- Brunna, você está bêbada e eu não tô afim de discutir com você assim. Se você quer brigar, nós vamos, mas não assim. - falo séria.
- Certo. - ela se assentar sobre o sofá - Eu vou dormir, amanhã você vai estar aqui logo cedo, me fazer jurar de amor, prometer mudar e depois de uma semana volta a ser uma canalha.
- Canalha, Brunna? - aumento tom de voz - Você só pode estar ficando doida vez, olha as merdas que tá falando.
- E como sempre a doida vai ser eu. - ela sorri - É só isso que acontece, Ludmilla... A gente briga, você me chama de doida, a gente transa e fica nesse ciclo.
- Eu não sei o que eu vim fazer aqui. - volto a guardar meu celular no bolso - Perda de tempo.
- É, talvez o nosso namoro, se é que seja namoro, também é uma perda de tempo. - ela se levanta novamente - Talvez você seja uma perda de tempo.
- Quer saber Brunna? - olho em seus olhos - Eu estou cansada, cansada dos seus ciúmes desnecessários, cansada de ter que me explicar toda vez que você fica surtada por algo, eu cansei - retiro minha aliança do dedo - A gente não vai dar certo, não era pra mim ter investido em você.
Vejo a mais velha abrir e fechar a boca, mas antes de que ela se pronuncie ouço um raspar de garganta e me viro vendo sua mãe de braços cruzados sobre o último degrau da escada de vidro, sua feição estava séria, muito diferente de todas as outras vezes em que eu estive aqui.
- Ludmilla, eu tenho muita consideração por você. - ela intervém - Mas já se passaram das onze da noite, a Brunna está bêbada e meu neto está dormindo no andar de cima, se você veio aqui pra brigar, discutir ou transar eu peço que venha outro dia, mas hoje não.
- Miriam, a minha conversa é com a Brunna. - passo as mãos pelo meu cabelo tentando ser o mais educada possível - E eu estou na casa dela.
- Você poderia estar onde você quiser, mas a filha continuaria sendo minha. - ela se aproxima - Você tem caráter o suficiente, ou pelo menos eu acho que tem, pra respeitar o momento dela, ela não está sóbria e você está vendo isso.
- Mãe, eu te disse que isso iria acontecer. - Brunna se apoia na mãe - Já era de se esperar.
- Eu vou embora, tudo bem? - respiro fundo - Mas é porque eu tenho respeito por vocês e seu que isso continuar - me reviro a discussão - Não vai terminar muito bem.
- Pois bem, você já sabe onde fica a porta. - minha sogra diz - Tenha uma boa noite.
- Boa noite pra senhora. - encaro Brunna - Boa noite, Brunna.
- Boa noite, minha Lud. - ela sorri falsamente.
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A autora conseguiu fazer esse capítulo com muita luta, pq a vida não tá nada fácil, então valorizem...