Pov Ludmilla
Desembarquei em Rio Grande do Sul, as 17 horas. Diferente do Rio de Janeiro, que tem seu inseparável sol quente, aqui o vento gelado fez com que meus dentes batessem uns nos outros e automaticamente me arrependi de não ter pegado um casaco e espero que Marcos tenha colocado algum na mala.
Peguei minhas malas e caminhei até o estacionamento do aeroporto, tirei algumas fotos com os fãs que estavam ali me esperando e só então me direcionei até o hotel que ficava a poucos minutos dali. Fui recepcionada com um pequeno buquê de rosas amarelas e agradeci gentilmente.
Como Marcos e eu iríamos dormir no mesmo quarto ele me fez o favor de subir com as malas enquanto eu carregava a mochila nas costas e as flores na mão. Chegando no quarto deixei tudo sobre a cama e fui ate o banheiro tomar banho e agora estou aqui deitada já de pijama esperando Marcos decidir o que vamos jantar.
Enquanto ele não se decide, desbloquiei meu celular para ligar pra Brunna, mas antes que eu fizesse isso, recebi uma mensagem da minha mãe, avisando que a mesma tinha passado em minha casa e estava conversando com Luanne, no entanto, pensei que elas tinham brigado mais uma vez, mas me surpreendi quando minha mãe disse que elas pareciam duas amigas.
Não me aguentando mais de curiosidade para saber sobre o que elas tinham conversado, liguei para Bru por facetime e quem me atendeu foi o João, ele me contou que sua mãe foi até a cozinha preparar pipoca para eles e minutos depois ela aparece na frente da câmera.
- Seus sapequinhas. - escuto ela falar e sorrio com a língua entre os dentes.
- Oi, minha Bru. - faço um bico com os lábios - Eu estava com saudades e resolvi te ligar, aí meu pequeno amigo atendeu.
- Seu pequeno amigo, sapeca. - ela entrega a pipoca para o menino que me dá tchau - E aí, como chegou?
- Bem, graças a Deus. O vôo foi tranquilo, tô aqui esperando o Marcos pedir algo para comer. - comento.
- Cheguei em casa agora pouco também. - ela fala.
- Tarde, amor. - a olho.
- Sim, eu passei na sua casa pra pegar aquelas sandálias que eu tinha deixado lá e acabei perdendo o horário conversando com a Luanne. - ela explica.
- Minha mãe comentou, sobre o que vocês conversaram? - pergunto curiosa.
- Hum, coisas da vida. - ela desvia o olhar - Ela comentou que não está passando muito bem e essas coisas.
- O que ela tem? - pergunto preocupada.
- Acho que comeu algo que não fez bem. - ela fala sem me olhar e percebo que ela está mentindo.
- Muito feio mentir, ainda mais pra sua namorada. - falo triste.
- Que isso, Lud. - ela me olha - Só conversamos sobre isso mesmo, eu cheguei lá e ela não estava muito bem, ajudei ela e ficamos conversando. - ela conta.
- Tudo bem, vou acreditar. - sorrio fofa - Tô com saudades de você.
- Eu também estou, minha vida. - escuto o menino chamar a mãe para contar algo sobre o desenho.
- Daria tudo pra estar aí com vocês dois. - falo os olhando.
- Depois de amanhã você já está aqui, amor. - ela me olha carinhosa.
- Como foi seu dia trabalhando? - pergunto.
- Ah, foi cansativo. Não é muito o que eu gosto de fazer, mas foi legal. - ela sorri triste.
- Você sente saudade de atuar, não é?
- Muita, você não tem noção. - ela suspira.
- Oh amor, porque você não envia um e-mail pra eles? Pergunta o que aconteceu e tudo mais. - sugiro.
- Eu já fiz isso, mas não obtive resposta, mas achei estranho, porque a Marina comentou que meu nome estava sendo cogitado pra fazer uma novela. - fala.
- Estranho mesmo, mas se for pra ser, será!
{...}
Ficamos horas em ligação e nos despedimos só quando o sono realmente bateu nela e no pequeno e eles se despediram para poder dormir, como eu já havia comido durante a ligação, agora só me restou esperar o sono vim.
Eu e Marcos passamos longos minutos conversando e quando percebi ele já havia dormido e me deixado falando sozinha, então tive que procurar algum jeito de encontrar meu sono, abri uma pequena garrafa de vinho e virei uma dose na taça que estava por ali.
Me sentei na espreguiçadeira da sacada e observei a lua cheia que estava no céu naquela noite e como um estalo, me surgiu uma inspiração para compor, então rapidamente abri as notas do meu celular e comecei a digitar as letras que vinham por minha cabeça.