J I M I N
Ao amanhecer senti o quão fraco meu corpo estava, os braços doloridos e a garganta frágil. De costas para o espelho, olhei por sobre o ombro o reflexo da parte de trás do pescoço. A pele avermelhada deixou-me com os dentes trincados. Maldito Jungkook.
Vesti com cuidado o sobretudo branco e fechei um por um dos botões, o que deixou a gola alta reta, cobrindo todo o meu pescoço. Sentei-me na cama quando terminei. Faltava as botas de couro preto, no entanto minhas mãos doloridas apoiaram-se sobre as coxas e desistiram.
— Alteza. — Seokjin fez uma reverência ao abrir a porta, depois de ter trocado a água da banheira e levado os panos que usou para limpar o chão do banheiro. Contei a ele o que aconteceu ontem a noite quando Jungkook veio ao meu quarto buscando vingar-se. O príncipe não contaria sobre eu tê-lo envenenado, pois desejava ser o único a punir-me. — Precisa de ajuda? — Limpou a garganta ao olhar para os meus pés.
Assenti.
Ele não demorou a se aproximar e ajoelhar-se na minha frente. Seus dedos tocaram meu pé esquerdo com delicadeza, erguendo-os e colocando a bota.
— Descobriu algo? — Arfei baixinho, pois sua mão era macia.
— Nada, alteza. — Pôs a bota direita, depois fitou-me ainda de joelhos.
— Ele bebeu o veneno — analisei. — , não bebeu?
— Coloquei no vinho como me ordenou, e a bebida na taça dele e na sua para que não desconfiasse. O príncipe bebeu o veneno — assegurou.
Mas ainda está vivo.
— Alteza — chamou ao chegar mais perto. — , está se arriscando.
— Você muito mais. — Desci meu olhar para os lábios de Seokjin, um pouco cinzas pelo frio. Ele era bom para mim e queria poder ser bom para ele. Tinha medo do que Jungkook pudesse fazer se descobrisse que meu submisso também foi meu cúmplice. — Obrigado por me acompanhar nessa… guerra contra Jungkook.
— Se permitir, gostaria de saber — ponderou olhando para um ponto abaixo do meu pequeno nariz. — quando o ódio entre vocês começou.
— O dele, quando eu tentei matá-lo pela primeira vez. — O rapaz examinou meu rosto em busca de algo que lhe dissesse mais. — O meu, após o meu nascimento. Quem sabe antes. Sei que suas impressões sobre mim podem ser negativas depois de saber que não foi a primeira vez que tentei matá-lo, mas…
— Ainda é o mesmo garoto que salvou a minha vida. — Engoli todo o ar ao ouvi-lo soar firme. — Sua majestade o convidou para atirar flechas com ele — mudou o assunto.
— Meu tio? — Levantei-me e Seokjin fez o mesmo.
— O rei Magnus.
Abri os lábios sem nada para dizer. Afinal, o que eu diria? Que meu coração saltou como se fosse um menino esperançoso?
— Onde ele está?
— No jardim principal.
Será que Jungkook contou algo ao pai? O pequeno Jungkook foi muito apegado a Magnus, porém a versão mais sombria e adulta dele não devia ser equiparada ao passado.
Ele mudou.
Eu também.
[...]
— Abra as pernas — Magnus ordenou atrás de mim.
Ouvir sua voz tão perto estremeceu a mão que segurava o arco de madeira. Fiz o que pediu e deixei cada uma das minhas pernas abertas em paralelo e na direção dos ombros.
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LENITIVO • jikook
Fanfiction[EM ANDAMENTO] O que acontece quando duas pessoas que aprenderam a se odiar são obrigadas a se casarem? A vida do príncipe Jimin foi planejada muito antes do seu nascimento. No passado, o Reino Solis e o Reino Corvus foram inimigos, e para manter a...