J U N G K O O K
O ódio é o sentimento mais humano que existe.
Fácil, rápido e intenso.
O amor, o seu oposto: difícil, lento e vulnerável.
A vulnerabilidade deixou uma cicatriz fodida na minha cabeça.
Foi minha culpa confiar no pequeno raio de sol que sorriu para mim - pois ninguém, nunca, me entregou algo tão puro. Uma amizade. Paixão. Um laço inquebrável.Até ele decidir arrancar o meu coração.
A bondade escapou dos meus dedos e o laço foi rompido.
Não foi real.
Os sorrisos.
Os abraços.
Nosso beijo. Foi mesmo nosso?
Depois de anos, encontrá-lo naquele salão de jantar foi como sentir a faca de cozinha de novo. Ele acertou em cheio. A frieza no seu olhar permaneceu a mesma durante toda a noite. Sua tentativa de me envenenar foi sem graça. Mas torci para que funcionasse. No entanto, continuei vivo. E Jimin, insatisfeito.
Odiava olhar para ele e, ao mesmo tempo, não conseguia evitar não olhar.
Não era amor. Não mais.
Depois de ser enganado, aprendi que Jimin nunca foi o raio de sol que brilhava diante dos meus olhos. Ele os cegava para depois queimá-los.
Devia ter ficado aliviado com a possibilidade dele morrer ali, no chão, quase sendo pisoteado pelas patas do cavalo. Ninguém me culpará. Não sou eu quem o está matando. Morrer assim seria fácil demais.
Ele precisava sofrer antes. Sentir a maior dor da sua vida miserável.
Foi só por isso que corri em sua direção, segurei seu corpo e voltei para a ponte com ele em meus braços. Estava louco para jogá-lo no fosso, mas não fiz. Pedi ajuda aos guardas. O levei para o quarto em que dormia e o coloquei sobre a cama. Pedi a alguns soldados que fossem ao palácio.
Toda a frustração de perder Jimin sem antes dar a ele o que merecia, me consumiu. Lucius não ter vindo com a esposa agravou mais a ira. Que merda de pai ele tem.
Gritei.
Ameacei matar qualquer pessoa.
Vivia pela vingança.
E se Jimin morresse, pelo que eu viveria?
Fui ao meu quarto, arranquei as luvas de couro preto, jogando-as no chão, e caminhei para o banheiro que ficava do lado da lareira grudada na parede.
Afundei a cabeça até o pescoço na banheira no chão. Abri os olhos e a boca, deixei a água entrar por cada buraco no meu rosto. Precisava ser consumido por outra sensação. Me concentrar na minha - improvável - morte era melhor do que pensar nele.
Por que nunca consigo sair desse inferno?
Apertei as bordas da banheira. Meu tórax começou a encher de líquido, contraiu repetidas vezes por estar cheio. A garganta tentou travar, evitar que a água passasse por ela, porém continuei sugando pelo nariz e pela boca.
Os olhos queimavam e ardiam.
A cabeça latejou como pedras batendo sobre ela. Permaneci com o rosto encoberto pela água até ficar inconsciente.A escuridão durou muito? pouco?
O oxigênio retornou.
Puxei minha cabeça de volta e tossi, vomitei, soquei o chão. Meus cabelos grudaram na testa. De joelhos, respirei alto, quase berrei em puro ódio. É tão difícil assim morrer? Vi pessoas morrerem diante dos meus olhos, por que o mesmo não me acontece? Que espécie de aberração eu sou?
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LENITIVO • jikook
Fanfiction[EM ANDAMENTO] O que acontece quando duas pessoas que aprenderam a se odiar são obrigadas a se casarem? A vida do príncipe Jimin foi planejada muito antes do seu nascimento. No passado, o Reino Solis e o Reino Corvus foram inimigos, e para manter a...