Rituais

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Depois que acordei da visão pude sentir meus olhos se encherem de água, a mulher que estava comigo me olhava preocupada ainda segurando minha cabeça.

- O que houve?

- Meu irmão, e-ele está em perigo, preciso voltar para casa.

Levantei rapidamente o que me deixou tonta fazendo com que ela tivesse que me apoiar.

- Não acho que deva ir.

- Tenho que ajudá-lo de algum modo.

- Tem alguma ideia de como ajudá-lo? Vai conseguir chegar a tempo? Como sabe que essa visão acontecerá logo? Fique criança e aprenda, estará ajudando mais pessoas assim do que agindo imprudentemente.

Me sentei em uma das cadeiras e comecei a chorar.

- Eu deveria estar com ele.

- E de que adiantaria? Seu irmão sabe que aqui você estará ajudando muito mais do que estando lá e presenciando seu sofrimento, acalme-se, tudo dará certo no final.

Acenei com a cabeça, Aruana saiu dizendo que iria pegar algumas coisas para o meu conforto, assim que ela saiu eu só conseguia sentir tristeza e raiva. O tempo passou e eu nem notei, não conseguia prestar atenção em nada do que acontecia à minha volta, pelo menos não até que o pajé veio me buscar.

- Vamos criança, vamos começar.

Aruana e outra mulher tiraram as minhas roupas e me deixaram comente com uma saia um pouco comprida feita de penas, folhas, sementes e outras coisas que eu não consegui identificar de imediato, fizeram vários desenhos no meu corpo e mesmo meu cabelo estando curto conseguiram fazer algumas tranças muito bonitas com joias bem rústicas entrelaçadas. Aruana tirou os meus óculos e colocou em cima da mesa, me olhou e sorriu.

- A saia feita com materiais naturais não vai atrapalhar na horas do ritual, os desenhos são feitos com tinta de urucum, vai ajudar a magia a circular por todo o seu corpo, as pedras tiradas diretamente de seu ambiente natural vão concentrar o poder, siga as palavras do pajé e tudo dará certo.

O pajé me direcionou para a maior casa onde não haviam paredes somente colunas para sustentar o teto fazendo com que o ar frio da noite conseguia circular mais facilmente pelo ambiente, grande parte das mulheres da aldeia estavam no local, de homem só havia o pajé, todas as mulheres estavam vestidas um pouco parecidas comigo, porém tinham cocares, seus pulsos e tornozelos estavam com pulseiras cheias de sementes e os desenhos eram diferentes dos meus. Fui colocada no meio da roda que elas formaram junto ao pajé que fez com que eu me ajoelhasse.

- Vamos começar criança.

Lucius povs.

Eu podia sentir meu corpo se arrepiando terrivelmente enquanto eu entrava no salão de bailes da minha própria casa, todos o Comensais da Morte do círculo íntimo estavam lá incluindo meu pai mesmo tentando disfarçar parecia horrorizado com a situação e me olhava com pesar, tentei sorrir um pouco para ele, mas sabia que tinha saído muito mais com uma careta do que com um sorriso, andei pelo caminho formado pelos comensais que me levavam diretamente para o trono que estava sendo ocupado pelo lorde das trevas, o homem estava vestido como um rei, seus olhos vermelhos como rubi me olhavam como se quisesse arrancar minha alma do corpo. Assim que cheguei na frente do trono me ajoelhei aos pés do homem e esperei. Senti a movimentação e vi que ele havia se levantado e sorria para mim.

- Vamos começar criança.

Saphira povs.

Me foi dado uma tigela feita de casca de coco, havia um líquido verde dentro que borbulhava levemente.

Saphira MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora