Pov Brunna Gonçalves
Observo Luanne sentada sobre a cama da irmã, esperando que alguma máquina caia do céu e ela tenha a oportunidade de fazer sexo com alguma proteção, confesso que estou controlando internamente uma risada que quase escapou por meus lábios, é uma cena um tanto quanto cômica.
- E agora você vai ficar olhando assim pra mim? - ela pergunta.
- O que eu posso fazer? - pergunto revirando os olhos - Você precisa se alimentar, pelo o que você contou já fazem uns dias que você não come e isso pode fazer mal pro bebê.
- Brunna, nem se sabe se realmente tem bebê, então não começa. - ela reclama e eu a olho brava.
- Luanne, seria muito fácil não acreditar nesse teste, mas a sua cara de preocupada e de cão arrependido, demonstra que o teste está correto. - falo entre os dentes.
- Eu estou com medo, tenta me entender. E se ele não aceitar? Se ele sumir? Vou ter que ficar aqui sozinha. - ela suspira.
- Isso se chama responsabilidade, algo que você não teve quando passou a noite com ele, então agora você vai ter que aguentar as consequências. - me assento ao lado dela.
- E como foi que você contou pra ele que estava grávida? - ela pergunta curiosa.
- Pra ele quem? - pergunto sem entender.
- Pro Neymar. - fala como se fosse óbvio.
- Bom, eu lembro que enviei uma mensagem dizendo que precisava conversar com ele e... - começo a entender a situação - Não me diga que é ele o pai.
- Não tem como ser outra pessoa, Brunna. - me levanto assutada - Eu estava a meses sem me envolver com alguém e dormi com ele bem naquela festa.
- Meu Deus. - provavelmente nesse momento eu tenho um pequeno "o" formado em minha boca - Você precisa ter certeza antes de contar pra ele.
- Certeza do que? - minha sogra abre a porta e nos encara curiosa - Desculpa eu estava passando pelo corredor e achei estranho vocês duas conversando.
- Estávamos falando de um novo trabalho que a Brunna tá fazendo. - ela inventa uma desculpa.
- É, e eu vou precisar da ajuda do Marcos e estava falando pra Luanne ter certeza antes de contar pra ele, pra não gerar expectativa sabe? De um emprego diferente. - falo a primeira coisa que se passa na minha cabeça.
- Conhecendo meu filho, ele não trocaria o emprego dele com a Lud, por nenhum outro nesse mundo. - ela beija minha testa - Mas tenta a sorte.
- Sim, tentar a sorte. - Luanne fala em voz alta, mas tenho certeza que é apenas um pensamento.
- E você, minha querida, Melhorou? - Silvana passa a mão pelo rosto da filha - Quer que eu faça algo pra você comer?
- Eu estou melhor, mãe. E não precisa fazer nada pra mim comer, a não ser que a Brunna queira ficar pro jantar. - ela me olha.
- Talvez em uma próxima, estou morrendo de cansada e provavelmente Philipe está me esperando, nem avisei que me atrasaria. - olho as horas no relógio em meu pulso.
- Você poderia trazer ele qualquer dia aqui em casa, querida. - minha sogra sugere e eu sorrio fraco.
- Temos que marcar. - pego as sandálias que eu estava precisando - Bom, eu já vou indo.
- Mas já? Nem terminamos de conversar. - Luanne me olha como se pedisse socorro.
- Posso passar aqui amanhã, mas realmente tenho que ir embora. - deixo um beijo em sua testa - Qualquer coisa pode me ligar também.
- Tudo bem, obrigada Brunna. - ela sorri e eu a acompanho.
- Vem, minha nora favorita! - minha sogra toca minha mão - Eu te levo até a porta.
- A senhora fala que sou a favorita, mas é sou a única que tem. - brinco enquanto caminhamos para o andar debaixo.
- Pois se caso eu tiver outra, você continuará sendo a favorita. - ela arruma uma desculpa.
- Marcos é gay, então não tem como. Luanne é hétero, então também não tem como. A única chance da senhora ter outra nora é se a Ludmilla me largar e arrumar outra, mas ela não é doida. - finjo estar brava e a mais velha gargalha.
- Só você mesmo, Bru. - ela abre a porta - Bom, pode voltar sempre que quiser. A casa é sua.
- Obrigada, Sil. Até mais. - dou um tchauzinho com a mão e caminho até meu carro.
{...}
Chego em casa exatamente as oito horas da noite, Philipe já havia jantado e estava sentado no sofá da sala vendo seu desenho favorito. Passei por ele e deixei um beijo em sua testa, subi para meu quarto e tomei um banho, vesti apenas o roupão e desci até a cozinha para comer algo.
Fiz uma refeição generosa e agora estou deitada no sofá, com o meu pequeno em cima de mim, enquanto insiste para que eu lhe dê um pouco de mamar e eu sei que isso é só porque passei o dia trabalhando e ele teve que sair da rotina de me ter o dia todo ao lado dele.
- A mamãe não tem mais leite, pequeno. - tento explicar e ele resmunga com os olhos cheio de lágrimas.
- Mas eu tô com fome. - ele passa a mão no meu rosto.
- Você que pipoca? A mamãe faz pra gente ver o desenho. - sugiro e ele nega com a cabeça.
- Eu quero mamar. - pede.
- Você quer aquele leite gostoso que o papai compro aquele dia que vocês foram no supermercado? - pergunto me referindo ao Mucilon.
- Não é gostoso. - ele enfia seu rosto no meu pescoço - Eu quero o da mamãe.
- Poxa filho, a mamãe tá cansada, passei o dia todo trabalhando, cheguei em casa mais tarde que o previsto e só queria ficar aqui de grude com você. - comento - A mamãe nunca mentiu pra você, se eu estou dizendo que não tem leite, é porquê não tem.
- Tudo bem, eu aceito a pipoca. - ele sorri triste.
- Mamãe vai fazer, espera aqui. - sento ele no sofá.
Caminho até a cozinha e abro a segunda gaveta do armário, retiro um pequeno pacote com milhos de pipoca e viro na pipoqueira, espero dez minutos e retiro a pipoca já pronta, tempero com um pouco de sal e com o tempero próprio de pipoca.
Quando volto para sala Philipe sorri enquanto observa a tela do meu celular, de início pensei que ele estava tirando fotos, mas quando me aproximei ele estava conversando com Ludmilla, que fazia caretas para ele sorrir.
- Seus sapequinhas. - assusto eles.
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A Brunna só entendendo o rolê agora hahaha